Correios : Seguir na mobilização! Por uma paralisação nacional no dia 02/10
Os trabalhadores e as trabalhadoras dos Correios deflagraram uma forte greve no dia 10/09 – uma das maiores dos últimos anos – em defesa do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e contra a privatização da empresa. Seguindo a lógica do governo Bolsonaro a direção da empresa atuou de forma autoritária retirando- se da negociação e tentando aplicar um duro ajuste nos benefícios e salários dos empregados dos Correios. A greve foi uma grande reposta a esses ataques.
O governo Bolsonaro não negocia, só ataca e tem por objetivo retirar direitos, congelar salários e entregar o patrimônio público para a iniciativa privada. Esse projeto tem reflexos em nossa campanha salarial, por isso a dureza da direção da empresa na mesa de negociação.
A empresa justifica reduzir benefícios por conta do custo com a folha de pagamento. Mais uma vez responsabiliza os trabalhadores pelos custos da empresa e não fala nada sobre a perda de arrecadação via corrupção, com a participação de dirigentes do alto escalão, e o aumento de 21,8% do repasse as franqueadas.
A greve foi desmontada pelas direções da FENTECT * e FINDECT **
O papel das direções das duas federações (FENTECT e FINDECT) na campanha salarial foi a de todo momento apostar na “bondade” do TST e não no processo de mobilização. A FENTECT suspendeu a greve marcada para o dia 31 de julho e a FINDECT chegou a afirmar que a greve ajudaria o governo a privatizar a empresa. Tiveram de mudar de postura após o endurecimento da direção dos Correios, que mesmo diante da desmobilização das federações e o apelo do TST (Tribunal Superior do Trabalho), não concordou em prorrogar o ACT e ainda manteve todos os ataques aos benefícios e ao nosso salário apresentando uma proposta pífia de 0,8% de reajuste.
Erraram ainda quando anunciaram aos quatros cantos que a população ficaria contra a greve e que o governo empurrava a categoria para o movimento paredista porque isso ajudaria a justificar a privatização. O que aconteceu foi o contrário, pois tivemos apoio da população e o governo ficou bastante preocupado que a dureza das negociações e a possível proliferação de greves poderiam colocar em risco o projeto de Bolsonaro/Guedes de privatizar as estatais.
Mesmo com o cenário favorável (greve forte, apoio da população e preocupação do governo) as direções da FENTECT e FINDECT desmontaram a greve como parte da sua política de não enfrentar o governo Bolsonaro. A cúpula das duas federações é ligada ao PT e ao PCdoB, que comandam a CUT e a CTB que também desmontaram a luta contra a reforma da Previdência apostando em pactos com Rodrigo Maia. Partidos cujo governadores apoiaram a reforma da previdência.
Também queremos registrar que nós da COMBATE – Classista e pela Base defendemos a manutenção da greve e batalhamos para que o movimento continuasse visando a unificação com outras categorias. E achamos um erro que os demais grupos de oposição tenham concordado com a orientação majoritária da FENTEC e FINDECT.
Fortalecer a mobilização. Nenhuma confiança no TST!
No dia 02/10 vai ocorrer a reunião do dissidio do acordo coletivo. É importante destacar que no dia 02 de setembro ministros do TST reuniram com o governo para repassar informações sobre o andamento das negociações das campanhas salariais nas estatais. Ou seja, o tribunal já escolheu ficar ao lado do planalto. A própria postura do Ministro que mediou a negociação com a empresa – querendo penalizar apenas a representação dos trabalhadores e não exigindo nada da direção dos correios – é uma demonstração que não podemos confiar em uma sentença positiva do Tribunal sem que ocorra um processo de mobilização.
Paralisação no dia 02 com atos nos estados
Exigimos a continuidade da mobilização. Que as federações e os sindicatos de base realizem reuniões com os delegados sindicais, plenárias amplas, reuniões setoriais, atos e agitações nas unidades. Defendemos ainda que sejam convocadas assembleias antes do dia do julgamento no TST para aprovar uma grande paralisação da categoria no dia 02/10 e atos unificados em todos os estados.
Nessa luta também é fundamental procurar a unidade com petroleiros que estão em campanha salarial e propor um comando de mobilização nacional e local em conjunto com a FUP e FNP e seus sindicatos de base. Também é importante coordenar ações com os movimentos da educação que se preparam para um calendário de luta nos dias 02 e 03 de outubro com ANDES-SN, FASUBRA, SINASEFE, UNE e UBES.