Salvar a vida do povo trabalhador e não o lucro dos bancos! — Campanha A vida acima da dívida
Em 2019 os investimentos em saúde foram 4,21% do orçamento, em educação 3,48%, para a Ciência e Tecnologia (essenciais no combate ao Covid-19) somente 0,23% e para o saneamento 0,02%. Em contraponto, para o pagamento de juros e amortização das dívidas interna e externa foram destinados 38,27% do orçamento, cerca de 1 trilhão de reais. Há, portanto, uma explicação para estarmos pouco preparados para enfrentar a pandemia do coronavírus e suas consequências no aprofundamento da crise econômica e social.
Veja os dados completos da Auditoria Cidadã da Dívida https://auditoriacidada.org.br/conteudo/orcamento-federal-executado-pago-em-2019-r-2711-trilhoes/
Apesar da pandemia e da crise social essa política econômica criminosa permanece intacta
Em meio à pandemia que pode levar o sistema de saúde a um colapso e a um avanço da miséria, da fome e do desemprego, a política econômica que favorece unicamente os bancos e os empresários se mantém. A chamada “PEC de guerra”, do ministro Paulo Guedes e do deputado Rodrigo Maia, demonstra a pretensão de aprofundar o saque aos cofres públicos para favorecer os capitalistas. Governam a serviço dos bancos, das multinacionais e dos grandes empresários em prejuízo da classe trabalhadora e do povo. Durante a votação da PEC, o Partido Novo, que pratica a velha política no governo de Minas Gerais e é cúmplice dos crimes socioambientais da Vale, propôs emendas para reduzir os salários dos servidores públicos. Para proteger os lucros dos patrões, o governo Bolsonaro publicou a Medida Provisória 936, que permite ao empresariado suspender os contratos de trabalho ou reduzir salários em até 70%.
Veja nota técnica de Maria Lúcia Fatorelli sobre a PEC de Guerra https://auditoriacidada.org.br/conteudo/note-tecnica-pec-do-orcamento-de-guerra/
Para Bolsonaro, Guedes e Maia, os lucros estão acima da vida do povo trabalhador
Apesar de uma ou outra divergência no tema do ajuste fiscal, todas as principais autoridades colocam os ricos acima de tudo e os lucros acima de todos. Banqueiros e grandes empresas são a prioridade máxima. O Banco Central (BC) promoveu uma nova liberação de recursos para os bancos. O objetivo do BC é injetar R$ 1,216 trilhão no mercado financeiro, partindo da liberação de R$ 68 bilhões através da redução da alíquota de pagamento compulsórios para os bancos. Essa política de ajuda aos bancos não é sequer condicionada a alguma contrapartida em favor dos correntistas. Os banqueiros se preparam para fazer da catastrófica crise sanitária uma oportunidade de potencializar seus lucros, gerando um cenário completamente distópico.
As medidas e propostas impulsionadas no intuito de reduzir salários da classe trabalhadora, tanto da iniciativa privada quanto das estatais e do serviço público, ocorrem ao mesmo tempo que os opulentos acionistas dos bancos atravessam a quarentena do alto de suas mansões, sítios e coberturas, com todo tipo de luxo e regalias.
Nada revela melhor a hipocrisia do discurso patronal sobre a crise do que constatar que um pequeno número de banqueiros vai angariar 1,2 trilhão, enquanto 38 milhões de trabalhadores de baixa renda penam para conseguir receber R$ 600 (totalizando cerca de R$ 45 bi). Duvidamos que Maia, Guedes, Bolsonaro, os donos da Havan, do Madero, do Giraffas, ou algum dos condes e duquesas dos Setúbal, Moreira Sales, Aguiar e Safra, consigam vivem um dia sequer com essa quantia. O mesmo vale para os barões da família Marinho.
Veja a CSP- Conlutas na luta contra a MP do Arrocho e Desemprego http://cspconlutas.org.br/2020/04/mp-do-arrocho-e-desemprego-bolsonaro-autoriza-corte-de-ate-70-nos-salarios-e-suspensao-de-contratos/
Não vamos pagar pela pandemia e pela crise econômica
A lógica capitalista não faz o menor sentido. Parece um mundo bizarro onde tudo está distorcido e invertido. Não são os trabalhadores e os setores populares os que devem pagar pelo combate ao coronavírus e o agravamento da crise econômica. Já fomos penalizados demais ao longo dos últimos anos e somos os que mais sofremos com a pandemia. Somos a maioria que produz e somos nós trabalhadores que estamos arriscando a vida nos hospitais, no abastecimento e demais setores essenciais. Enquanto os milionários capitalistas, os magnatas dos bancos, os empresários do agronegócio apenas sugam nosso suor e nosso sangue, se apropriando do que produzimos com nossas mãos, nossos músculos e nossas mentes. Portanto, a vida tem que estar acima dos lucros dos banqueiros e empresários.
Temos de lutar por licença remunerada para todas as categorias que não atuam em setores essenciais, com estabilidade no emprego e manutenção dos salários. Por utilização integral de toda estrutura dos hospitais privados e dos planos de saúde, para combater a pandemia, fazendo valer o Sistema Único de Saúde. Utilização da estrutura hoteleira e dos imóveis dos grandes especuladores para abrigar todos os que necessitarem. Temos de lutar para garantir direitos sociais.
Tal como afirma o dirigente da CSP-Conlutas, Atanagoras Lopes: “Não precisam saquear os salários dos trabalhadores. Basta direcionar o dinheiro que hoje é desviado ao pagamento da ilegal dívida pública, que suga 40% do orçamento da União, para garantir o sustento dos trabalhadores formais e informais, dos mais pobres e para oferecer crédito e financiamento às pequenas e médias empresas”. É através do não pagamento dessa dívida ilegítima, imoral e ilegal que vamos garantir recursos para os direitos sociais.
É hora de salvar o povo trabalhador e não os lucros dos banqueiros e das grandes empresas. Convidamos você a travar conosco essa batalha, fortalecer essa luta e se somar a essa campanha. Defendemos a suspensão imediata do pagamento da dívida aos banqueiros e utilização integral de todos os recursos que estão na conta única do tesouro para as áreas sociais. Paralisar o mecanismo da dívida viabilizará recursos para investimentos robustos em saúde pública, novos leitos com ventilação mecânica, novas UTIs, novos hospitais, equipes de saúde da família e evitar o colapso do sistema de saúde.
Assine a PETIÇÃO https://auditoriacidada.org.br/conteudo/assine-a-peticao-auditoria-e-suspensao-da-divida-publica-para-destinar-recursos-a-calamidade-do-coronavirus/
É fundamental que as centrais, sindicatos, federações, os movimentos estudantil, feminista e negro batalhem pela imediata suspensão do pagamento da dívida e o fim dos repasses de recursos que alimentam os agiotas do sistema financeiro. É fundamental que a CUT e demais centrais organizem a luta por essa bandeira, concretizando o q está na recente plataforma unitária das entidades sindicais nacionais. Precisamos que as lideranças das oposições incluam essa reivindicação em seu manifesto, bem como as frentes povo sem medo e Brasil popular abracem essa causa.
Você que leu toda essa mensagem e concorda com a campanha pode ajudar como?
- Proponha essa bandeira em seu sindicato, Cipa, associação de moradores, DCE, grêmio estudantil, movimento feminista e onde mais seja possível;
- Divulgue a campanha nos suas redes sociais, repasse informação nos grupos dos seus amigos, vizinhos e da sua família.
- Envie sugestões e denúncias para nossa página.