EDITORIAL | Unidade de ação contra Bolsonaro e construção de um bloco ou frente de esquerda socialista | Combate Socialista n°144
O ano vai acabando e, mais do que nunca, precisamos reconstruir as ações unificadas e massivas nas ruas. Os atos das mulheres no dia 4 e dos servidores no dia 8 são importantes, mas não foram bem construídos pela cúpula da campanha Fora Bolsonaro. A crise econômica e social, em meio à pandemia, segue muito forte e, por isso, precisamos de mobilização unificada nas ruas.
Nos últimos dias, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística) divulgou estudos sobre o aumento do custo da cesta básica na maioria das capitais. Em alguns lugares, como Brasília, o aumento em 12 meses superou 30%. Em seu conjunto, uma cesta básica, com produtos mínimos, está ao redor dos R$ 700,00, num país onde o salário mínimo oficial é de R$ 1100,00, onde milhões de pessoas ficaram sem auxílio emergencial. De acordo com a Band News, na Baixada Fluminense, há crianças que matam a fome comendo gambás. Por isso, exigimos que a CUT, CTB, MTST, UNE e demais lideranças da campanha Fora Bolsonaro construam, efetivamente, a luta nas ruas, sem corpo mole e sem dispersar os calendários.
Por medidas urgentes contra a fome e o arrocho e em defesa dos serviços públicos
Na luta contra a extrema direita bolsonarista, contra o ajuste do Congresso Nacional, governadores e prefeitos, precisamos construir a luta por medidas urgentes. Uma luta que busque um efetivo plano econômico e social alternativo, que comece pela taxação dos bilionários e pelo não pagamento da dívida aos banqueiros, para garantir recursos para investir em educação, saúde, órgãos ambientais, empresas estatais, como Correios e Petrobras, e garantir auxílio emergencial, recurso para as pautas feministas, negras e LGBTQIA+; por reajuste de salário, redução dos preços dos alimentos, gás, luz e gasolina; por reforma agrária sob controle dos sem-terra e demarcação das terras indígenas.
Construir um campo ou frente de esquerda
Ao lado da luta unificada com calendários centralizados, exigindo que aconteçam assembleias democráticas nas bases, vamos batalhar pela construção de uma alternativa de independência de classe para a classe trabalhadora, as juventudes e setores populares. A política de frente ampla e coligação com os representantes dos patrões, proposta pela cúpula das centrais sindicais e pelo ex-presidente Lula, não serve, pois constrói um programa palatável aos empresários e impõe um freio aos calendários de lutas. Então, temos de batalhar para unir tudo e todos aqueles que estão contra a estratégia de colaboração de classes. Nossa proposta é construir um campo ou frente das esquerdas socialistas e comunistas do PSOL, com a pré-candidatura de Glauber Braga, com a pré-candidatura de Leonardo Péricles, da UP, com os camaradas do PSTU e demais setores do Polo Socialista e Revolucionário, e com os companheiros do PCB. Propomos uma reunião das direções dessas organizações e dirigentes para debater a possibilidade de pôr de pé esse campo, bloco ou frente de esquerda e socialista nacional e nos estados, para as lutas e as eleições.