Deter o extermínio do povo negro! Basta de guerra aos pobres!
Nathalia Granato, coordenação da CST
No dia 12/07 ocorreu mais uma chacina, na comunidade de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, decorrente de uma operação policial da tropa de elite militarizada da polícia civil. Mais uma vez, a falida “guerra às drogas” arrancou a vida de ao menos 6 pessoas. Outras duas pessoas foram mortas no mesmo dia em Belford Roxo. Em 12/7, ao menos 18 pessoas morreram após uma operação policial no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Alguns dias depois Marcos Vinicius Vieira Couto, foi assassinado em uma abordagem policial em Contagem (MG), enquanto estava bebendo com amigos na porta de casa. Em junho, a Batalha da Matrix, que ocorreu em São Bernardo do Campo (SP), foi interrompida a tiros pela GCM.
As ações das polícias civil e militar, em diferentes estados, contam com aval e saudação do governo de extrema direita de Bolsonaro e governadores como Cláudio Castro. Não é operação! É um projeto de extermínio, que tem como alvo principal o povo negro e os pobres das favelas e periferias do país.
A extrema direita não está preocupada em combater a criminalidade e o tráfico
Durante todo seu governo ao lado de seus aliados, Bolsonaro impôs uma cruzada contra o povo negro, atacando religiões de matrizes africanas, defendendo que a escravidão foi benéfica para os negros, o fim das cotas raciais, reduzindo o encarceramento em massa e a violência policial como “vitimismo”. A verdade é que a extrema direita não está preocupada em reduzir a criminalidade, possui vínculos com as milícias e nada faz contra a corrupção policial.
Não é à toa que um membro do PCC comprou um fuzil com aval do exército, mesmo com 16 processos criminais, incluindo homicídio e tráfico de drogas. Enquanto isso, a política de insegurança pública fecha escola, destrói moradias e mães ficam desoladas.
Acabar com a violência é acabar com os verdadeiros donos do tráfico de armas e drogas
A dita guerra às drogas é uma falácia. O aumento das operações e abordagens policiais não diminui a ocorrência de crimes e homicídios no RJ, mas provoca mais violência e mais mortes. O tráfico de drogas e armas está entre os negócios mais lucrativos do mundo. É uma grande indústria química que fornece produtos para processamento e refinamento de drogas. É a indústria armamentista que fornece armas para os narcotraficantes, vide o fuzil da Taurus que foi registrado pelo PCC.
A extrema direita favorece os grandes empresários do setor e é conivente com a expansão das milícias, que controlam bairros inteiros, obrigando os moradores a pagar por serviços que deveriam ser fornecidos pelo Estado e continuam com a venda de armas e drogas. Quando não, transporta cocaína em avião de comitiva presidencial.
A frente ampla de Lula e Alckmin não é a saída! Lutar pelo fim das guerras aos pobres!
Ninguém aguenta mais o governo Bolsonaro, a fome, a violência e a carestia. Diante disso, muitos enxergam como única saída o voto em Lula e Alckmin, mas precisamos refletir sobre o papel dos governos petistas. Foi nos governos do PT que criou-se a Força Nacional de Segurança, criou-se as UPPs e abandonou-se pautas históricas do movimento negro em troca de apoios espúrios com a direita, como a deturpação do Estatuto de Igualdade Racial, aprovado sem a regulamentação e titulação de terras quilombolas, o não desmantelamento do aparelho repressor do estado.
Em 2006, é aprovada por Lula a nova lei de drogas – levando o país a ter uma das maiores populações carcerárias do mundo e manteve a população negra às margens da sociedade. Entre 2005 a 2015 houve um crescimento de 18,2% no assassinato de negros.
Não podemos esquecer que Geraldo Alckmin, pré-candidato à vice-presidência da República ao lado de Lula, quando governou São Paulo, teve a polícia militar que mais matou no Brasil. O ex-tucano disse: “Em São Paulo, bandido tem dois destinos – prisão ou caixão”. E atuou para ocultar dados de homicídios praticados por policiais militares. Alckmin foi o responsável pela maior chacina da história do país.
Deter o extermínio da população negra, o encarceramento em massa e a criminalização da pobreza passa por enfrentar Bolsonaro e sua política de morte, ocupando as ruas contra a extrema direita, o que Lula se recusa a fazer. Precisamos de um governo da classe trabalhadora, verdadeiramente comprometido com a luta do povo negro.
Fim do genocídio da juventude negra nos bairros populares pela polícia! Contra a repressão aos trabalhadores! Pelo desmantelamento do aparato repressivo do Estado!
Legalização das drogas! Para acabar com a violência, é necessário acabar com os verdadeiros donos do tráfico de armas e de drogas. Pela revogação da lei de drogas!
Queremos justiça! Punição aos policiais e responsáveis civis por assassinatos e chacinas!