Derrotar os cortes nas universidades e lutar nas ruas pela nossa permanência!
Isadora Bueno – diretora da UNE pela Oposição de Esquerda
O Governo Bolsonaro/Mourão é inimigo da pesquisa, educação e da juventude trabalhadora
Já vínhamos falando que não é à toa que a juventude é o setor que mais fortemente rechaça e se opõe ao governo Bolsonaro e seus aliados. Sentimos, cada dia mais, nosso futuro sendo sequestrado pelos cortes, o desemprego massivo e o duro ajuste em nossas vidas que Bolsonaro orquestra para garantir o lucro dos banqueiros, megaempresários e capitalistas. Muitos de nós desistimos da graduação em meio à pandemia, tendo em vista que a necessidade de trabalho e o desmonte da Assistência Estudantil, atrelado ao excludente ensino remoto, dificultam uma mínima rotina de estudos e a nossa permanência nas universidades.
As bolsas de incentivo à docência, pesquisa e extensão, após sucessivos cortes na Assistência Estudantil, há algum tempo têm servido para a manutenção da vida e pagamento de contas. No início de outubro, centenas de bolsas de Residência Pedagógica e PIBID atrasaram por dias, impossibilitando que estudantes da Licenciatura pagassem seus aluguéis, contas básicas e até mesmo a alimentação. Parte de um cenário ainda maior e mais catastrófico para os estudantes universitários e toda a sociedade, no qual mais de 630 milhões de reais serão retirados da ciência e tecnologia, inviabilizando o orçamento da CNPq.
Estamos diante de um projeto de desmonte completo do Ensino Superior e da formação de pesquisadores e educadores, que reflete a tentativa de Bolsonaro, Paulo Guedes e Milton Ribeiro para que, de fato, a “universidade seja para poucos”, expulsando os filhos da classe trabalhadora dos espaços de produção de conhecimento.
A luta pela Assistência e Permanência Estudantil deve se dar nas ruas
É nesse contexto que algumas universidades aprovaram ou estão debatendo o retorno híbrido para os próximos semestres letivos. Com o corte brutal, falamos de um retorno sem garantia de Restaurante Universitário, intercampi e condições de permanência para a juventude pobre. Além disso, até a manutenção dos campi pode ser inviabilizada pelo corte em investimentos nas universidades. Antes mesmo da pandemia, os banheiros das IFs não tinham nem papel higiênico, quem dirá a garantia de EPIs para toda a comunidade acadêmica e ventilação nas salas. As reitorias fazem falsas promessas, como fizeram em relação ao ensino remoto, para passá-lo às pressas. Não podemos confiar e devemos seguir exigindo condições para o retorno, tanto de protocolos de saúde, quanto de defesa da permanência dos estudantes pobres e trabalhadores.
Infelizmente, em algumas universidades, os DCEs da majoritária da UNE incentivam os estudantes a acreditarem que haverá segurança no retorno e nas medidas necessárias sem que haja luta. Precisamos lembrar que nada se conquista sem mobilização e que não podemos baixar a guarda quando estamos sob governos privatistas, a serviço da burguesia, antieducação e antijuventude. É urgente que tenhamos Assembleias de Base, a fim de organizar o movimento estudantil para estar ao lado da classe trabalhadora nas ruas, para assegurar um retorno seguro e garantir a permanência estudantil, combatendo todo o projeto de desmonte e privatização, luta que se expressa também na batalha em defesa dos Correios e contra a PEC32, com a luta pelo Fora Bolsonaro/Mourão já!
Por universidades a serviço da classe trabalhadora
Nós, do Vamos à Luta, somos uma juventude revolucionária, que acredita na unidade entre trabalhadores e estudantes para rumar a verdadeiras vitórias para os nossos. Por isso, derrotar Bolsonaro e seu governo tem que estar junto com a denúncia e imposição de derrota, pelas ruas, a todo o projeto privatista e de ajuste à classe trabalhadora, fomentando universidades a serviço do povo trabalhador brasileiro.
A UNE, UBES e ANPG precisam convocar os estudantes a novas jornadas de luta contra os cortes, construídas pela base e em unidade com a classe trabalhadora. Infelizmente, suas direções têm apostado em reuniões com figuras como FHC, Ciro Gomes, dentre outros defensores do mesmo modelo privatista de educação e cujos partidos seguem aprovando todo tipo de ataque a nossos direitos no Congresso. Essa não é a saída para nós!
Assim, é necessário que construamos outra direção pro Movimento Estudantil, com aqueles que sabem quem são nossos verdadeiros aliados: os trabalhadores e os estudantes. Defendemos uma direção postulada pela Oposição de Esquerda, que tem travado as lutas necessárias pelo nosso futuro com a juventude de luta e combativa; uma direção para os estudantes que reflita a nossa ânsia pela luta e pelos nossos sonhos, com UJC, Juntos, Correnteza e nós, da Juventude Vamos à Luta.