ARGENTINA | Sucesso da Plenária do Sindicalismo Combativo
Por: Guillermo Sánchez Porta, publicado em 28 de maio de 2020 no jornal El Socialista Nº 461. Traduzido por: Pablo Andrada
Na quarta-feira, 27 de maio, realizamos uma Plenária Virtual Nacional do Sindicalismo Combativo (PSC). No meio da pandemia, 300 dirigentes de todas as províncias participaram através da plataforma Zoom. E cerca de 20 mil seguiram a plenária ao vivo, pelo Facebook da PSC e nas plataformas das correntes sindicais. Juntaram-se à plenária mais de 60 dirigentes independentes antiburocráticos e de setores em luta, que ainda não eram membros da PSC, sendo que foi esse um dos principais objetivos que nos propusemos para convocá-la.
A sede da AGD (Azeiteira Geral Deheza) começou a receber alguns integrantes da Mesa Nacional da PSC que estavam coordenando a plenária, mantendo medidas de distanciamento social e sanitárias. Em nome da Mesa Nacional, foram abertas as falas da plenária. Alejandro Crespo falou pelo Sutna (Sindicato Único de Trabalhadores do Pneumático Argentino), Rubén “Pollo” Sobrero pelos Ferroviários e Guillermo Pacagnini pelo Cicop (Centro Internacional para Conservação do Patrimônio). Da província de Neuquén participou Alejandro López, representando os Ceramistas. Nesse instante foi quando a lista de oradores foi aberta para todos os participantes. Porém, foi necessário encerrar o ingresso à plataforma, pois ela estava sendo desbordada de companheiros que queriam participar, motivo pelo qual logo precisaram acompanhar os debates através do Facebook. A lista de oradores era tão extensa que, após mais de 3 horas e meia de debate, muitos companheiros não conseguiram falar. Logo após as considerações finais realizadas pela companheira Angélica Lagunas da ATEN (Associação de Trabalhadores da Educação de Neuquén) e Romina del Plá de SUTEBA La Matanza (Sindicato Unificado de Trabalhadores da Educação de Buenos Aires), o companheiro Jorge Adaro da Ademys (Associação Docente da Cidade de Buenos Aires) leu as propostas de resoluções consensuais, que foram endossadas pelo debate.
Que os participantes das principais lutas do país, junto a novos setores combativos, tenham decidido participar de nossa plenária, é o maior sucesso. Isso confirma que a PSC está crescendo e se tornando um polo de referência para os que lutam. É uma ferramenta ao serviço dos trabalhadores. Agora, é fundamental que todos os que participaram, ingressem na PSC comecem a participar nas ações, nos novos debates e nas reuniões que iremos organizando. Também que outras correntes, como o MAS e PTS, além de outros delegados antiburocráticos que ainda não são da PSC, reflitam e avancem nesse processo de dar um passo para a unidade imprescindível dos que lutam.
Na Plenária foram reafirmados muitos acordos importantes. Primeiro, que a criação da PSC há dois anos na cidade de Lanús foi uma grande decisão. Começamos a romper a dispersão dos que lutam, a avançamos em coordenar, unir e dar solidariedade às lutas, além de tirar declarações, nos reunir para enfrentar as patronais, as burocracias e o ajuste dos governos. Nossas propostas e ações foram permitindo que um setor começasse a ver a PSC como um polo de referência. Em toda lutas, em qualquer lugar do país, sempre tinha alguém da PSC para dar solidariedade ou até liderar diretamente as lutas, com a presença de camaradas e dirigentes do sindicalismo combativo.
Temos apelado permanentemente à unidade de todos os setores antiburocráticos e antipatronais. Fizemos declarações diante de grandes lutas ou fatos políticos que impactaram os trabalhadores. Encabeçamos as lutas contra os ajustes, como com os ferroviários do trem Sarmiento, o Sutna na empresa FATE, os médicos da Cicop, os docentes de Ademys e de outras províncias. Essa forma de agir com coerência, unitária e combativa é o que permite que dezenas de novos dirigentes que hoje estão na vanguarda das lutas no país, decidam participar desta plenária e começar a se integrar.
Foi emocionante ouvir e trocar informações com jovens dirigentes, que contaram suas experiências de luta. Houve grandes acordos em que as patronais e os governos se aproveitam da pandemia para enfiar um grande ajuste contra os trabalhadores. E tudo isso é feito com a cumplicidade explícita das burocracias sindicais, que assinaram um pacto com a UIA (União Industrial Argentina) e o governo, que permite esse corte nos salários e as demissões.
É por isso que quase todas as lutas em andamento estão sendo encabeçadas por novos dirigentes combativos, que passam por cima do boicote que a burocracia sindical da CGT (Confederação Geral do Trabalho) e da CTA (Central de Trabalhadores da Argentina) realizam. O fortalecimento da PSC é também uma maneira de nos juntarmos para romper o pacto da CGT – UIA – Governo. Também houve acordo em que, para enfrentar a luta contra o coronavírus e para que a crise não seja paga pelos trabalhadores, é preciso exigir que se configure um Fundo de Emergência estabelecido com fortes tributos para multinacionais, grandes empresários, banqueiros e que não seja pago mais um centavo da dívida pública. E que esse dinheiro seja usado para garantir saúde pública, salários, pensões e trabalho.
A Plenária também tomou resoluções, incluindo entre elas uma grande Jornada Nacional de Luta na terça-feira, 16 de junho, que será organizada com todos nós que participamos da Plenária.
Saímos todos muito contentes, com mais força para continuar aproximando companheiros e apoiando todas as lutas. Encerramos a Plenária ao grito de Não ao Pacto CGT – UIA- Governo! Basta de ajustes! Chega de burocracia sindical! Viva a Plenária do Sindicalismo Combativo!