FORA FIFA! BASTA DE REPRESSÃO!
| Vamos à Luta
Em 2007, quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, o governo Lula (PT/PMDB/PCdoB) exaltava a conquista afirmando que o megaevento traria muitos benefícios para o povo brasileiro, visto que seriam realizadas muitas obras públicas e que a construção e reforma de estádios seriam financiadas pela iniciativa privada, sem nenhum gasto público. Lula iniciou o falacioso discurso do “legado da Copa”, ao qual Dilma e seus braços no movimento operário – as direções da CUT, a CTB e outras direções sindicais pelegas – e no movimento estudantil – as direções da UNE e UBES (UJS-PCdoB/PT) – deram continuidade. Mas logo se comprovou que Lula, todo governo e os governistas estavam mentindo mais uma vez.
Gastos exorbitantes, os maiores da história das Copas, que ultrapassaram os R$30 bilhões com a maioria das obras de infraestrutura inacabadas e que estão longe das reais necessidades do povo. Pelo contrário, cerca de 180 mil famílias pobres foram expulsas de suas casas, seja para a construção de estádios, estacionamentos ou hotéis de luxo ou através do aumento da especulação imobiliária que aumentou o valor dos aluguéis. A criminalização da pobreza se intensificou através do aumento da militarização da segurança pública, política que assassinou Amarildo, Cláudia e DG, no Rio de Janeiro, e o jovem Douglas Rodrigues, em São Paulo, e que colocou o Exército no Complexo da Maré no mesmo dia em que completavam 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Tudo isso, somado à crise econômica que faz com que Dilma e os patrões arrochem mais os salários e flexibilizem os direitos dos trabalhadores, além da precarização e privatização de direitos básicos da população como saúde, educação, transporte e moradia, gerou a indignação de milhões de brasileiros que se manifestou claramente nas Jornadas de Junho de 2013, onde entre os gritos mais ouvidos nas manifestações em dezenas de cidades eram “Não vai ter copa”, “Da copa eu abro mão, eu quero é dinheiro pra saúde e educação” e “Ei, FIFA, paga a minha tarifa”! E a luta não parou por aí, pois logo depois dos gigantescos protestos protagonizados pela juventude em 2013, diferentes categorias de trabalhadores se organizaram e fizeram greves, lutando não só por salários ou condição de trabalho, mas também contra as mazelas da Copa como, por exemplo, na greve dos garis do RJ que diziam “Os garis querem fazer as compras o prefeito quer fazer a Copa”.
Hoje a Copa está sendo realizada, mas não para os trabalhadores e estudantes, apenas para os ricos, que podem pagar para desfrutar do evento, e para os governos, seus amigos empresários e a FIFA que não param de lucrar. Basta olhar para as fotos dos jogos nos estádios e percebemos que a população brasileira pobre, negra e trabalhadora não teve o direito de participar da festa que ela mesmo bancou, pois segue sendo explorada nos seus locais de trabalho e massacrada no caos das cidades-negócio do projeto de Lula e Dilma, do PT, PMDB e dos governadores do PSDB e do PSB. E o que fica como legado são os gastos bilionários, privatizações, precarização dos serviços públicos, remoções, a elitização dos estádios e a repressão aos quem lutam contra esses absurdos. O investimento de R$2 bilhões em aparato repressor contra as manifestações durante a Copa da FIFA de Dilma e os governadores já foram aplicados na absurda repressão aos atos que questionaram o megaevento, como no dia 12/6 em São Paulo, inclusive, com perseguição e prisão de ativistas e no dia 18/6 em Porto Alegre. Além disso, o governo federal e os governos estaduais utilizam a “Justiça” para criminalizar greves ou legitimar a demissão de trabalhadores, como os servidores técnico-administrativos das universidades federais, os metroviários de SP e os professores da rede estadual e municipal do RJ.
Mas uma coisa está clara, esta Copa não é a Copa que o governo queria. O questionamento da juventude e dos trabalhadores gerou um enorme grau de desgaste ao evento descolando o governo e FIFA da seleção brasileira e do amor das pessoas pelo futebol. As vaias, os protestos, as greves, insatisfações e as necessidades da população não serão respondidas com esse mundial. As contradições e o caos social seguirão. Por isso, segue a necessidade de dizer que a FIFA não pode continuar mandando em nosso país com a ajuda da subserviência de Dilma aos interesses dos poderosos. É preciso dizer NÃO à repressão que acontece às manifestações que questionam as consequências da realização da Copa no Brasil, como já vimos durante a primeira fase do campeonato. A luta segue e é necessário realizar atos massivos e coordenados nos estados durante os dias de jogos das oitavas ou quartas de finais, unificando as categorias em greve, os trabalhadores sem-teto e a juventude indignada para exigir auditoria de todas as obras da Copa, punição às empresas ou governos responsáveis pelos superfaturamentos, expropriação dos imóveis inutilizados para moradia popular, estatização do transporte com tarifa zero e fim da criminalização e repressão aos manifestantes e grevistas.
Juventude Vamos à luta