ITÁLIA | Greve geral em 25 de março em meio à pandemia
Em plena crise causada pela pandemia do vírus COVID-19 (coronavírus), na Itália, onde a crise da saúde é mais grave do que no resto do mundo, com 70 mil contaminados e mais de 7 mil mortes, o governo e empresários continuam forçando quase 12 milhões de trabalhadores a comparecer aos seus locais de trabalho. Diante dessa situação, vários sindicatos convocaram uma greve geral nesta quarta-feira 25, em defesa de sua saúde.
“É a revolta dos trabalhadores. Desde as fábricas de metal de Lombardía até as do Piemonte, desde as fábricas de aço de Piombino aos altos fornos de Taranto, desde as empresas químicas e têxteis às empresas aeroespaciais e os estaleiros. Inclusive os construtores da nova ponte de Gênova pedem um descanso. Greves e protestos espontâneos daqueles que hoje se sentem reféns do trabalho, obrigados a desafiar o coronavírus, enquanto o resto do país fica em casa. ” (Jornal La República, 23/03/2020)
Enquanto as medidas de quarentena são extremadas, existem milhões de trabalhadores que devem continuar a frequentar seus empregos para evitar serem demitidos, suspensos ou por medo de não receber salários. Milhões de trabalhadores estão expostos ao contágio, sem medidas de segurança e higiene e que correm o risco de infectar suas famílias.
São cerca de 800 mil empresas com produtos não essenciais, que mantêm a linha produtiva e trabalham esses mais de 12 milhões de trabalhadores totalmente expostos. É por isso que, apesar da burocracia sindical da patronal e do governo, uma greve geral foi convocada para 25 de março. O setor metalúrgico de toda a Itália se juntará à greve, enquanto os setores de cada localidade vão se juntando e fortalecendo, como na Lombardia, a região mais afetada em todo o país.
Nós, da Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), somos solidários com o conjunto da classe trabalhadora e com os setores populares da Itália, que sofrem demasiado com a pandemia produto da destruição sistemática do sistema de saúde e da convivência do governo, a patronal e as burocracias sindicais, que arriscam milhões de trabalhadores ao contágio, mantendo as linhas de produção não essenciais. Apelamos aos trabalhadores do mundo para que se solidarizem e apoiem a greve geral italiana para que parem as linhas de produção não essenciais, para que desta forma os trabalhadores possam realizar a quarentena correspondente.
Unidade Internacional das trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional