SP | O PSDB não para de atacar os professores e a educação!
O caos da educação pública de São Paulo já não é novidade para ninguém. Em meio a todos os problemas que vivem as escolas pela falta de professores e falta de uma estrutura adequada para garantir que nosso trabalho seja feito de forma digna, depois de destruir a carreira dos professores, o governo do PSDB e a SEDUC tem avançado em novos ataques, agora transformando a falta/aula em falta/dia e aumentando a jornada de trabalho dos professores nas escolas. Nós, do Educação em Combate, defendemos a necessidade da luta unificada da categoria para barrar os ataques!
A falta de professores é uma realidade!
Um recente levantamento na rede constatou o que nós professores já sabíamos: a defasagem de professores é gigantesca! Neste semestre, há praticamente 20 mil aulas, somente dos Itinerários Formativos, não atribuídas! Esse é um dado gravíssimo, pois além de prejudicar imensamente a formação de nossos alunos, o quadro insuficiente de professores deixa o ambiente escolar mais caótico, com as aulas vagas se tornando cada vez mais rotineiras nas escolas. Com QAE’s também em número insuficiente, a opção que muitas gestões tomam é a de juntar duas turmas em uma só, deixando nós professores sobrecarregados em ter que tomar conta dos alunos que estão sem professor, além dos nossos. Isso em meio a um significativo aumento de casos de Covid que tem atingido toda a comunidade escolar. A falta de professores é consequência direta da desvalorização sistemática que a nossa carreira tem sofrido. Há mais de 10 anos não tem concurso público para professor!
Fim da falta/aula: mais um ataque do PSDB contra os professores!
Esse é mais um ataque gigantesco do PSDB para cima da nossa categoria que já tem que conviver com um desgaste brutal gerado pelo desmonte da educação pública colocado em prática há anos. Agora não podemos nem mais marcar qualquer compromisso rápido que teremos o dia todo descontado dos nossos salários. Faltas médicas agora estão mais limitadas. Esse ataque é parte do projeto de desmonte chamado de Nova Carreira, que começa a mostrar sua cara.
Nas últimas semanas, a Apeoesp tem convocado os professores, de forma individual, a não aderirem ao projeto. Infelizmente esse chamado em nada ajuda a lutarmos para derrotar a Nova Carreira e o retrocesso que ela representa, além de deixar professores categoria “O”, que entram automaticamente na Nova Carreira, de fora dessa importante batalha. Temos que demonstrar na luta coletiva de toda a categoria que precisamos sim de valorização da nossa carreira, aumento real de nossos salários, que valem cada vez menos diante da crescente alta de preços e que a Nova Carreira não é solução para os nossos problemas.
Derrotar o PSDB é uma necessidade!
Em recente entrevista, o governador e pré-candidato Rodrigo Garcia, quando questionado sobre a imensa falta de professores, fez a seguinte declaração: “Vamos olhar o copo meio cheio. Se tem 22% de aulas não dadas, tem 78% de aulas dadas.” Logicamente o governador tucano diz no alto do seu cinismo para vermos a falta de professor com olhares positivos, pois não é ele que tem que dar aula quando se tem uma aula vaga ao lado com alunos ociosos e sem supervisão. Nem serão os filhos dele que terão sua educação prejudicada pela falta de professores. O desprezo à educação pública se reflete não somente em declarações que nos enfurecem enquanto educadores, mas também nos projetos que vem sendo empurrados goela baixo pelos sucessivos governos do PSDB.
Por isso afirmamos que varrer os canalhas do PSDB e derrotar os projetos de desmonte da educação pública é urgente! Entretanto, isso não significa que devemos fazer como quer a Apeoesp: usar toda a nossa disposição para construirmos comitês de campanha para Haddad, como se esse fosse revogar todos os projetos neoliberais no dia seguinte como governador, pois o seu partido (PT) já tem sinalizado o compromisso com setores empresariais, além de figuras reacionárias da política brasileira.
Devemos apostar sim na força da nossa categoria e seguirmos mobilizados em defesa da nossa carreira e dos nossos salários!
A atual direção da APEOESP não organiza de fato a luta da categoria.
Depois da primeira assembleia do ano, que foi realizada apenas em 29 de marco, mesmo dia da aprovação da nova carreira, a APEOESP convocou uma nova mobilização para o último dia 03/06. Não há dúvidas quanto a necessidade de se ter chamado um ato nesse momento em que o governo tucano segue firme com seu projeto de desmonte e desvalorização da nossa carreira. Porém, a ato não refletiu os reais anseios e a disposição da nossa categoria. Mais uma vez vimos a Apeoesp simplesmente convocar os atos ou assembleias sem, de fato, construir para que pudéssemos comparecer com maior peso e debater quais deveriam ser nossos próximos passos. O ato, infelizmente, estava vazio e serviu apenas para, de maneira protocolar, referendar um calendário que prevê somente para agosto uma ação de rua.
Diante de assembleias e atos esvaziados, que não resultam em ações mais efetivas para darmos respostas a altura dos ataques do governo, é dito pelos próprios diretores do sindicato e muitos professores começam a crer que a culpa de não termos uma maior mobilização é de responsabilidade individual de cada professor. Achamos que isso não é verdade! Basta conversar com os nossos colegas que é possível ver que não existe ilusão por parte da nossa categoria com o governo tucano, muito pelo contrário! O que falta é uma maior aproximação do nosso sindicato com a base da categoria. O sindicato precisa estar no chão da escola, dialogar mais com os professores de igual para igual, seja esse professor efetivo, “F” ou “O”. A Apeoesp é o maior sindicato da América Latina e precisa colocar todo o seu aparato a serviço da construção das lutas tão necessárias para a nossa classe. É assim que nós, da corrente sindical Educação em Combate, vemos que um sindicato deve ser.