Apoio internacional: Contra a insegurança salarial e laboral na UNAM!
Solução para as demandas dos alunos!
As professoras e professores de disciplinas, assim como auxiliares da UNAM, iniciaram uma luta pela defesa de seus direitos trabalhistas mais elementares, buscando reverter o modelo de precariedade que se impôs no ensino médio e superior ao longo de várias décadas.
Tudo explodiu com a retenção de salários a que foram submetidos centenas de professores de várias faculdades, incluindo Ciências, Economia e Ciências Políticas. Rapidamente, outros casos foram evidenciados em outras faculdades da universidade, bem como em escolas de bacharelado universitário.
Após o final do semestre 2021-1, em fevereiro de 2021, a UNAM devia salários e os respectivos benefícios, com a única explicação de problemas administrativos derivados da pandemia que obstruíam o trabalho da Direção de Pessoal da Instituição; ao mesmo tempo, as administrações locais reconheceram a demora nos procedimentos e o descuido na atualização das informações sobre a carga horária e a titulação dos professores beneficiários de programas de incentivo à docência.
Porém, a indignação que motivou este descumprimento levou a uma reflexão mais profunda, na qual se identificou rapidamente a causa última da situação inaceitável de que são vítimas os professores universitários, a imposição de um esquema de desvalorização da força de trabalho de mulheres e homens sobre os quais repousa até 60 por cento do trabalho educacional da UNAM. Precariedade que também acarreta desprezo, discriminação e maus-tratos por parte das autoridades universitárias.
Na maioria dos casos foram ignoradas as justas reivindicações dos acadêmicos, de modo que não demorou a acontecer a organização das assembleias setoriais, além das assembleias de estudantes que provocaram a discussão de ações para exigir o cumprimento dos direitos e a elaboração de documentos de petição que incluem demandas com o propósito de reverter o declínio na renda e nos benefícios do pessoal acadêmico.
Foi na Faculdade de Ciências que foi aprovada pela primeira vez a execução de uma paralisação por tempo indeterminado, com uma votação em que participaram mais de 5 mil membros da comunidade, entre os quais se encontravam cerca de mil professores.
Mais tarde foi na Faculdade de Ciências Políticas, onde a paralisia por uma semana foi aprovada em assembleia. Quase simultaneamente, a greve por tempo indeterminado foi aprovada na Faculdade de Estudos Superiores (FES) de Zaragoza, no dia seguinte o mesmo aconteceu na Faculdade de Economia e, como em cascata, nas FES Aragón, Iztacala e Cuautitlán, nas faculdades de Direito, Medicina, Engenharia, Química; na Escola Nacional de Enfermagem e Obstetrícia, na Escola de Línguas, Lingüística e Tradução, na Escola Superior da Unidade de Juriquilla, onde todas tiveram votos massivos e foi decidido aderir à greve.
No momento da redação deste texto, várias escolas de nível superior, bem como o bacharelado e a pós-graduação da UNAM se preparam para realizar assembleias nas quais será discutido o apoio ao movimento.
A luta é contra a violação dos direitos mais elementares, mas é necessário, como confirmam os documentos de petição aprovados nas assembleias, avançar em questões cruciais como a estabilidade no emprego, o aumento salarial, a integração de gratificações, incentivos e benefícios extraordinários para o salário-base, a gestão democrática do orçamento e a total transparência dos recursos. Além disso, em decorrência da situação emergencial imposto pela pandemia, e da realização do tele trabalho acadêmico, é imprescindível que seja concedido um bônus especial para cobrir as despesas já realizadas e aquelas que são feitas no retorno às aulas presenciais, em conectividade com a Internet, equipamentos de informática e outros suprimentos necessários para o ensino de aulas online. Essa, entre tantas outras demandas específicas de cada campus ou de diversos setores de professores.
O mais importante é fortalecer a luta, unificá-la, estendê-la a toda a UNAM para que se torne a mesma batalha da maioria da comunidade universitária e obrigue as autoridades a responder positivamente às demandas.
Ao mesmo tempo, é necessário ver o resto das instituições de ensino médio superior e superior no país, onde se vive situação semelhante ou ainda pior, como é o caso do sistema denominado Prepa online, onde outras aberrações como a subcontratação do pessoal acadêmico, além de todas as agruras já relatadas na UNAM. Assim, pode-se avançar na luta nacional para erradicar a precariedade do trabalho docente, para que prevaleça a dignidade e a profissionalização do trabalho acadêmico.
Nós do Movimento ao Socialismo nos colocamos a serviço desta batalha, nos solidarizamos com os universitários, com os estudantes mobilizados e uniremos nossos esforços para fortalecer as denúncias feitas e assim contribuir para uma resposta positiva aos documentos de petição levantados pelas assembleias.
Movimento ao Socialismo (MAS), seção mexicana da Unidade Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, Quarta Internacional (UIT-CI)
Veja declarações em vídeos das seções da UIT-QI da Argentina, Venezuela, Estado Espanhol, Brasil e outros países em solidariedade a essa luta na página eletrônica do MAS (seção da UIT-QI no México).