Pará: Rodoviários da Forte estão lutando melhores condições de trabalho; chega de sujeira, insegurança nos finais de linha

| Foto: Felipe Melo

A situação dos finais de linha da empresa Viação Forte, uma das maiores da Região Metropolitana de Belém, cujo o dono é presidente da SETRANSBEL (Sindicato dos empresários do transporte), Sr. Paulo Gomes, é deplorável. No vídeo em anexo, o cobrador e cipeiro Márcio Amaral, militante da Unidos pra Lutar e CST-PSOL, denuncia as péssimas condições do final de linha das rotas Paar – São Brás e Curuçambá –UFPA. Para resolver os problemas, os rodoviários destas linhas fizeram uma paralisação dos trabalhos no dia três de fevereiro e receberam a promessa da empresa de que as mudanças serão feitas.

Além da sujeira que domina o banheiro e a sala do fiscal, que alaga quando chove, os rodoviários reclamam também da água que se bebe, que é da torneira, e da falta de bancos para os trabalhadores sentarem e descansarem entre uma viagem e outra.

“Queremos água mineral para o local, bancos, pois hoje o único banco que tem lá foi emprestado de uma igreja que fica perto do final da linha. Exigimos também uma maior limpeza e revitalização completa do local, pois até carrapato tem”, explicou, indignado, Amaral.

PARALISAÇÃO NA GUANABARA TEVE VITÓRIAS

A situação ruim nos finais de linha é uma constante na Forte. Não à toa os rodoviários da linha Guanabara paralisaram suas atividades no dia 20 de janeiro. O movimento durou duas horas e conquistou as melhorias tanto reivindicadas pelos rodoviários.

“Vamos ser transferidos para um novo local que nós mesmos indicamos. Voltamos a usar a geladeira, televisão, ventilador, coisa que estávamos proibidos pela patronal, porque eles queriam economizar energia elétrica, um absurdo. No mesmo dia da paralisação 24 ônibus foram recolhidos pela SEMOB devido as péssimas condições para os usuários. Mostramos a nossa força, paralisamos 100% e conseguimos todas as nossas reivindicações”, garantiu Márcio.

Seguindo o exemplo dos colegas de outras linhas, os trabalhadores da linha Icuí – Pres Vargas e Icuí – Ver-o-Peso também paralisaram na manhã do dia quatro de fevereiro. Neste final de linha, além da precariedade do local onde os rodoviários descansam entre uma viagem e outra, a rua não é asfaltada, gerando um grande lamassal que prejudica as manobras dos ônibus, além de deixá-los imundos para os trabalhadores e a população.

DILMA QUER TIRAR O SEGURO-DESEMPREGO E ABONO SALARIAL! ELA TEM QUE SER DERROTADA COM A NOSSA LUTA

Enquanto os patrões deixam os rodoviários com péssimas condições de trabalho, salário baixo e querem demitir muita gente, o governo da Dilma quer mudar de seis meses para o 18 meses o tempo necessário de trabalho para ter direito ao seguro-desemprego, para economizar dinheiro para pagar juros da dívida pública para os banqueiros.

Essa decisão da presidenta vai prejudicar principalmente os rodoviários mais novos e os jovens trabalhadores, que têm pouco tempo de empresa, e podem acabar demitidos antes de completar 1 ano e meio.

Além de Dilma, Jatene e Zenaldo estão querendo aumentar as tarifas de energia, de ônibus, os juros, e outras, deixando o custo de vida mais caro. Os governantes também querem fazer cortes de investimentos nas áreas sociais. Com isso, os serviços públicos devem ficar piores que estão.

Nas paralisações, a militância da Unidos pra Lutar e CST-PSOL estiveram presentes apoiando os rodoviários e conversando sobre os ataques que os patrões e os governos já estão aplicando contra a nossa classe. O panfleto nacional da Unidos, que fala da política de Dilma, foi entregue para os paralisados. Com a disposição de luta dessa categoria, saímos com o signo de que temos que seguir o exemplo dos rodoviários, garis, os jovens que lutam contra o aumento das passagens e os operários da Volks que conseguiram impedir 800 demissões com uma forte greve que paralisou 100% da fábrica, para reverter o ajuste.