Construir um 8M de enfrentamento a Bolsonaro e Damares nas ruas
Construir um 8M de enfrentamento a Bolsonaro e Damares nas ruas
Lais e Ester, coordenação de mulheres da CST
Estamos nos aproximando de um calendário internacional de luta muito importante: o 8 de março, Dia Internacional da Luta da Mulher Trabalhadora. Nos últimos anos, o 8 de março tem recuperado sua história: aconteceram greves internacionais de mulheres, com um forte chamado pelo feminismo dos 99% e manifestações grandiosas em milhares de cidade, em que as mulheres lutam por seus direitos democráticos, contra a violência machista, pelo direito ao próprio corpo e, também, contra seus governos e por melhoria econômica na vida das mulheres, que são a maior parte da população mais pobre do mundo – situação que se agravou com a pandemia, já que crescimento avassalador das fortunas dos bilionários do mundo empurrou ainda mais mulheres para a extrema pobreza.
No Brasil de Bolsonaro, a inflação oficial já é a terceira maior do mundo, mas a realidade que se sente é ainda pior: aumento médio de 30% nas cestas básicas e de cerca de 25% nos aluguéis. A realidade da mulher trabalhadora no Brasil é o seu poder de compra ultradiminuído, desemprego e subemprego nas vagas informais e sem direitos. É comer osso e pele, é não poder comprar 500g de café. É a sobrecarga de trabalho das trabalhadoras da saúde com o tsunami de contaminações pela ômicron e a inação dos governantes, que não fazem contratações para dar conta da demanda do SUS. São as professoras sem reajuste, que trabalharam sem EPIs e temem o retorno às aulas com a vacinação das crianças bastante atrasada. E as mulheres negras têm os menores salários, são as primeiras a serem demitidas e as que mais morrem por feminicídio, fome, Covid ou pela bala da polícia.
Precisamos que o 8 de março aconteça com fortes manifestações nas ruas desse país, com mulheres lutando por condições de vida para elas e suas famílias e pelo #ForaBolsonaro. Não podemos deixar que se repita o erro do ano passado, em que todo o mundo estava nas ruas lutando, com máscaras, e as direções feministas do Brasil desmontaram o ato do dia 8. O 8M precisa servir pra organizar campanhas salariais das categorias de maioria feminina e impulsionar a retomada massiva das ruas contra Bolsonaro.
Há um posicionamento entre setores majoritários do movimento feminista de que a candidatura de Lula deve ser construída pelo movimento, apostando nas eleições como único caminho para derrotar Bolsonaro. Sobre isso, nós, Mulheres da CST, acreditamos que é necessário manter as mobilizações de rua, que se desenvolveram durante o ano passado e que infelizmente foram desmontadas pelas direções dos movimentos, pela Campanha Fora Bolsonaro, dirigida, principalmente, pelo PT, PCdoB, CUT e CTB. Acreditamos que é com muita mobilização e auto-organização feministas que podemos obter vitórias. E consideramos um erro propor que o movimento feminista aposte de conjunto em fortalecer um projeto de conciliação de classes, que negocia com o ruralismo, com o LGBTfóbico Pastor Isidoro e que cogita o governador de chacinas e ladrão de merenda Geraldo Alckmin para compor um projeto de governo. A prioridade precisa ser organizar um forte 8M de atos por todo o país, que impulsione as feministas a seguirem nas ruas por renda, emprego, reajuste digno e controle da Covid-19, que lute por maiores investimentos nas demandas de políticas públicas para as mulheres e para isso apresente um programa de saída de fundo, com a taxação das grandes fortunas e não pagamento da dívida pública. Que convoque com força a luta por justiça para Marielle Franco. Chamamos todas as feministas a darem conosco essa batalha, organizando atos no 8 de março nas suas cidades, disputando um 8M de luta e enfrentamento a Bolsonaro e Damares.
participe da plenária das mulheres da CST:
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