Barbara Sinedino, Diretora do SEPE RJ

Em março de 2022 ocorrerão as eleições do SEPE-RJ, sindicato que representa os trabalhadores das escolas públicas nos municípios e no estado do Rio. A educação pública foi duramente afetada pelos governos no último período. Os profissionais da educação amargam baixos salários e péssimas condições de trabalho. Os funcionários das escolas estaduais têm seu vencimento básico abaixo do salário mínimo. As condições de trabalho ficaram ainda mais precárias na pandemia. Os governos ainda aprovaram a reforma da previdência em diversos municípios, congelaram salários e planos de carreira e votaram duros pacotes de ajustes.

A MAIORIA DA DIREÇÃO DO SEPE NÃO RESPONDEU À ALTURA

Diante dessa situação, a direção majoritária do SEPE não acompanhou as necessidades da base. A atual gestão do sindicato deliberou, com voto da maioria das correntes que compõem a direção (PT, Primavera, Resistência, Insurgência, PCB, MES, PSTU), por não visitar a categoria que retornou ao trabalho presencial nas escolas; optou por não mobilizar para a luta contra a reforma da previdência municipal e priorizou as visitas aos gabinetes parlamentares para negociar emendas aos pacotes de ajustes.

O processo de burocratização no SEPE se aprofundou, com a manutenção de “assembleias” virtuais antidemocráticas, onde a base não pode fazer propostas e não é necessário participar da assembleia para votar nas propostas colocadas pela direção. Nas últimas assembleias eleitorais, a base sequer podia se inscrever para falar. Assim foi aprovada a realização de eleições 100% virtuais em mar/2022, mesmo com a categoria em trabalho presencial. Questionamos a transparência desse modelo de eleições, que coloca o sindicato ainda mais distante das escolas.

BATALHAMOS POR UMA NOVA DIREÇÃO

Nestas eleições, apesar de todas as limitações de uma votação online, é necessário construir uma chapa de oposição, que reflita a realidade presencial das escolas e prepare a categoria para os enfrentamentos com os governos. Nós, da CST/PSOL e do Combate, lançamos um chamado a todos e todas militantes, bem como aos setores políticos que compõe a articulação Povo na Rua e a CSP-Conlutas, para darmos juntos essa batalha contra a burocracia sindical no SEPE, por uma nova direção para o nosso sindicato para lutar por:

– Reajuste salarial já e melhores condições de trabalho

– 1/3 de planejamento já!

– Contra a reforma administrativa

– Revogação das leis 173 e da reforma da previdência

– Retorno do triênio e plano de carreira

– Lutar contra a nova reforma do ensino médio

– Por assembleias presenciais democráticas

– Transparência nas finanças e no fundo de greve

– Enfrentar o plano de ajuste de Bolsonaro, Claudio Castro e prefeitos

– Que a CNTE organize um plano de lutas nacional por reajuste salarial

– Basta de imobilismo e burocracia no SEPE, por uma nova direção de luta e democrática.