SP | São Paulo: Lutas dos trabalhadores enfrentam Doria e os patrões

Doria e a classe dominante aplicam em São Paulo um plano econômico de ajuste fiscal em sintonia com Bolsonaro em nível nacional. Os resultados dessa política são demissões, arrocho salarial, aumento exponencial da miséria e da fome. Concomitantemente a isso, os patrões se aproveitam da crise para ficarem ainda mais ricos e os políticos para manterem seus privilégios.

Porém, vemos que começa um importante processo de luta e mobilização de diversas categorias de trabalhadores enfrentando o governador e seus aliados. Esse é o melhor exemplo de como responder e derrotar os ataques.

Fechamento das bilheterias no Metrô e CPTM: Doria quer demitir milhares

Em um cenário de desemprego e caos econômico, após anos tentando destruir o Metrô público, Doria quer deixar mais uma marca no transporte de São Paulo: fechar todas as bilheterias. Em primeiro lugar, será prejudicado o atendimento à população, já que nem todos que usam o Metrô e a CPTM sabem usar as máquinas de QR Code, ou também não têm dados no celular para comprar passagem estando na rua. Isso irá sobrecarregar os metroviários que estão na linha de bloqueio nas estações.

Além disso, a gestão Doria quer impor a demissão de milhares de trabalhadores terceirizados que hoje operam as bilheterias do Metrô.

Porém, os metroviários lutarão junto aos terceirizados em defesa do emprego e da manutenção das bilheterias. Começou um processo de organização e luta em defesa das bilheterias. Já houve uma manifestação na estação Belém e nas próximas semanas a luta irá aumentar. O Sindicato dos Metroviários está apoiando a luta e nós, do Combate Sindical, estamos, também, junto aos terceirizados na luta pelo emprego.

 

Lutas em defesa do salário e do emprego apontam o caminho

 

A GM de São Caetano está paralisada há 10 dias. Mais de 4 mil operários em greve reivindicam aumento real e estabilidade no emprego. Trabalhadores terceirizados da empresa Proguaru (Guarulhos) completaram 20 dias de greve em uma luta heroica contra a medida de fechamento da empresa, apoiada pelo atual prefeito Guti (PSD).

Trabalhadores do Metrô de São Paulo também seguem lutando para defender seu reajuste, conquistado com uma fortíssima greve em maio deste ano, e que, por determinação judicial, está sendo pago. O governo do estado, após meses de mentiras e tentativas de não pagar o reajuste, a partir de liminares na justiça, acenou nas últimas semanas que vai recuar, mas os trabalhadores exigem que esse compromisso seja assinado imediatamente.

 

Seguir o exemplo dos servidores públicos! Barrar a PLC 26!

 

No caso dos servidores públicos e professores, o governo de João Doria também aplica mais um duro pacote de ajuste fiscal. O PLC 26, que ataca a estabilidade, institui a avaliação de desempenho para legitimar demissões, amplia e facilita a contratação de temporários em detrimento de concursos públicos e abre as portas para mais privatização da educação e dos serviços públicos.

Diante de mais esse ataque, o conjunto do funcionalismo estadual tem se mobilizado. Já aconteceram três atos na ALESP, que impediram, até o momento, a aprovação do projeto e novos atos estão marcados. É necessário fortalecer essa mobilização, pois, além do ataque aos direitos, até o presente momento o estado de São Paulo, que é retratado como o “Brasil que dá certo” nas propagandas do governo, já anunciou que não vai reajustar o salário do funcionalismo mesmo diante da grave situação econômica, que atinge os servidores com o aumento dos preços e a inflação.

Essas lutas parciais, por categoria, que ocorrem no estado de São Paulo mostram uma possível dinâmica para o próximo período, onde a classe trabalhadora vai lutar contra a deterioração do seu nível de vida e o desemprego. A unificação das lutas que surgirem é necessária e pode potencializar a mobilização.  É necessário exigir das principais centrais sindicais, como a CUT, e dos movimentos sociais que coloquem os dois pés nessa luta. Essa é a batalha política e a aposta do Combate e da CST.

 

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