GARIS | A luta pela reintegração dos garis do RJ e as reivindicações da categoria

 

Denis Melo, Coordenação nacional da CST

 

Bruno da Rosa e André Balbina foram demitidos por uma decisão política do prefeito Eduardo Paes no dia 22 de outubro. A cada nova descoberta dos motivos da demissão e os argumentos apresentados, fica mais evidente que se tratou de manobra para intimidar a categoria.

Não só o mérito da demissão é falso – uma suposta invasão à sede da COMLURB – que nunca aconteceu, e não há sequer um risco na parede da empresa durante o ato da categoria no dia 7 de outubro. Porém, também descobrimos que a COMLURB abriu um processo administrativo sem que nenhum dos demitidos soubesse e sem que pudessem se defender.

É uma questão básica no direito: quem é acusado tem o direito de se defender. Tem o direito de provar sua inocência e só após o andamento regular do processo há uma decisão. Na COMLURB foi feito exatamente o contrário. Tomaram a decisão e depois comunicaram os demitidos. No caso específico de Bruno da Rosa, a abertura do processo administrativo pela COMLURB e conclusão pela demissão não durou nem 24 horas.

É espantoso que a categoria espere meses ou anos pelo resultado de processos administrativos, como os de revisão de referência no Plano de Carreira ou a concessão de insalubridade, que desde 2019 a COMLURB tenha se comprometido a fazer a aferição para Agentes de Preparo de Alimentos, vigias e auxiliares de serviços gerais, mas até hoje não tenha resultado. Porém, para demitir precisaram de apenas alguns minutos para o processo percorrer diversos setores da empresa.

Estão evidentes os motivos reais da demissão: tentar frear a luta, não contagiar outras categorias e seguir a política econômica da prefeitura que favorece grandes empresas e ricos, enquanto retira direitos e deixa os servidores e empregados do município com salários defasados.

Mas, apesar da demissão, Paes não consegue ter sossego. Os trabalhadores da COMLURB seguem seu processo de organização da luta, e marcaram uma nova mobilização para o dia 14 de dezembro. Irão se unificar com demais servidores municipais para protestar durante a votação do orçamento na Câmara Municipal.

No ano que vem a pressão sobre a prefeitura será ainda maior. Os problemas com a nova empresa do plano de saúde não se resolvem e somarão 3 anos sem reajuste no salário e 4 anos com o ticket alimentação congelado.

Ao mesmo tempo, a campanha de solidariedade para os demitidos tem uma repercussão enorme na categoria, que reconhecem a perseguição sofrida pelos companheiros. A grande tarefa do momento é manter de pé o processo de luta, organizar pela base e voltar a golpear com força. Nem a prefeitura de Paes, nem a direção da COMLURB e nem a burocracia que dirige o sindicato conseguirão impedir que essa luta aconteça.

A resposta, com a categoria seguindo de pé, também pode ser medida com a recente eleição na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), importante eleição em que os trabalhadores votam nos representantes que irão defender as condições de trabalho e saúde em suas unidades de trabalho. Nossa corrente sindical, Combate, elegeu os companheiros em seus locais e outros grevistas também já ocupam lugar na CIPA em outras unidades. Essa é uma condição importante para o trabalho de base, com a garantia que esses companheiros não podem ser demitidos sem justa causa e nem podem ser transferidos de suas unidades de trabalho.

Estamos no meio da batalha pela reintegração, seja no terreno político ou jurídico, e utilizaremos todas as ferramentas necessárias para essa luta. Porém, a condição fundamental é a resposta organizada da categoria. Aí está nosso maior otimismo, porque, mesmo com todos os ataques de Paes, nada foi possível derrotar politicamente essa categoria. Por isso, os garis e demais trabalhadores da COMLURB necessitam de todo apoio, para que triunfem em suas pautas e consigam reintegrar suas lideranças perseguidas. Essa é uma tarefa não só deles, mas do conjunto do movimento sindical combativo, das organizações políticas, populares e juvenis.

 

MEXEU COM UM, MEXEU COM TODOS

Desde a demissão dos companheiros garis, a categoria tem feito uma campanha exemplar. Relembrando o surgimento do sindicalismo combativo, os companheiros contribuem financeiramente para os demitidos nas portas dos locais de trabalho ou fazendo doações eletrônicas. Um vendaval de apoio por todas as regiões da cidade. Distintos locais de trabalho têm se empenhado para manter o salário para que Bruno e André sigam recebendo o mesmo como se estivessem trabalhando.

Por isso, além das assinaturas pelas pautas salariais, sociais e a readmissão dos demitidos, pedimos seu apoio financeiro para manter os trabalhadores demitidos.

 

Bruno e André precisam de nosso apoio neste momento. Para manter o sindicalismo classista de pé, contribua para o salário dos companheiros.

 

Além da base, os demitidos também apelam à solidariedade das organizações da classe trabalhadora, da juventude e setores populares.

Ajude a financiar os garis perseguidos!

 

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