CARTA ABERTA

Para a Direção Nacional e os militantes do PSTU |

Prezados Companheiros:

Estamos a menos de 4 dias para a Convenção do PSOL que definira o conjunto das candidaturas do PSOL. Como vocês já sabem, nosso congresso votou como proposta de Arco de Alianças tentar fazer uma Frente de Esquerda com PSTU e PCB, assim como com os movimentos sociais: sindicatos, associações, Trabalhadores Sem Teto,etc.

Também, souberam que finalmente Randolfe Rodrigues, pré candidato a Presidente pelo PSOL renunciou a esta tarefa, o que abre para a verdadeira esquerda uma enorme oportunidade. A de voltar a colocar no centro de nossa política a batalha pela Frente de Esquerda política e social em primeiro lugar em nível nacional, com um claro programa de ruptura levantando e defendendo as bandeiras de junho e as das greves atuais, assim como as medidas de fundo necessárias para que tais bandeiras possam se tornar realidade. Estamos frente a eleições nacionais em meio a uma nova situação favorável para as lutas da classe e do povo, e o primeiro desafio que devemos enfrentar é o de apresentar uma alternativa nacional da esquerda unificada, que responda nacionalmente com um programa alternativo frente à crise econômica que castiga a vida do povo trabalhador.

Da nossa parte, acreditamos que a nova situaçao aberta com as jornadas de junho, que se continua em 2014 com centenas de greves espalhadas pelo país, mas com centro no RJ e SP, com heroicas rebeliões contra as burocracias sindicais como a dos metalúrgicos de Niterói, os Garis de Rio cujo exemplo se estendeu a diversos estados e municípios; dos rodoviários; as multitudinárias marchas do MTST em SP, a greve dos metrôs, professores em numerosos estados, SPF, etc. foram as verdadeiras responsáveis da derrota da candidatura de Randolfe.

Pois sua proposta rebaixada, de fazer do PSOL uma roda auxiliar do PT, suas reiteradas atitudes e concepções “campistas” bem expressas na sua pública carta de ruptura, que levam a uma indisfarçada política de conciliação de classes se chocou com a nova situaçao da luta de classes, proposta esta que só cabe no PT, e não no PSOL.

Com esta carta queremos lhes propor que revejam sua posição de lançar Zé Maria para se somar e fazer junto com Luciana uma dobradinha: Luciana Presidente – Zé Maria Vice, que expressaria muito bem uma frente de partidos de esquerda com representatividade na luta de classes, e cujo eixo programático deveria ser, em primeiro lugar, o apoio a todas as lutas e sua unificação para derrotar, nas ruas e nas urnas as candidaturas do regime: Dilma, Aécio, Campos/Marina, nos delimitando claramente de todos os partidos de governo e da base governista, com os quais não cabe conciliação. No nosso partido, depois da votação no Congresso do PSOL, importantes setores se engajariam nesta proposta, que por sinal foi por vocês defendida há tempo frente às eleições que se avizinham. Lembrem que recentemente a própria Luciana abriu mão deste localização na chapa oferecendo a vice ao PSTU.

Por isso, não compreendemos, como vocês aceitaram compor com Maringoni em SP, o candidato que declarou que “Dilma não é a principal adversária” e que o “dever de todo democrata é defender Dirceu”, numa política muito similar a de Randolfe. Lembramos que vocês colocaram que não dava para fazer aliança nacional com o PSOL pelo programa, por está razão nos chama a atenção que estando colocado o mesmo problema com a candidatura Maringoni, vocês tenham aceitado, política que consideramos equivocada, principalmente quando as correntes de esquerda do PSOL se opunham a esse candidato e defendiam outra proposta.

Mas por fora as divergências que continuamos mantendo entre o PSTU e a CST, hoje vivenciamos uma reviravolta no PSOL. Da nossa parte achamos que se abriu uma oportunidade para batalhar para que esteja a serviço de fortalecer um Polo Nacional pela Esquerda, que mostra à Frente como uma alternativa rejeitando todos os outros candidatos burgueses da ordem que não nos representam nem a nós nem as aspirações e necessidades do povo brasileiro.

Uma Frente que faça um chamado aos sindicatos e associações, as novas direções, comitês e delegados de base que estão surgindo, ao MTST pela sua luta, etc. e que defenda um programa que parta da suspensão do pagamento da dívida pública e sua auditoria, a auditoria em todas as obras da Copa, do PAC e das Olimpíadas, assim como a reestatização do Maracanã, que lute por uma Petrobrás 100% estatal, sob controle dos seus funcionários e trabalhadores e cujo Conselho seja composto pelos trabalhadores de carreira sem remuneração; pelo fim dos privilégios dos políticos começando por que seu salário seja decidido pela população através de plebiscito e vinculado ao salário mínimo, entre outros aspectos. Pois somente desta forma, poderemos dar vazão às demandas de junho e conquistar salário, saúde, educação e transporte públicos de qualidade, moradia, salário, trabalho, etc.

Reiterando o chamado aos companheiros, aguardamos uma pronta resposta, pois temos uma corrida contra o tempo.

CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores ) Coordenação Nacional – Junho 17 de 2014