Seguir nas ruas! Por Marielle e Anderson e por nossos direitos!

Seguir nas ruas

Por Marielle e Anderson e por nossos direitos!

As últimas semanas foram marcadas por uma grande comoção, mas também por fortes mobilizações. O brutal assassinato de nossa vereadora Marielle Franco e de seu motorista, companheiro Anderson Gomes, provocou um tremendo impacto no PSOL, na esquerda em geral e nos setores democráticos. Não poderia ser diferente, Marielle expressava a luta da população pobre, negra, das periferias, das mulheres, das minorias e fundamentalmente pelos direitos humanos.

O motor que impulsionou estas manifestações foi a indignação pela covarde execução de uma das principais lideranças do PSOL. Mas, por trás disso, as massas expressaram seu protesto contra a atual situação do país, contra os governantes, contra seus acordos espúrios e contra suas políticas corruptas. O descaso com a educação, a saúde, a segurança pública e tantos outros problemas sociais crônicos também atuam como combustível. Não é casual que em todas as manifestações apareça naturalmente o Fora Temer! Não é casual que milhares de pessoas que nunca tinham ouvido falar de Marielle se identificaram rapidamente com suas causas.

Fora Temer! Vamos por nossos direitos!

Pressionado pelas lutas, a crise nas alturas e o ano eleitoral, o ilegítimo governo Temer está cada vez mais débil. Sem iniciativas, depois de fracassar no intento de votar a Reforma Previdenciária, o governo determinou a Intervenção federal/militar ao Rio de Janeiro tentando criar um fato espalhafatoso para atrair a atenção e ganhar pontos frente aos graves problemas de segurança. O tiro saiu pela culatra. Neste período, não somente ocorreu o assassinato dos companheiros Marielle e Anderson, como, depois de um mês de intervenção, a situação só piora. Inúmeros assassinatos de inocentes nas favelas e periferias e chacinas como a de Maricá, onde 5 jovens, moradores de um conjunto residencial Minha Casa Minha Vida, foram executados pela milícia com tiros na cabeça são a prova do descontrole que impera no sistema de segurança. Além disso, não há nenhum miliciano nem chefe do tráfico preso, nem muito menos suas organizações estão sendo desmanteladas.

Não há nenhuma esperança com estes governos capachos para a população trabalhadora. A única preocupação dos principais partidos e suas figuras públicas é como evitar ir para cadeia frente à enxurrada de denúncias por corrupção. Com esse intuito, (P)MDB, PSDB e PT, junto a setores do STF, vêm construindo um grande pacto para se protegerem, como ficou escancarado com a votação que salvou Lula de ir para cadeia depois do julgamento em segunda instancia pelo TRF-4. Por sua vez, Lula saiu em defesa de Temer expressando que o atual presidente “teve coragem e obteve uma vitória” pela suposta “tentativa de golpe contra seu mandato”, em referência às denúncias de corrupção surgidas no caso JBS, que poderiam prosperar ainda antes das eleições.

Não há esperanças com estes políticos. Só com muita luta e mobilização, como vem acontecendo em relação ao assassinato de Marielle, será possível derrotar esse acordão, botar na cadeia os corruptos e defender nossos direitos. Isto nos coloca importantes tarefas pela frente. A principal é: Justiça por Marielle e Anderson! Investigação profunda para determinar os assassinos e seus mandantes! Porém, para avançar nesse caminho é necessário a formação de uma comissão independente que acompanhe as investigações.  Combinado com isso devemos manter a luta pelo Fora Temer! Pelo fim da PM e da Intervenção federal/militar no RJ! Pela revogação das medidas que atacam direitos dos trabalhadores, propostas pelo governo e votadas por esse Congresso corrupto.

Por fim, frente a este cenário de crise, é mais necessário que nunca unir a esquerda para, além das lutas, darmos uma resposta unificada nas próximas eleições. Poucas vezes tivemos condições tão favoráveis. A direção majoritária do PSOL e do PSTU devem considerar esta necessidade e junto com o PCB e os movimentos sociais como o MTST, a CSP/Conlutas, a Intersindical e organizações estudantis, conformar uma Frente de Esquerda para apresentar uma alternativa de classe nas próximas eleições. Há prazo até junho para debater um programa comum. Só falta a vontade política de construir essa ferramenta para superar o lulopetismo e fortalecer de vez a esquerda brasileira.

Nota de repudio

Nestes dias, Lula integra uma caravana de seu partido que percorre estados do sul do país com vistas às eleições de Outubro. Nessa caminhada vêm sendo atacado com violência por pequenos grupos reacionários dessas regiões. Repudiamos qualquer intento de querer silenciar com agressões físicas a Caravana de Lula e o PT. Independentemente de nossas diferenças com esse partido e sua principal liderança, os ovos, as pedras e os paus, nesse caso, são um ataque às liberdades democráticas. Lula e o PT tem todo direito a se manifestar, expressar suas posições e organizar atos. Condenamos qualquer tentativa de cassar esse direito.

28/03/2018

Executivo Nacional da CST/PSOL

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