A greve continua! Fortalecer atos, piquetes e ampliar a mobilização
A greve nacional dos trabalhadores dos correios segue com força. O brutal ataque do governo Bolsonaro e da direção da empresa no Acordo Coletivo de trabalho retirando 79 Cláusulas, o que ocasionará uma perda de até 40% do salário do trabalhador dos correios, explica a disposição de luta da categoria.
É importante entender que esse ataque é parte do projeto de privatização dos correios, pois baratear a mão de obra é fundamental para concretizar esse projeto. Também é parte de um processo maior de privatizar estatais como a Petrobras e a Caixa Econômica, de acabar com o serviço público, através da reforma administrativa, e de aplicar um ajuste estrutural que objetiva cortar pela metade o valor do auxílio emergencial.
É necessário destacar que a categoria está dando uma reposta à altura através de uma forte greve com ocupações, como a de Indaiatuba, atos, carreatas e fechamento de unidades mostrando firmeza e radicalidade. Tudo isso em meio a uma pandemia que já vitimou mais de 120 trabalhadores da empresa.
Não podemos confiar no TST
Por intransigência da empresa e complacência da justiça o nosso ACT foi para o dissídio. Os trabalhadores dos correios já tem experiências negativas com o poder judiciário, em meio a greve, com a recente votação do STF contra o prazo de dois anos de vigência do atual ACT. Em outras oportunidades já vimos decisões desfavoráveis do próprio TST que agora julga o dissídio, por exemplo, na aplicação da mensalidade no plano de saúde e da retirada de pai e mãe do plano.
A greve é o único instrumento que pode barrar os ataques. Não depositamos nenhuma confiança no TST e chamamos a fortalecer a greve para derrotar os ataques contra o acordo coletivo e para barrar a privatização. Apenas a união da categoria e a unidade com os demais trabalhadores e setores populares pode dobrar o TST e garantir nossos direitos.
Direções do Rio e SP precisam concretizar suas propostas de “greve total”
Diante da brutalidade do ataque e a intransigência dos generais que comandam a ECT opinamos que as direções dos sindicatos do Rio e São Paulo (FINDECT- CTB) não estão atuando a altura dos ataques. O problema está na falta de unidade para a ação, de calendários unificados, atividades de piquetes e atos nas grandes unidades.
A orientação equivocada de esperar o julgamento do STF para apenas depois construir o que eles chamam de “a greve total” criou uma falsa esperança em parte da categoria com esse tribunal. Alem disso colocam advogados na assembleia para falar contra os piquetes e não fazem nem sequer uma agitação em frente a Benfica. A carreata do centro do Rio, convocada pelo SINTECT, mostrou que a base comparece aos calendários de luta e que faz falta mais ações em comum e uma efetiva unidade da categoria. Por isso exigimos que a direção dos sindicatos se coloquem a frente dos piquetes, convoquem ações unificadas da greve e assembleias presencias democráticas.
Por outro lado a Articulação Sindical, da CUT, que dirige majoritariamente a FENTECT, deve concretizar o apoio a greve começando com ações na base dos petroleiros via FUP e com os metalúrgicos do ABC procurando a unificar e apoiar a greve dos trabalhadores dos correios.
Precisamos superar a fragmentação e construir um comando nacional de greve unificado, com sindicatos da FENTECT e FINDECT e nos estados comandos de greve e mobilização unificados com os grevistas e sindicatos das demais categorias para coordenar ações unitárias. O ato unificado dos sindicatos do estado de São Paulo no dia 8/09 é um importante passo e deve ter uma continuidade através atividades de piquetes e outros atos.
Fortalecer a greve para barrar os ataques
A greve continua e as direções sindicais devem fortalecer os piquetes, os atos de ruas e exigir que as centrais sindicais como CUT e CTB coloquem as suas bases em apoio a greve dos trabalhadores dos correios. Por exemplo, as centrais sindicais que assinaram a nota de apoio à greve devem articular a unificação das categorias em campanha salarial e construir uma greve unificada urgentemente para impor uma derrota a esse governo entreguista e ladrão de direitos. Essa é a proposta que nossa central, a CSP-CONLUTAS, apresenta ao conjunto das centrais sindicais dos pais: um dia de protesto nacional em apoio aos correios. É necessário também unificar com petroleiros, servidores, com a juventude que luta contra o Ensino Remoto, com as professoras que lutam contra a reabertura das escolas, com o movimento de mulheres e com os trabalhadores terceirizados dos correios que frequentemente padecem com atrasos de salários, assédios e pagamentos incompletos.