#BoletimEletrônico | Quarentena geral para conter o coronavírus!
O coronavírus avança. São cerca de 165 mil casos confirmados e mais de 11.000 mortes (em 11 de maio de 2020), nos dados oficiais que estão muito subnotificados. O vírus cresce de forma exponencial nos locais periféricos onde não há condições de isolamento social e nos locais de trabalho que funcionam sem ser essenciais e sem condições adequadas. O mais provável é que o Brasil, em breve, seja o novo epicentro mundial da doença. As mortes, os pacientes sem leitos, a fome, o desemprego e a redução salarial aumentam. É preciso agir para enfrentar essa situação.
O presidente Bolsonaro tenta avançar com seu autoritarismo, trocando o chefe da PF do RJ para blindar sua família e realizando uma mini passeata (07/05) ao STF com empresários para cobrar o fim das medidas de isolamento social parcial nos estados, com o discurso mentiroso de que isso vai melhorar a renda do povo. Por outro lado, o Congresso Nacional, Maia e Alcolumbre aceleram o ajuste jogando a fatura na conta dos servidores federais (PL39), ao mesmo tempo em que garantem a compra de títulos podres em poder dos bancos na ordem de 1 trilhão de reais (PEC 10). O mesmo Congresso que é veloz para aplicar essa ajuste fiscal nada faz para acelerar o pagamento dos 600 reais aos trabalhadores desempregados e informais.
O aumento da contaminação e das mortes, o crescimento da miséria e do desemprego precisam ser enfrentados. O polo mais avançado dessa luta está no setor da saúde, organizado através dos sindicatos do setor. Foi quem primeiro se manifestou na rua, em frente do Palácio do Planalto e do STF, em Brasília. Outro exemplo é o HU (Hospital Universitário) da USP que realizou duas manifestações em defesa da saúde pública, organizado pelo SINTUSP. O HUAP, Hospital da UFF, realiza manifestação para protestar contra as mortes de duas servidoras do Hospital, uma delas ativista do SINTUFF. Ocorreu ainda uma manifestação da Frente Povo Sem Medo em São Paulo. O dia 12, da enfermagem, vai se convertendo numa data nacional de protesto dos sindicatos da saúde, dos sindicatos da FASUBRA, do Conselho de Enfermagem, da CSP-CONLUTAS e das trabalhadoras da enfermagem.
Infelizmente as maiores lideranças da oposição seguem a reboque das posições de Rodrigo Maia, do DEM. Nada concreto fazem contra o projeto autoritário de Bolsonaro. A bancada do PT no Senado votou favoravelmente ao PL 39 que congela o salário dos servidores. Ou seja, apoiaram no parlamento o projeto de ajuste fiscal de Rodrigo Maia, Alcolumbre e de Paulo Guedes. Nesse processo evidencia-se a falência do projeto de conciliação de classes da cúpula nacional do PT, pois o mesmo ocorreu meses atrás quando os governadores do PT e PCdoB apoiaram a reforma da previdência de Guedes e em seguida realizaram contrarreformas estaduais. Assim demonstra-se a necessidade de construir uma Frente da Esquerda Socialista com todas as organizações que estão contra a política de traição de classe da direção majoritária do PT e fortalecer um polo do sindicalismo classista expresso no ato classista do primeiro de maio da CSP-CONLUTAS e da INTERSINDICAL (Instrumento de Luta).
Nossa tarefa é apoiar os atos da saúde no dia 12 e dar continuidade a construção de atos nacionais, tentando coordenar os protestos das unidades da saúde e das demais categorias. A quarentena geral (o Lockdown efetivo) é o que aconselha o Instituto Fiocruz e pesquisadores de várias universidades para conter a pandemia. Logicamente isso está conectado com a luta para garantir o salário integral e os direitos sociais, o que deve ser obrigação dos empresários para que o trabalhador não seja penalizado. E ao mesmo tempo garantir um salário mínimo de renda básica a todos os desempregados, trabalhadores informais e precarizados, sem burocracia, pois o dinheiro existe e deve ir para o bolso do povo trabalhador. Para garantir recursos para investir no SUS (respiradores mecânicos, leitos, UTIs, testagens massivas, equipes de saúde da família, condições de trabalho nos Hospitais), renda básica aos que necessitem, fabricação de EPIs, máscaras e álcool gel, defendemos a suspensão do pagamento da dívida pública, a taxação das grandes fortunas e a estatização do sistema financeiro. É preciso exigir da CUT, CTB, Força Sindical, UGT e de suas federações e confederações a construção efetiva dessa luta e de um calendário de mobilização real (com ações nos locais de trabalho) rumo à greve geral contra o projeto autoritário de Bolsonaro e o ajuste fiscal de Rodrigo Maia, para que se realize imediatamente uma quarentena geral com salários e renda garantidos para a classe trabalhadora e desempregados.
Lutamos por:
- Quarentena geral com licença remunerada para todas as categorias que não são serviços essenciais! EPIs e condições de trabalho para trabalhadores da saúde e limpeza!
- Suspender o pagamento da dívida e investir no SUS e renda básica aos desempregados!
- Derrotar o plano criminoso de Bolsonaro! Revogação da PL 39 e da PEC10 votadas no Congresso Nacional de Maia e Alcolumbre!
- Fora Bolsonaro e Mourão