Doria e direção do metrô debocham da vida da categoria: construir uma forte greve em 01/07!
COMBATE SINDICAL
Ontem foi confirmado o que já era esperado, Doria e a diretoria da empresa querem aproveitar a pandemia para rasgar nosso Acordo Coletivo, acumulado em 40 anos de luta.
Doria declarou guerra à categoria: enquanto arriscamos diariamente nossas vidas, quer tirar parte de nosso sustento e de nossas famílias. Uma crueldade que ocorre menos de uma semana após a morte do companheiro Armandinho, primeiro metroviário da ativa vítima da COVID-19. Em meio a tantos ataques que eles propõe, a “cereja do bolo” é o ataque ao Metrus, que avança muito no desmonte do plano mesmo em meio à pandemia.
Na reunião da diretoria do sindicato ocorrida ontem, todas as chapas indicaram o caminho da greve para responder a esse ataque. Isso é muito positivo, acreditamos que é necessário que a greve seja construída nos locais de trabalho por todos os setores da diretoria, em especial o setor majoritário (Chapa 1) que tem forte responsabilidade nesse momento.
Não tem dinheiro para pagar os metroviários?
A alegação não podia ser menos criativa ou falsa. O presidente Silvani (que acumula mais de 50 mil de ganhos mensais), diz que a empresa “não tem dinheiro”. Doria, representado por Alexandre Baldy, vai na trilha da mesma mentira. Não contentes em debochar das nossas vidas e de nosso trabalho, debocham da nossa inteligência também!
Dinheiro tem. Somente a renúncia fiscal de 2020 (dinheiro que poderia vir para os cofres públicos mas é deixado pelo governo para as grandes empresas) será de 17,4 bilhões! Para efeitos de comparação, segundo o próprio secretário Baldy, a estimativa de perda de receita para o METRO e CPTM em 2020, é de 800 milhões. Ou seja, era só pegar uma pequena parte (menos de 5%) da renúncia fiscal, e investir no transporte público. Isso tudo sem contar os repasses absurdos para a CCR operar as linhas 4 e 5.
Se cortar nossos direitos, vamos parar dia 01/07 em conjunto com os entregadores de aplicativo!
As mesas de negociação com a empresa não resolverão mais nada. Apontar a greve em conjunto com os entregadores fortalece os metroviários e os próprios entregadores. A unidade de duas categorias que cumprem um papel fundamental em meio à essa pandemia é muito importante para colocar os governos contra a parede e dialogar com a população que, em que pese arriscarmos nossas vidas, não somos valorizados.
Sobre a assembleia e o papel do nosso sindicato:
Além de apontar greve para 01/07, uma das questões que será discutida na consulta online é a necessidade de uma assembleia presencial no dia 30. Isso ainda não está garantido, pois a maioria da diretoria não se posicionou sobre essa medida necessária para a construção da greve e dos piquetes.
Obviamente não gostaríamos de estar discutindo sobre assembleias e greve em meio à pandemia. Porém, o metrô não nos deu outra opção.
Nossa proposta na diretoria do sindicato, ao lado dos companheiros da chapa 02 e 04, foi que o sindicato já apontasse uma assembleia presencial pro dia 30, para organizar a greve. Essa não foi a compreensão da maioria da diretoria, mas teremos votação na consulta online sobre o tema e a categoria vai decidir.
Para isso, o sindicato deve garantir medição de febre na entrada, máscaras, álcool gel e um distanciamento necessário entre os participantes.
A diretoria do sindicato terá um papel fundamental nessa mobilização. A negociação foi rompida pelo governo e a empresa, e nosso único caminho para defender nossos direitos é nossa organização e mobilização. Nesse sentido, a organização da greve do dia 01 e a presença dos diretores que não são do grupo de risco nas áreas será fundamental. Os coletes, adesivos e botons devem ser feitos o quanto antes para “aquecer as baterias” até o dia 01/07. Nesse dia vamos dar a única resposta que o metro e Doria merecem por desvalorizar nosso trabalho e nossas vidas: GREVE!