EDITORIAL | Após as eleições, unificar a oposição num calendário de lutas da CUT, UNE e MTST | Combate Socialista nº 120
As eleições terminaram e expressaram uma derrota eleitoral dos candidatos apoiados pelo presidente Bolsonaro. Diferente de 2018, não houve um tsunami da extrema direita e hoje o presidente não possui mais fortes aliados nos maiores centros urbanos. Apesar de sair mais fraco do que entrou nessa disputa, Bolsonaro não está definitivamente derrotado: ele segue governando, ainda possui uma base social e não pode ser subestimando. A extrema direita precisa ser enfrentada por meio de um calendário unificado de lutas e essa é a principal tarefa para 2021.
Também vimos nas urnas um avanço da direita clássica (DEM, PSDB e MDB), que já governou o país com FHC e Michel Temer. Eles aparentam ser uma alternativa a setores dos trabalhadores e do povo diante das atrocidades cometidas por Bolsonaro. Mas se trata dos mesmos que seguem aplicando medidas contra a classe trabalhadora via Congresso Nacional, presidido por Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Nos estados em que governam, como em SP com Doria, aplicam medidas contra o povo trabalhador. No caso de cidades como Rio de Janeiro, o futuro prefeito Eduardo Paes do DEM promete um plano de austeridade para o início da gestão. Ou seja, em meio ao avanço da contaminação da COVID-19 (cujos dados foram escondidos durante as eleições) e diante do avanço da pandemia de fome, arrocho e desemprego, essa direita clássica pretende seguir massacrando os trabalhadores e setores populares. Também são nossos inimigos e precisam ser enfrentados com centralidade em 2021.
Enfrentar os ataques de forma unificada
É uma tarefa da CUT, CTB, UNE, MTST, das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular construir um calendário de lutas para enfrentar esses ataques unificadamente e não perder nenhum direito. Um dia nacional unitário contra Bolsonaro, Rodrigo Maia e os governadores e prefeitos, em defesa da reposição das perdas salariais, por empregos e concursos públicos, contra o racismo e em defesa das pautas feministas. Contra as privatizações e em defesa das estatais. Uma jornada que luta por vacina e tratamento urgente para a COVID-19 e mais investimentos na saúde.
Em 2021, podemos confluir com os atos dos servidores públicos contra a Reforma Administrativa, tomando medidas sanitárias adequadas. Podemos nos somar ao movimento de mulheres ou ao movimento negro, no dia 8 de março ou 14 de março. Devemos aproveitar janeiro e fevereiro para organizar pela base, com assembleias democráticas e reuniões por local de trabalho, estudo.
A CUT, UNE, MTST poderiam construir uma plenária nacional sindical e popular envolvendo centrais, sindicatos, entidades estudantis, negras e feministas para coordenar ações e construir um programa econômico e social alternativo.
Um programa alternativo para enfrentar as pandemias da COVID-19 e da fome e arrocho
São necessárias medidas urgentes contra a fome, a miséria, o arrocho e em defesa dos serviços públicos. Defendemos a manutenção e ampliação do auxílio emergencial e um plano de obras públicas para combater o desemprego, garantindo a estabilidade no emprego. Pelo congelamento e redução do preço dos alimentos e serviços básicos e pela reposição de todas as perdas salariais. Defendemos o não pagamento da dívida e a taxação das grandes fortunas, direcionando mais verbas para saúde, educação e salários. Um programa que a CSP-CONLUTAS apresentou nesse segundo semestre.
O PSOL e sua forte bancada parlamentar nas capitais, bem como lideranças como Boulos, que obteve 40% dos votos em São Paulo, e Edmilson, que se elegeu prefeito de Belém, podem cumprir um papel-chave na construção de uma forte oposição nas ruas e a construção desse programa alternativo com reivindicações econômicas e sociais.
COMBATE SOCIALISTA
Sumário do Jornal Digital nº 120
Dezembro/2020 Primeira Quinzena
(próprio para leitura em smartphones)
Sumário
Editorial | Após as eleições, unificar a oposição num calendário de lutas da CUT, UNE e MTST | pág. 2
Boulos e o PSOL fazem uma grande eleição em São Paulo | pág. 3
Derrotar o projeto privatista e autoritário de Bolsonaro e Milton Ribeiro para a educação | pág. 4
Os trabalhadores e a juventude brasileira deram um voto antirracista em 2020 | pág. 5
O resultado eleitoral e as tarefas da esquerda socialista | pág. 6
Organizar a luta contra o ajuste dos governos | pág. 7
O triunfo eleitoral e os desafios do PSOL em Belém | págs. 8 e 9
A frente ampla é a saída? | pág. 10
Nosso balanço do mandato do Babá na Câmara do Rio | pág. 11
Campanha Financeira Precisamos do seu apoio | pág. 12
Assine o Jornal Combate Socialista Impresso e Digital
Preencha o formulário abaixo ou nos envie mensagem nas redes sociais que entraremos em contato com você.