Basta de assassinar a juventude negra e periférica! Doria é responsável pela chacina de Paraisópolis.
Texto Juventude Vamos à Luta
O governador João Dória (PSDB) tinha declarado, em Outubro de 2018, que a partir de Janeiro “a polícia atiraria para matar”. Um ano depois, a PM de São Paulo protagonizou uma verdadeira chacina na segunda maior comunidade da periferia de São Paulo, Paraisópolis. Nove jovens com idades entre 14 e 23 anos foram brutalmente assassinados enquanto se divertiam no famoso baile da 17.
Dória disse que a política de segurança não ia mudar, e que os militares seriam protegidos. A PM argumenta que houve troca de tiros, por isso haviam pessoas mortas e feridas. As imagens que foram amplamente divulgadas na mídia e viralizaram nas redes sociais, põem a nu a política de segurança dos governos. Nas gravações há policiais que gritam “vai morrer todo mundo”, policiais que riem sadicamente enquanto os jovens correm sem controle nenhum e são agredidos, e nenhum, absolutamente nenhum, sinal de troca de tiros ou avanço contra a PM. Os fatos desmentem o governador e a PM. A policia e a politica de Dória foram responsáveis por mais um massacre.
Os jovens de Paraisópolis morreram por serem negros e pobres
Bruno, Dennys, Guilherme, Denys, Eduardo, Gabriel, Gustavo, Luara, Marcos e Mateus tiveram o mesmo destino que Agatha e outros seis jovens no Rio de Janeiro. Em comum, o argumento de troca de tiros entre polícia e bandidos.
Os governos de Bolsonaro, Witzel e Dória são parte do mesmo projeto. Enquanto um orienta para atirar na cabecinha, o outro queria tirar dos ombros dos militares a responsabilidade por essa chacina. O governo Bolsonaro,por sua vez, é fanático pela repressão, já deu declarações através de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Guedes que teria que editar um AI-5 caso as coisas saíssem do controle no país. Bolsonaro enviou para câmara um excludente de ilicitude via GLO – Garantia da Lei e da Ordem – quando policiais poderiam reprimir protestos e não seriam responsabilizados por assassinatos se estivesse sob “forte emoção”. O excludente de ilicitude proposto por Bolsonaro e Sérgio Moro, chancelado por Dória em Paraisópolis, é uma licença para matar na periferia.
Justiça para os nove jovens de Paraisópolis
No dia 4/12, o governador João Doria recebeu familiares das vítimas e foi obrigado a mudar a postura, exigindo que a polícia acabe com “abusos que possam ocorrer”. A verdade é que São Paulo e Rio de Janeiro fazem parte dos estados que tiveram aumento em mortes causadas por policiais nos seis primeiros meses do ano. Em comparação de 2018 com 2019 os aumentos são de 2% e 15% respectivamente. A polícia de São Paulo é responsável por 1 a cada 3 mortes violentas da cidade. É preciso colocar em pauta o fim da Polícia Militar, e afirmar a necessidade de investigação independente dos crimes cometidos por esses agentes públicos.
Para ter justiça pelos jovens executados em Paraisópolis, Ágatha e todo o povo assassinado pelas mãos da PM, é preciso que seja por um juri popular, na justiça comum e não militar. Essa luta é uma luta contra os governos de Dória e Bolsonaro, que fecham os olhos para todos esses assassinatos. É necessário organizar um calendário de lutas, que envolva o movimento negro e das periferias, com o povo das comunidades de todo o país. Seguiremos exigindo justiça para Marielle e Anderson e para todos e todas assassinados pela política de segurança publica dos governos patronais.
Um plano econômico alternativo para investir em segurança
Os jovens são boa parte do batalhão de desempregados do país, bem como tem visto seus espaços culturais cada vez mais criminalizados ou marginalizados, uma vez que o investimento em cultura é ínfimo e o governo tem feito ainda mais ataques nesse campo, como censura a determinados temas de filmes.
Para promover segurança pública é preciso dar uma resposta a crise social que assola o país. Um plano econômico dos de baixo, que deve começar suspendendo o pagamento da dívida pública, que consome 40% do orçamento federal todos os anos, para que possamos reverter esse dinheiro para investir em educação e segurança, além de um plano de obras públicas que gere emprego, enfrentando os banqueiros e as empreiteiras, colocando o orçamento a serviço do povo pobre e trabalhador e não dos ricaços que governam e sempre governaram o país.■