Manifesto da pré-candidatura de Babá a vereador do Rio de Janeiro
Somos trabalhadores grevistas e jovens indignados. Somos garis, professoras, merendeiras, APA´s, porteiros, servidores, estudantes, mulheres, negros e LGBTs. Em meio à catástrofe que se abate sobre a classe trabalhadora e a juventude, precisamos nos organizar e lutar. Nas eleições vamos utilizar o nosso voto para protestar contra Bolsonaro, Witzel e Crivella. Como dissemos em outras campanhas: “nada deve parecer natural, nada é impossível de mudar”. Convidamos você a construir nossas propostas, trazer sugestões e se engajar em nossa pré-campanha. Só a luta mudar a vida!
Nem o passado como era, nem o “novo normal” como está
A pandemia do coronavírus coloca um enorme desafio para a classe trabalhadora: o plano dos patrões e governos é aniquilar nossos direitos. Nossas lutas serão o caminho para enfrentar esses ataques aos salários e aos empregos e para impedir a continuidade da política genocida da extrema direita e seus cúmplices no parlamento e nos governos estaduais. Para não morrer de fome, de covid-19 ou das balas da PM racista, teremos de lutar de forma unificada. Exigindo que CUT, CTB, UNE e UBES convoquem uma jornada nacional contra Bolsonaro, Witzel e Crivella, contra as privatizações dos Correios e da Caixa, a reforma administrativa, a abertura das escolas e em defesa das universidades públicas, das pautas negras e feministas.
Diante de governos da extrema direita e em meio à crise capitalista, é necessário que o povo trabalhador não se engane com o discurso de que poderemos mudar nossa vida aliados a partidos que representam os patrões ou os que governam atacando direitos da classe trabalhadora e do povo. Esse discurso de conciliação de classes do PT, PDT, PSB e PCdoB fracassou. Não podemos esquecer que eles apoiaram Cabral e Eduardo Paes, que afundaram Rio em megaprojetos faraônicos e na corrupção. Os anos de coalização com Cabral e Paes, gestaram Witzel e Crivella. Os atuais governos do PT, PCdoB, PDT e PSB estão colaborando na abertura das cidades em meio à pandemia, aplicaram reformas da previdência contra os servidores estaduais, estão abrindo escolas (Maranhão), reprimindo manifestações antifascistas e antirracistas (Ceará). Infelizmente, colaboram com as políticas de Bolsonaro e Rodrigo Maia. Por isso, não são uma alternativa política para nossa classe.
Nós estamos com a companheira Renata Souza, pré-candidata a prefeita pelo PSOL, por entender que precisamos votar contra os representantes de Bolsonaro, Crivella e Witzel; por uma outra proposta, diferente dos que vêm governando o estado e a cidade. Batalhamos por um programa classista e de independência de classe nas lutas e nas eleições.
Um mandato a serviço das lutas
O companheiro Babá sempre utilizou os seus mandatos a serviço do apoio e solidariedade ativa às lutas dos trabalhadores e da juventude. Não é qualquer um que mantém essa firmeza de posições, quando o lado fácil da história é se vender, se adaptar ou deixar de falar a verdade em função de alianças espúrias. No parlamento, foi um megafone dos manifestantes, amplificando a voz das ruas. Babá seguiu a trajetória de presença nas lutas: garis, educadores, merendeiras, porteiros, profissionais da saúde, entregadores, servidores públicos, trabalhadores dos Correios, dos estudantes contra a máfia dos transportes. Além de construir as lutas contra o ensino remoto e a reabertura das escolas. Em meio à pandemia, esteve presente no enfrentamento da greve dos Correios contra o autoritarismo da PM. Babá é militante da CSP-CONLUTAS e seu mandato apoia as manifestações antirracistas e antifascistas, os atos das mulheres, os LGBTs e a campanha de Justiça pra Marielle e Anderson. Babá defende a necessidade de construir uma frente de esquerda e socialista, para as lutas e as eleições, que agrupe o PSOL, PCB, UP e PSTU. Por isso, estamos apoiando sua pré-candidatura. Queremos um manifestante combativo no parlamento, um socialista revolucionário na câmara de vereadores.
No parlamento, as leis de iniciativa do Babá são para fortalecer a mobilização: a lei de lavagem dos uniformes dos garis; a lei que garante direitos aos entregadores por aplicativos; ou a CPI das condições de trabalho nas escolas, que deu mais ferramentas na organização das merendeiras e APA´s e serviu para a luta contra o retorno das atividades escolares em meio à pandemia. Além de denúncias públicas em defesa dos direitos dos trabalhadores, na câmara de vereadores e encaminhamento de ofícios para os órgãos de fiscalização, como foram nos casos dos terceirizados das escolas municipais ou recentemente dos Correios. Outro exemplo é lei pela suspensão do pagamento da dívida municipal e a canalização dos recursos para as áreas sociais.
Uma história de coerência e luta
Babá é servidor público federal, professor da UFRJ. Após cumprir seu mandato anterior, voltou ao seu trabalho na universidade. Não aceita os privilégios dos políticos: recusou aposentadoria especial de parlamentar, vai ao parlamento de metrô e é usuário do SUS.
Babá foi fundador da CUT e do PT e se enfrentou contra a ditadura militar, sendo enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Contra o governo FHC, esteve nas ocupações do MST e ocupações urbanas. Quando o governo Lula aplicou a reforma da previdência, que retirou diretos dos servidores, em 2003, Babá preferiu ficar ao lado dos trabalhadores e foi expulso do PT, junto com Luciana Genro, João Fontes e Heloisa Helena. Foi um dos fundadores do PSOL. No Rio de Janeiro, esteve no comando de greve na greve das universidades, em 2012, e foi ativo nas passeatas e piquetes das greves dos garis, em 2014 e 2015.
Babá é da CST (Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores, tendência do PSOL), seção da UIT-QI (Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional). Por isso, realiza campanhas em solidariedade aos jovens chilenos, em apoio à rebelião negra nos EUA e luta pela unidade dos revolucionários, como no recente encontro latino-americano da FIT-U (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade).
Babá é a expressão da trajetória dos revolucionários no parlamento e será muito importante poder contar como um mandato assim nos próximos anos para derrotar a extrema direita.