EDITORIAL | Chega de calendários dispersos e atividades isoladas! | Combate Socialista nº 125
Em meio à crise sanitária e social do país e ao colapso dos hospitais, governados por um genocida, os ataques não param. Privatizações são engatilhadas. A linha do governo e do Congresso corrupto é “passar a boiada” retirando direitos. O ajuste fiscal está sendo aprovado, destruindo os serviços públicos. Não temos outra saída que não seja nos organizarmos e lutar.
Dispersar calendários é a receita para as derrotas
Até aqui, as centrais sindicais, os partidos de oposição, o movimento estudantil e os movimentos sociais não canalizaram a indignação contra o presidente Bolsonaro para uma efetiva jornada nacional de lutas unificada. As plenárias da campanha nacional Fora Bolsonaro e demais reuniões da oposição lançam dezenas de calendários a cada semana, desperdiçando a energia dos ativistas. Muitas vezes, nem mesmo as datas nacionais são concretizadas, enquanto se constroem outros calendários ainda mais dispersos nos estados e municípios. Isso não é por acaso. Esses dirigentes não apostam na organização das bases de forma unificada. Eles apostam numa estratégia eleitoral para 2022, por meio de coligações com partidos dos empresários (os mesmo que apoiaram Bolsonaro e apoiam os governadores que nos massacram nos estados). Isso é a receita para a derrota e a perda de direitos sociais. Isso permite o fôlego para Bolsonaro governar até mesmo da forma como vem governando. Ademais, essa linha aplicada ano passo só fortaleceu nossos inimigos do PSDB e DEM, partidos capitalistas que atacam a classe trabalhadora.
Num mesmo dia, todos juntos contra Bolsonaro
O que precisamos é de uma ação unificada do conjunto da classe trabalhadora e dos setores populares. Um plano de lutas bem construído e divulgado. Nós, da CST, dizemos que os trabalhadores e jovens precisam exigir que Lula, a CUT, a CTB, o PT e o PCdoB, abandonem essa linha de passividade e fortaleçam a mobilização unificada, nas ruas, locais de trabalho e moradia. Em primeiro lugar, convocando um grande protesto nacional, em uma única data, o que pode ser feito nas plenárias da campanha nacional Fora Bolsonaro. É preciso exigir que o PSOL e seus parlamentares, o MTST, o PCB e a UP construam um polo alternativo às cúpulas burocráticas das maiores entidades nacionais.
Assim, o conjunto dos ativistas desses movimentos poderiam atuar de forma coordenada. Poderíamos unificar movimentos moleculares, como as carreatas da Apeoesp, em sua luta pela vida; protestos dos metalúrgicos da Ford; atos, como o das terceirizadas da educação do Rio; greves, como a dos petroleiros da Bahia; e paralisações, como a dos rodoviários de Uberlândia. Poderíamos realizar uma efetiva paralisação no dia 24, como prometem fazer os servidores do Hospital Cardoso Fontes, ou unificar com carreatas, como a dos enfermeiros do DF, no dia 28.
Esse é o caminho para enfrentar os ataques e, juntos, nos organizarmos para reivindicar vacinação geral pelo SUS; por lockdown efetivo, com auxílio emergencial e licença remunerada; pela reposição das perdas salariais; por um plano de geração de empregos e recuperação dos serviços públicos. Vamos batalhar por uma efetiva jornada nacional de lutas.