PERÚ | Botar para fora Vizcarra, o modelo corrupto, anti-operário e explorador
UNÍOS na Frente Ampla. Lima 11 de setembro de 2020
Tradução: Manu Sousa
Desde a UNÍOS, na Frente Ampla, não defendemos nenhum governo corrupto, nem Vizcarra frente a apresentação da sua saída, que obteve 65 para sua aceitação, nem a Alarcón e seus sócios, que buscam se apresentar como alternativa e esconder seus passados mafiosos. Nenhum deles vai resolver os problemas urgentes, porque em que pese seus atritos, todos estão de acordo em sustentam a continuidade desse modelo. Contra eles impulsionamos uma saída de fundo e um projeto político alternativo, que nada tem a ver com essas manobras e debates nos céus que buscam confundir o povo. Chamamos a lutar por um plano que acabe com o modelo econômico fujimorista que todos os governos sustentam.
Vamos à luta por uma saída anticapitalista contra o governo de Vizcarra e as manobras do Congresso!
Os “áudios Vizcarra” demonstram que todos os que governaram o país são na verdade corruptos inescrupulosos que governam para os grandes empresários. Esses áduios, onde fica claro que o presidente Vizcarra teve sim relação na contratação de Richard Swing, só mostra a ponta do iceberg do regime político em decomposição que está infectado pela corrupção. Assim, a corrupção não é um fato isolado, é orgânico e estrutural do sistema capitalista e é o mecanismo em que o governo, seus funcionários e grandes empresários empresários competem entre si pela repartição dos negócios capitalistas no Estado.
O caso de Swing é uma gota no oceano da corrupção capitalista. No congresso se escandalizaram com S/. 175 mil que o imprestavel “Richard Swing” recebeu enquanto escondem os S/. 23,297 milhões que o modelo corrupto roubou só em 2019, entre os governos e empresas contratadas que negociam as obras públicas com o ministro de transporte, e também na saúde e educação do povo (Gestão, 11-9-220); Negócios que foram executados com a boa vontade e impunidade de todo o aparato do Estado, desde a Justiça, o Parlamento, até as Forças Armadas.
O único enfrentamento frontal contra a corrupção é a batalha pelo fim do capitalismo, e por colocar a economia do país a serviço do povo trabalhador por meio de uma gestão democrática do povo organizado. Todas as outras propostas não são mais do que dar Aspirina para um câncer que adoece o país.
A crise política e o novo enfrentamento para que o bolo da recuperação seja partilhado
A crise política aberta em 2016 se aprofunda frente o impacto da maior crise economia, social e política da história do capitalismo com o Coronavírus. A recuperação econômica impulsionada pelo governo busca recompensar os lucros capitalistas para reverter a queda do PIB de – 12% em 2020 à um crescimento de 10% em 2021, o maior desde 1994; segundo o Marco Macroeconômico Multianual 2021-2024. Essa recuperação será imposta por meio de um brutal ataque contra a classe trabalhadora e o povo pobre com menor remuneração, mais informalidade e menos direitos. Com essa grande acumulação de lucros que os empresários preveem, diversos setores patronais se digladiam entre si para ver como será repartido o bolo que conseguirão da maior exploração e opressão dos trabalhadores. Os “capitalistas emergentes” – representados no parlamento pela APP, UPP, Podemos Peru e outros – querem participar da partilha e nesse sentido enfrentam no andar de cima o governo com posições radicalizadas para melhor negociar seus privilégios de classe.
Nem com Vizcarra, nem com o Congresso. Só com o povo em luta.
Estamos contra toda a política do governo e rechaçamos as manobras do Congresso que se aproveitam da situação de crise para melhor negociar seus interesses enquanto o povo vive na miséria, na informalidade, no desemprego, sem direitos, ou morre asfixiado nas portas dos hospitais em colapso. Contra Vizcarra e a falsa oposição defendemos uma saída independente e anticapitalista, que com a mobilização e luta imponha as medidas de fundo que precisamos.
Frente a essa crise econômica brutal não há lugar para medidas intermediárias, nem para o abstencionismo. Não se pode cuidar da suposta “democracia” para os ricos assustando oo povo trabalhar, dizendo que há um golpe de Estado em curso, como afirma o governo e um setor da esquerda – entre eles a dos congressistas da Frente Ampla, que se abstiveram ou votaram contra a moção de saída do governo e não postularam uma saída de fundo – que de maneira covarde garante a governabilidade de Vizcarra no Acordo Nacional e que transforma o Pacto Peru em seus advogados de defesa. Não há lugar, muito menos, para confiar nos movimentos parlamentares que junto a um setor busca mudar a corrente mandante do Estado, como se muda de gerência em uma empresa; muda a gerência, mas a política segue a mesma.
Vamos por um plano econômico alternativo
Desde a UNÍOS na Frente Ampla chamamos os trabalhadores em luta, as organizações sociais, políticas e por local de trabalho, a colocar de pé uma coordenação nacional para impulsionar um plano de luta consequente, que unifique as lutas de todos os setores e para romper o isolamento que impõe as direções sindicais e políticas traidoras, que se esforçam mais em sustentar a governabilidade de Vizcarra que em defender o povo trabalhador.
Para enfrentar a reativação econômica neoliberal; o modelo, e o continuísmo, levantamos cinco propostas para sair da crise. Primeiro: Imposto sobre as grandes fortunas empresariais. Acabar com os subsídios e exonerações que levam S/. 17 Mil milhões anualmente e cobrar as dívidas dos empresários que há décadas não são pagas ao Estado. Bonificação de S/. 1000.00 para deter a fome. Aumento dos salarial, das aposentadorias e para desempregados já! Segundo: Anulação da suspensão de trabalhos e das férias coletivas. Proibição das demissões e suspensões. Repartição das horas de trabalho. Comissões de segurança e higiene nos locais de trabalho. Terceiro: Nacionalização do Banco e do Comércio Exterior para pôr fim a agiotagem e o saqueio dos banqueiros e das AFP. Quarto: Basta de precarização e trabalho informal! Nomeamento dos trabalhadores. Não mais CAS! Não mais terceirizados nem terceirização. Quinto: Dinheiro para a saúde e educação, não para os empresários e o FMI. Aumento, para já, de pelo menos 8% do PIB para saúde e nada menos que 6% do PIB para a Educação.