Após 4 anos, gritamos: Quem mandou matar Marielle?
Bruna Gomes – Mulheres da CST-PSOL
Rosi Messias – DN PSOL e Coordenação da CST
No dia 14 de março de 2022 completam-se quatros anos do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes. A investigação sobre o crime vem se arrastando lentamente ao longo desses anos, apesar das cobranças da família, amigos e colegas de partido, apoiados por vozes que se levantaram em todo o mundo exigindo justiça.
Os acusados pela execução do crime, Ronnie Lessa (sargento reformado da Polícia Militar) e Élcio Queiroz (Ex-PM) foram presos somente após um ano da morte de Marielle e Anderson e até hoje não se sabe quem foram os mandantes e as reais motivações do crime. As investigações apontaram que Lessa pesquisou sobre a vida de Marielle meses antes da execução. O histórico da investigação envolve entre os suspeitos não apenas integrantes das milícias que têm proximidade com a família do presidente Jair Bolsonaro, mas, também, de políticos do Rio de Janeiro. Enquanto isso, já estamos no quinto delegado responsável pelo inquérito, o que mostra possíveis interferências nas investigações e uma grande negligência por parte dos governos. Uma das grandes e corretas reclamações da família da Marielle é que seguem sem informações sobre como andam as investigações e o porquê do “troca-troca” de delegados.
O Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), inaugurou, no último sábado, dia 16 de fevereiro, o programa “Bairro Seguro”, em Santa Teresa, um dos principais pontos turísticos do estado. Durante a cerimônia, Castro homenageou a vereadora Marielle Franco, morta a tiros há 3 anos e 7 meses. No evento, estava o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), que quebrou uma placa dedicada à parlamentar em 2018. Após Marielle ter sido citada pelo governador, Amorim aplaudiu. Um escárnio contra a memória de nossa companheira!
É preciso continuar a mobilização até que os mandantes sejam presos!
O crime cometido contra Marielle não pode ficar impune! É necessário seguir a investigação a fundo e saber quais são os políticos envolvidos nesse crime brutal. O PSOL precisa estar à frente das mobilizações e garantir que elas sejam permanentes, que lutem por justiça para Marielle e Anderson. O 8 de março tem mobilizado milhares de mulheres em todo Brasil. Dentre as principais pautas defendidas, além da luta contra Bolsonaro e a Reforma da Previdência, está presente, também, a luta por Justiça por Marielle! Esse tem que ser o papel do 8 de março, um recado importante para o Governo Bolsonaro e Cláudio Castro: as mulheres não darão trégua a esses governos! Exigimos Justiça por Marielle e o fim dos ataques às mulheres trabalhadoras.
É necessário investigar quais setores do poder político tinham interesse na morte de Marielle e por qual motivo. Cabe ao PSOL, organizações de direitos humanos, centrais sindicais e partidos políticos construírem uma jornada nacional de lutas exigindo Justiça para Marielle e Anderson, para que os mandantes desse brutal crime sejam julgados e presos. Devemos colocar de pé uma Comissão independente com organizações democráticas e dos movimentos sociais, com a OAB, ABI, Centrais, Sindicatos, movimentos negros e feministas, juntamente de personalidades internacionais de renomado reconhecimento na área dos direitos humanos e liberdades democráticas para uma investigação a fundo.
Marielle e Anderson, presentes! Hoje e sempre!