EDITORIAL | Para deter o genocídio e a fome, CUT, UNE e MTST precisam organizar jornada nacional! | Combate Socialista nº 124
A pandemia entra em seu pior momento, sem que a vacinação avance. De acordo com os secretários de saúde, vivemos dias difíceis. Há uma nova variante do vírus, mais contaminante e agressiva, e quase não há mais leitos. O Brasil, governado por Bolsonaro, entrou em colapso.
Ao mesmo tempo, avançam a fome, o arrocho e o desemprego. Não há auxílio emergencial e o desemprego cresce. Quem está empregado sofre com o congelamento salarial, retiradas de direitos ou redução salarial. Os deputados e senadores fazem jogo de cena, prometendo um “auxílio” de R$ 200 para esconder que pretendem acabar com os serviços públicos.
Bolsonaro, Guedes e os governadores são os responsáveis
Bolsonaro e Guedes prometiam acabar com os direitos e com a aposentadoria para supostamente gerar empregos e o país “não quebrar”. Os governadores aplicaram essa mesma agenda. Eles mentiram para o povo trabalhador. A verdade é que o país está quebrado, amarrado aos banqueiros internacionais, e o desemprego aumentou.
Mas nem todos perderam. Bolsonaro e os governadores beneficiaram os capitalistas por meio do pagamento da dívida externa e interna. De acordo com a Auditoria Cidadã, em 2020 “os gastos com essa dívida atingiram R$ 1,381 TRILHÃO, quantia 33% superior ao valor gasto em 2019”. Enquanto morremos de covid-19 ou ficamos sem salário, os banqueiros festejam.
Para defender nossas vidas, lutar por vacina, lockdown e salário
Para deter esse genocídio e a fome e defender a dignidade do trabalhador, é preciso organização e luta coletiva. As direções majoritárias da CUT, CTB, MST, MTST e UNE precisam convocar uma jornada nacional. É preciso medidas urgentes, começando pelo não pagamento da dívida externa e interna e taxação das grandes fortunas, para ter dinheiro para vacinação geral, para garantir salários e efetivar um lockdown – o fechamento geral de tudo pelos próximos 15 dias –, evitando o colapso dos hospitais. Um lockdown de verdade, com auxílio emergencial e licença remunerada. Com esses recursos, produzir vacinas de forma soberana, a partir da quebra de patentes. Utilizar o parque industrial existente – e fábricas fechadas, como a Ford – para produzir o necessário para o combate à covid-19. Propostas que só virão a partir da mobilização unificada.
A situação é grave e não pode ter vacilação!
Temos que batalhar para mudar a atual linha de dispersão de calendários imposta pelas lideranças das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Após as carreatas de janeiro e fevereiro, o movimento desaproveitou o 8M, dispersando forças em dezenas de datas e ações parciais. Isso tem que mudar. Precisamos fazer como os movimentos negros e as torcidas antifascistas, que organizaram protestos no ano passado para não morrerem de forme, de bala ou de covid-19. Exigir, como fizeram várias comunidades em 2020, sabão, água e auxílio emergencial. Organizar reuniões nos locais de trabalho, abaixo-assinados por álcool gel e pelo afastamento dos trabalhadores dos grupos de risco. Exigir o congelamento dos produtos da sexta-básica e das tarifas de luz, gás, internet, gasolina e reposição das perdas salariais.
Os calendários precisam partir da luta de algumas categorias contra cortes de salário ou cortes de direitos, partindo de movimentos como o do Banco do Brasil, dos terceirizados da educação no Rio, dos rodoviários de Minas, o indicativo de greve dos petroleiros da Bahia e outros estados e unificar esses movimentos. Partir das campanhas salarias que recém iniciam (como a dos garis), das categorias que precisam se organizar contra a privatização (como os petroleiros e Correios), dos setores que precisam enfrentar ataques (como servidores e professores), dos movimentos dos educadores contra a reabertura das escolas sem vacinação, num único calendário centralizado. Unidos e mobilizados somos mais fortes e podemos resistir aos ataques.