EDITORIAL | Exigir da CUT, CTB, UNE e MTST um 02/10 com fortes passeatas, ocupações e paralisações | Combate Socialista nº 138
Por reajuste de salário, redução dos preços dos alimentos e tarifas, Fora Bolsonaro/Mourão
O presidente Bolsonaro e seu vice Mourão, os presidentes da Câmara e Senado e os governadores estão aplicando um duro ajuste fiscal, passando a boiada contra os direitos do povo trabalhador. Após os debates e disputas no dia 7 de setembro, todos eles preparam a aprovação das reformas que retiram direitos. O salário segue arrochado e cresce o desemprego. Os preços dos alimentos, do gás, da luz e da gasolina estão nas alturas. As famílias trabalhadoras não conseguem mais comprar café e óleo. Muitos nem têm mais condições de comprar ovo ou salsicha e já se alimentam de osso de oito reais. Chega de ficar com a geladeira vazia ou pendurado no cheque especial amargando a especulação dos banqueiros e empresários! É preciso dar um basta nessa situação de fome, miséria e desemprego e enfrentar os responsáveis por esse caos!
Dia 2 de outubro: novo protesto nacional
A campanha Fora Bolsonaro encaminhou a nova manifestação nacional para o dia 2 de outubro. Precisamos colocar toda nossa força nessa data para colocar para Fora Bolsonaro e Mourão e conquistar nossas pautas econômicas e sociais, por reajuste de salário, por geração de emprego, contra o alto custo de vida, por vacina e contra as privatizações e as reformas que destroem os serviços públicos.
Desde já, é preciso preparar assembleias democráticas nas bases sindicais, populares e estudantis para construir efetivamente essa data pelo Fora Bolsonaro/Mourão e conquistar nossas pautas econômicas e sociais. Devemos organizar a VII Plenária de Organização das Lutas Populares para movimentar panfletagens e agitações massivas. Em cada estado, é necessário convocar plenárias e planejar o diálogo olho no olho com trabalhadores e trabalhadoras, desempregadas, jovens, com o povo negro, LGBTs e etc, ganhando mais apoio para os protestos. As centrais sindicais, como a CUT e a CTB, grandes sindicatos, como os bancários do Rio e SINTEPP-PA, devem colocar sua estrutura para anunciar no rádio, TV e outdoors.
Não dar folego à extrema direita autoritária e patronal
É fundamental retomar o protagonismo das ruas e rechaçar as manifestações ultrarreacionárias convocadas pelo presidente Bolsonaro. Manifestações que defenderam o projeto de fome, arrocho, retirada de direitos e as propostas ditatoriais da extrema direita. Para isso, é preciso que a direção da campanha Fora Bolsonaro mude a orientação e coloque seu peso na construção das manifestações de 2 de outubro, com fortes passeatas e paralisações, bem como ocupações dos sem-teto.
A direção majoritária da campanha Fora Bolsonaro não aposta na ação direta nas ruas
A data de 2 de outubro ficou muito distante, quase um mês após o Grito dos Excluídos. Essa distância reflete a política de esfriar o movimento, acalmar as ruas e buscar canalizar a insatisfação contra Bolsonaro para a via institucional e as eleições burguesas. Por isso, nas semanas prévias ao 7 de setembro, enquanto a extrema direita convocava seus protestos reacionários, a cúpula das centrais e os governadores do PT e PCdoB buscavam “diálogo” com Bolsonaro. Não só não jogaram todo seu peso nas manifestações, como o PT chegou ao absurdo de votar em Augusto Aras, um bolsonarista, na PGR (a instituição que pode blindar a Presidência da República). Um erro que desperdiçou a potencialidade do Grito do Excluídos.
A frente ampla esvazia as ruas e é o caminho para derrotas econômicas e sociais
No último final de semana, durante os congressos do PSOL, dizíamos que “Lula chegou a fazer um pronunciamento no dia anterior que sequer citava que parte da oposição construía atos pelo país. Freixo, no Rio de Janeiro, militou contra os atos e fez postagens nas redes sociais dialogando com as forças de segurança e colocando um símbolo de ‘baderna’ entre os atos do governo e da oposição… Trata-se de um desdobramento da política da frente ampla. Buscar aliados patronais tem implicações na luta de classes. O preço a se pagar é ficar refém dos instrumentos do regime e dos ritmos que os setores burgueses estão dispostos a aplicar. As cúpulas da oposição querem que nós sejamos expectadores das disputas que se resolvem no campo de batalha deles e não nas ruas” (cstpsol.com). Ao invés de uma frente ampla, devemos construir uma Frente de Esquerda e Socialista sem patrões, com PSOL, UP, PCB e PSTU.
Das palavras aos atos: exigir a construção do dia 02
A CST, como integrante da articulação Povo na Rua, luta pela ação direta nas ruas. Por isso, vamos construir o dia 2 de outubro. Exigimos que a CUT, UNE, CTB e MTST se joguem efetivamente nessa data. Isso é importante, porque, na maioria das vezes, as direções da campanha Fora Bolsonaro não concretizam a convocação das datas que eles mesmos votam. Devemos exigir e lutar para que o dia 2 não fique restrito a moções virtuais. Por isso, devemos levar essa data aos sindicatos, DCEs, federações, grêmios, confederações, CAs/DAs, movimentos LGBTs, negros e negras, ambientais e aprovar sua construção.
Por um programa econômico e social alternativo
Para sair da crise é preciso medidas urgentes contra a fome, a miséria e o desemprego capitalistas. Por aumento emergencial de salário já, pelo gatilho salarial para repor automaticamente as perdas da inflação, pela imediata redução do preço dos alimentos, gás, gasolina e das tarifas de luz, água e aluguel. Pelo não pagamento da dívida, taxação dos bilionários e dos lucros das multinacionais para garantir auxílio emergencial, um plano de geração de empregos públicos, vacinação massiva e ampliação das verbas dos hospitais, postos de saúde, escolas, creches e universidades.
Defendemos o Fora Bolsonaro e Mourão já, sem esperar 2022. Nossa proposta de fundo é lutar por um governo da classe trabalhadora, que rompa com o capitalismo, com a dominação imperialista, rumo à construção de um Brasil Socialista, sem fome, miséria, corrupção, sem burocratas, empresários parasitas e exploração.