Proposta do governo para os SPF’s é uma vergonha!
| Nota da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST)
Em reunião realizada em Brasília dia 25/06 com 49 entidades do funcionalismo público federal, o governo Dilma, através do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, apresentou uma proposta de reajuste salarial para o conjunto dos servidores públicos federais que beira o ridículo. Reajuste parcelado em 4 anos, sendo: 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019, somando assim 21,3%. O que mais parece um parcelamento da “Casas Bahia”! Enquanto se realizava o anuncio, no país inteiro os SPF’s cruzavam os braços em uma paralisação nacional, somando-se aos grevistas das universidades. O anuncio do somatório das parcelas, 21,3%, estampado nas principais manchetes dos jornais visa dar uma aparência de que os servidores estão sendo beneficiados com um alto reajuste salarial, quando na verdade a proposta está muito abaixo da inflação que já beira os 9% e ainda engessa o funcionalismo por 4 anos. Entretanto, devemos avaliar que essa proposta, por mais ridícula que seja, é fruto das greves das universidades, do indicativo de greve da FENASPS e SINASEFE e da ameaça do conjunto do funcionalismo público federal que também pode entrar em greve, além da astronômica fragilidade do governo Dilma, que não aguentaria uma greve geral de todo o funcionalismo público federal. O que o governo quer é impedir um novo 2012, quando se realizou uma greve fortíssima de todo o funcionalismo público federal, que só não arrancou mais conquistas, porque as direções aceitaram a proposta indecente do acordo tri anual, que engessou o funcionalismo por 3 anos.
Dilma governa para os patrões, o agronegócio e os banqueiros
As votações das MP’s 664 e 665, a Lei de terceirizações e o corte no orçamento federal de 69 bilhões compõem o início do ajuste econômico que o governo Dilma (PT/PMDB) vem aplicando no país, fazendo com que os trabalhadores, o povo e a juventude paguem pela crise econômica. Enquanto isso, 47% do orçamento vai para os banqueiros, através do pagamento dos juros e amortizações da dívida pública, e os bancos seguem lucrando anos após anos. O agronegócio da usineira Katia Abreu tem sido outro setor beneficiado pelo governo, que disponibilizou em 2015, 187,7 bilhões em recursos para o setor, 20% a mais do que ano passado.
As empreiteiras são beneficiadas com grandes esquemas de corrupção, sendo o mais gritante o Lava Jato, uma rede de corrupção que envolve os principais partidos PT, PMDB, PSDB, que receberam recursos milionários. E o mais recente anuncio de privatização dos portos, aeroportos e rodovias é uma verdadeira “privataria petista”. Tudo isso comprova que este governo ataca os trabalhadores e em especial os servidores públicos federais, que já foram taxados de vagabundos e privilegiados para beneficiar o agronegócio predador, os banqueiros, as multinacionais, as empreiteiras e os políticos servis aos interesses dos capitalistas, como Lula, Dilma, o PT, o PCdoB, o PMDB e a antiga direita tucana, PSDB, DEM, etc.
Precisamos de uma greve unificada de todo o funcionalismo público federal
Não nos resta outra alternativa que não seja rejeitar esta proposta indecente do Governo, que não repõe sequer a inflação e ainda visa engessar por 4 anos os servidores, que devem seguir firme na luta.
A crise do governo é tão grande que Dilma encontra-se na beira do precipício, seus índices de aprovação são de 10%, caindo para 7% nas regiões operárias do ABC. Fruto de sua escolha, o povo hoje castiga o governo do PT que assumiu para si a aplicação dos planos de ajustes, o grande responsável pela miséria da população.
A única maneira de arrancar o reajuste salarial de 27,3% é a construção de uma poderosa greve de todo o funcionalismo público federal. A greve das universidades segue crescendo, os técnicos estão parados em todas as IFES e a greve dos docentes já atinge 36 universidades, sendo que a entrada das gigantes como a UFRJ e UFRGS nos dá uma possibilidade de fortalecer ainda mais a greve. O SINASEFE e a FENASPS votaram greve para início de julho, o judiciário federal já está em greve, só falta a CONDSEF, que infelizmente conta com uma direção governista que não quer encaminhar a greve. Será necessário que a base da federação passe por cima dessa direção para deflagrar a greve imediatamente. O dia 25/06, dia de paralisação, mostrou que há muita disposição do conjunto do funcionalismo público em cruzar os braços.
Somente a unificação das categorias em greve e a entrada de todo o funcionalismo será capaz de derrotar a política de ajuste fiscal do governo Dilma e arrancar de vez a pauta do funcionalismo. Papel importante também devem ter os companheiros da CONLUTAS e da Intersindical, que devem fazer todos os esforços para ajudar na unificação, dessa forma ajudar para o triunfo da greve. Cabe a unificação do Andes, Fasubra, Sinasefe, Fenasps, Judiciário Federal em ações unitárias com a realização de comandos unificados nos estados e a nível nacional e organizando fortes atos de rua, que esteja a serviço de fortalecer a greve, empurrar a que demais categorias do serviço público também entrem em greve.
26/06/2015
Corrente Socialista dos Trabalhadores CST – Tendência Interna do PSOL