Os indignados voltaram às ruas
Espanha | Correspondente
Na quarta feira 20 de julho, em torno de trinta mil manifestantes protestaram em Barcelona contra os cortes no orçamento que atingem as áreas sociais, realizado pelo governo da Catalunha.
Havia expectativa de qual seria a magnitude da marcha. Após o despejo da Praça na cidade em 30 de Junho e o recuo em direção às assembléias nos bairros não havia acontecido nenhuma mobilização. No marco que começou o verão europeu e as férias.
Mas a resposta foi contundente e superou todos os cálculos prévios. Desde as 19 horas começaram a chegar à Praça da Catalunha as colunas dos bairros, de trabalhadores e de pessoas em grupos, famílias, estudantes. Arrancou a marcha vinte minutos depois, saindo da tradicional loja O Corte Inglês, passando pelo Paseo da Gracia, e finalizando às nove da noite frente à estação ferroviária vizinha ao Parlamento onde se aprovava o corte no orçamento.
Na marcha se misturaram jovens com gente de meia idade e trabalhadores. Destacavam-se as colunas e faixas dos trabalhadores da saúde. Com seus aventais brancos, eles são um dos setores mais afetados pelos cortes. Uma das faixas dizia: “Mais cortes no orçamento = Mais mortes”
Os prédios da Bolsa e dos bancos concentravam as maiores expressões de repudio. Quando se passava na frente, todos levantavam suas mãos e gritavam: “Mãos ao alto – Isto é um assalto”
Na frente da marcha, uma grande faixa dizia, em catalão: “A rua é nossa – não pagaremos sua crise”. Ao passar na frente dos prédios das centrais sindicais (UGT e Comissões Operárias) surgia uma vaia geral e se gritava “Greve Geral, Greve Geral!” Os indignados e as assembléias nos bairros estão propondo que seja convocada uma greve nacional para outubro.
O êxito da marcha de 20 de Julho dos Indignados de Barcelona, sem dúvida evidencia que o movimento continua vivo e tonifica a luta contra o ajuste do governo de Zapatero. Talvez preanuncie que finalizado o verão, as mobilizações cresçam no país inteiro.