Contribuição do Combate ao Congresso dos Metroviários de São Paulo
Conjuntura Nacional:
Retomar o calendário de atos de rua contra o governo! Fora Bolsonaro e Mourão, já!
Bolsonaro, Mourão e Guedes comandam a destruição do país. Com o aval do grande empresariado, promovem um aumento brutal da miséria, da fome, da retirada de direitos trabalhistas, do desemprego e da destruição da Amazônia. O governo da extrema-direita também foi um grande aliado da pandemia do coronavírus. Seu negacionismo e mentiras cotidianas foram fundamentais para chegarmos a triste marca de mais de 600 mil mortes no país.
Governadores como Doria, e ex-ministros dissidentes do bolsonarismo como Sergio Moro, apoiaram as medidas de ataques promovidas por Bolsonaro, como a Reforma da Previdência e as privatizações. Essa velha direita, conhecida inimiga da classe trabalhadora, agora tenta se apresentar como alternativa a Bolsonaro, porém quando se trata de atacar trabalhador, eles estão sempre juntos.
Nessa situação, é preciso lutar. De maio a outubro participamos de fortíssimas manifestações contra Bolsonaro que encheram as ruas do país com centenas de milhares de pessoas.
Esse processo só não prosseguiu, porque tivemos uma política completamente equivocada das maiores centrais sindicais (CUT e CTB) e dos principais partidos de oposição, como o PT. Logo após o ato de outubro, foram para a imprensa anunciar o cancelamento da manifestação que estava marcada para novembro, sem qualquer discussão com as bases e os sindicatos. A necessidade de parar as manifestações se dá por conta da sua estratégia de aliança com políticos da direita para as eleições de 2022. Para agradar inimigos da classe trabalhadora como Geraldo Alckmin, Lula e as centrais decidiram manobrar para parar os atos de rua contra o governo.
Nós acreditamos que é preciso trilhar novamente o caminho do enfrentamento contra Bolsonaro nas ruas. Uma nova jornada nacional de atos, juntamente com a construção de greves e paralisações por direitos, é uma necessidade frente a destruição do país promovida pelo ex-capitão em conluio com a classe dominante. Deixar de tomar as ruas para sinalizar a aliança com políticos como Alckmin é um caminho que não podemos aceitar.
Salário igual para trabalho igual! É urgente a luta pelo Step e Equiparação!
A empresa conseguiu há alguns anos implantar um modelo absurdo de “plano de carreira”. A partir da implantação dos “Steps”, forçam uma enorme desigualdade salarial entre trabalhadores do mesmo cargo, que exercem exatamente a mesma função. Agora, para piorar a situação, nem o “Step” querem pagar. Temos colegas com três anos de empresa que ainda não tem nenhum “Step”. Em 2020, contaram a mentira de que “não tinham recursos”. Em 2021 seguem enrolando em responder se pagarão ou não. O fato é que sem luta da categoria eles não pagarão nada. Não podemos confiar só em conversas dos diretores sindicais com a alta chefia do Metrô.
Acreditamos que o Sindicato deve encampar com força a luta imediata para obrigar a empresa a pagar o “Step”, combinando com a exigência da equiparação salarial. Trabalhadores que executam a mesma função devem receber a mesma remuneração.
Um balanço da campanha salarial de 2021:
Chapa 1 QUASE conseguiu entregar o acordo coletivo e o reajuste salarial!
A campanha salarial de 2021 foi uma das mais difíceis dos últimos anos. Parte dos itens que conquistamos com a fortíssima greve de 19 de maio, ainda seguem sob ameaça da empresa a partir de sua ação no TST. O reajuste terminou em 7,59%, corrigindo ao menos a inflação (IPCA) de um ano.
Porém, esta campanha salarial foi marcada por uma profunda divisão na diretoria do sindicato. A Chapa 1 tentou insistentemente convencer a categoria de que era “preciso” entregar alguns direitos para “não perder tudo”. Vinham com esse discurso furado desde 2020, onde fizeram de tudo para que não houvesse greve. Porém nesse ano, essa falácia foi repetida pela empresa no Linha de Frente e para isso contaram com o apoio lamentável dos dirigentes sindicais da chapa 1. A ameaça de que se não aceitássemos entregar parte do acordo e um mísero reajuste de 2% para janeiro de 2022, perderíamos tudo no TST, foi derrotada pela categoria em uma votação histórica. Valorizamos muito a unidade das chapas 2, 3 e 4 nessa assembleia decisiva, onde ficou evidente para a categoria que nem toda a diretoria do Sindicato reproduz o discurso da empresa e nem aceita a entrega de direitos.
Fazer esse balanço é fundamental para o Congresso e para o futuro da nossa categoria. A divisão que existe na diretoria do Sindicato com certeza vai se expressar muitas vezes no próximo período e se quisermos manter e conquistar direitos, temos que seguir derrotando a política entreguista da Chapa 1.
Chega de Assédio Moral e Sexual! Fortalecer a CIPA e a organização de base!
Casos de Assédio Moral e Sexual são infelizmente ainda comuns no local de trabalho. Chefes que gritam com funcionários e se descontrolam ao exercem suas funções, notas de avaliação de desempenho menor para mulheres do que para homens (como no caso do tráfego da L2 – verde), perseguições pontuais contra trabalhadores também através da nota, exigências de que funcionários exerçam funções fora de suas atribuições, promoções de conhecidos assediadores de mulheres para altos cargos de chefia.
Esses exemplos ainda são cotidianos no Metrô. Ao invés de combatê-los em cada caso, fortalecendo canais de denúncia dessas posturas para criar um melhor ambiente de trabalho, a empresa adota uma postura de perseguir justamente aqueles que denunciam tudo isso. A política recente do Metrô de punir o vice-presidente da CIPA da Linha 3, Alex Fernandes, e de lançar uma carta para as CIPAS, ameaçando qualquer denúncia que foi feita, vai no sentido de abafar esses casos absurdos. Abafando, os casos de assédio não só vão prosseguir, como aumentar.
O Congresso deve votar uma forte campanha em defesa das CIPAS e dos Cipistas, contra o terrorismo punitivo que a empresa quer impor na CIPA para as chefias poderem assediar à vontade institucionalizando cada vez mais essa política.
Campanha Nacional: Chega de repressão aos que lutam! Pela Reintegração dos Garis do RJ, Bruno da Rosa e André Balbina!
As perseguições e práticas antissindicais tem sido comuns no Governo de Eduardo Paes (DEM) na cidade do Rio de Janeiro. A combativa categoria dos Garis, que promoveu greves históricas nos últimos anos, tem sido duramente atacada pelo governo municipal. As perseguições e práticas anti-sindicais são constantes (trocas arbitrárias de turno de trabalho para evitar que ativistas compareçam as manifestações, por exemplo). Isso chegou ao ponto mais alto no dia 22/10 quando Bruno da Rosa, integrante da Comissão de Negociação votada em assembleia do Sindicato do Asseio, foi demitido junto ao seu colega André Balbina. Uma ação arbitrária e ilegal (contrariando sua estabilidade de integrante da CIPA), que precisa ser revertida.
Junto ao Sindicato dos Metroviários, à CSP-Conlutas e a centenas de sindicatos em todo o país, nos somamos com força a essa campanha nacional pela reintegração dos companheiros.