FIM DOS BOMBARDEIOS RUSSOS NA SIRIA! FORA OS BOMBARDEIOS DA COALIZÃO EUA E UNIÃO EUROPEIA!
Viva a luta do povo sírio contra a ditadura de Bachar al Assad e do Estado Islâmico! | Nota da UIT-QI (www.uit-ci.org)
Já é uma semana que a aviação russa está bombardeando a Síria, supostamente contra o Estado Islâmico (EI), mas as denúncias são que também o estão fazendo contra os setores rebeldes inimigos de Bachar Al Assad. Pois o verdadeiro objetivo russo, aliado ao Irã, que também estaria enviando tropas, é apoiar e sustentar o sanguinário ditador.
A esquerda reformista e “progressista” festeja a intervenção russa como se fosse “antiimperialista”. Nada mais falso! Nem Rússia nem o ditador sírio tem nada de antiimperialistas!
Na Síria em 2011 iniciou-se uma revolução popular contra o regime de Bashar Al Assad, cuja família governa de forma ditatorial desde 1971. O povo sírio somou-se à onda revolucionária árabe iniciada na Tunísia e no Egito exigindo liberdade e justiça social.
Al Assad tem sido um governo capitalista aliado das multinacionais. Não tem nada de anti imperialista, e seu antecessor, o pai do atual ditador apoiou a invasão ianque ao Iraque. Frente a esta rebelião Bachar Al Assad respondeu com tanques, balas e bombardeios sistemáticos sobre cidades como Alepo, Homs e outras, desencadeando um genocídio com 300 mil mortos e 4 milhões de refugiados. Por este motivo o povo viu-se obrigado a se armar contra a ditadura. O aliado mais firme e que prove de armas a Bachar Al Assad é Rússia, junto com Irã.
Putin encabeça no seu país um regime capitalista e repressor. Eles contam com a base naval e Tartus na Síria. Os bombardeios russos, assim como o envio de tanques e “assessores” acontece frente ao retrocesso militar da ditadura, que somente contra 20% do território. Também, os iranianos estariam enviando tropas para sustentar o ditador sírio.
Em 2013 as monarquias petroleiras de Arábia Saudi e Qatar, com o apoio da Turquia, impulsionaram a formação de brigadas militares islâmicas, entre elas o Estado Islâmico, para acabar com o processo revolucionário, temerosos que a onda revolucionária chegasse nos seus países. A falta de uma direção revolucionária, o ódio a Al Assad e ao imperialismo, fizeram que o EI pudesse ganhar espaço no Iraque e na Síria. Mas o Estado Islâmico representa um projeto contra revolucionário de substituir uma ditadura por outra no estilo das monarquias petroleiras.
Que demonstra que Bachar al Assad não é uma vítima do imperialismo mas seu aliado, é que os EUA e a OTAN (França, Grã Bretanha e Turquia) afirmam que estão bombardeando o EI e não à ditadura! Com este argumento também bombardeiam os verdadeiros rebeldes e à população civil, e o ditador sírio conhece e autoriza as operações aéreas. E agora se soma Rússia, com a autorização tácita dos EUA.
O imperialismo ianque ficou enfraquecido na região logo após o início da revolução árabe em 2011, a queda das velhas ditaduras e sua obrigada retirada do Iraque. Isto provocou um descontrole regional, que afeta seu agente sionista: Israel. Por isso o papel atual de Obama não é o de promover caos, mas intervir para tentar reestabelecer a ordem contra as rebeliões populares. Sua limitada intervenção militar está a serviço de procurar uma saída negociada à crise da Síria, tentando que o regime de Bachar al Assad seja parte da negociação mas sem ele. EUA e a Rússia começam a entrar em acordo para procurar uma “transição” negociada e por este motivo aceitam a intervenção russa. Mas para Putin na “transição” deveria continuar Bachar Al Assad.
Em que pese a este brutal ataque em diversas frentes, a rebelião popular não acabou. Existe o que poderíamos chamar de uma “terceira frente de combate”. São milhares que lutam em Alepo, Homs, Idbis ou nos bairros de Damasco contra Al Assad e o EI. São as brigadas do Exército Sírio Livre, (ESL) as brigadas independentes, os conselhos revolucionários, os comitês locais e as brigadas curdas.
Sabemos que por trás das brigadas do ESL e de outras organizações existe influência política de setores patronais que integram o chamado Conselho Nacional Sírio (CNS) que procura uma saída negociada em Genebra com apoio dos EUA e da EU.
Os socialistas revolucionários apoiamos incondicionalmente aos rebeldes sem que por isso demos nenhum apoio político à condução política e militar do ESL e de outras brigadas. Devemos dar pleno apoio e solidariedade aos combatentes para derribar o ditador e derrotar o EI, é o povo que pode derrotar os dois. Não é fácil, mas é a única alternativa para o povo e a juventude da síria.
Neste marco, a UIT-QI é parte de uma campanha mundial de solidariedade com o povo sírio, com a consigna “Romper o bloqueio à revolução síria” acordada em Julho em uma reunião internacional realizada em Istambul, com as organizações da esquerda sírias, árabes, europeias e latino-americanas. Entre as atividades acordadas está a semana de solidariedade que está se realizando entre os dias 5 e 11 de outubro em 40 países, que defendem NÃO Á DITADURA, NÃO AO EI E NÃO AOS BOMBADEIOS DOS EUA E DA RÚSSIA!