A UNIDADE SOCIALISTA (US) INSISTE EM COLOCAR O PSOL A REBOQUE DO PT

| Nota da CST – Corrente Socialista dos Trabalhadores

O Companheiro Vladimir Safatle, pré candidato do PSOL SP ao governo de estado até 18 de Maio, foi literalmente vetado pela direção de Randolfe Rodrigues e Ivan Valente, que decidiram impor burocraticamente como candidato ao governo do Estado a Gilberto Maringoni.

Para tal fim, falaram inverdades e caluniaram o companheiro Vladimir Safatle, ora com argumentos que exigia muito dinheiro para campanha, ora que ele havia declinado de ser candidato.

Mas a razão de fundo é outra. Safatle incomoda a US, pois sendo um jovem intelectual e jornalista que reflete as jornadas de junho com posições à esquerda da própria corrente de Ivan Valente, com certeza iria polarizar na campanha tanto contra o candidato tucano ao governo quanto contra o petista Padilha.

Isso é o que não quer a US, pois mais uma vez considera que o PT é o mal menor frente aos tucanos. E por isso que escolhem Maringoni, justamente pois ele é quem publicamente declara que Dirceu deve ser defendido de um suposto linchamento midiático, afirmando ainda que “A solidariedade a ele é um dever de todo democrata”. Mas Maringoni também se posicionou contra a CPI e qualquer investigação à roubalheira dos petistas dentro da Petrobrás, e para completar, o candidato de Ivan Valente afirma categoricamente, “Dilma não é o principal adversário”.

Em momentos em que o pais e particularmente SP está sacudida por greves de professores, rodoviários, garis no ABC, servidores e professores das universidades estaduais, servidores das Universidades Federais, pelas mobilizações do MTST e de jovens contra a Copa, em meio do desgaste dos governos Alckmin e Haddad, e quando o pré-candidato do PT para governador Alexandre Padilha, aparece vinculado ao doleiro Youssef, envolvido nos escândalos da Petrobrás, a US decide dar dessa forma uma “ajuda” ao candidato petista, especulando tal vez com mais votos para a re eleição de Ivan Valente.

Não tiraram nenhuma conclusão depois do ato vergonhoso de ter levado Lula e Dilma ao programa de TV do PSOL em 2012, em “apoio” da campanha de Edmilson Rodrigues para a prefeitura de Belém, política repudiada pela maioria da base do partido e que resultou totalmente equivocada não só do ponto de vista político, mas também do mais pragmático taticismo eleitoral.

Pois a lógica da US se choca com a riquíssima realidade política que estamos vivendo, numa nova situação onde o dominante no país são as lutas dos trabalhadores e do povo e a decepção, rebelião e ruptura com as velhas direções sindicais e políticas, sejam do PT ou da CUT, enquanto o governo e sua falsa oposição concordam na mesma política econômica de ajuste contra o povo, repressão, corrupção e entrega do patrimônio, e preparam, ganhe um ou outro, um novo e duríssimo ajuste para 2015.

Mas esta política não finaliza em SP. Temos também o caso do Pará, onde aproveitando a desistência de Araceli Lemos ao governo de Estado por problemas de saúde, ao invés de apoiar o também pré-candidato e vereador Fernando Carneiro, ex candidato a governador pelo PSOL por ter um perfil considerado “demais à esquerda”, pretendem lançar um desconhecido companheiro, Marco Carrera, servidor da secretaria de Estado de Meio Ambiente. Ou seja, um candidato de perfil político menos expressivo que não arrisque tirar votos do PT. Pois Araceli, da mesma forma que Edmilson, ainda que pertençam a mesma corrente que Ivan Valente e Randolfe, pelo fato de serem reconhecidos por setores do movimento social e ser do PSOL, tiram votos do PT, como com certeza tiraria Fernando, polarizando contra as duas candidaturas: A do PT e a dos tucanos que oferecem aos trabalhadores e ao povo do Pará a mesma perspectiva de ajuste fiscal, arrocho e repressão. Para informação do partido, no Pará o candidato do PMDB/PT é nada menos que Helder Barbalho, filho do arque corrupto Jáder Barbalho, aquele mesmo a quem Lula beijou a mão! Ou seja, em momentos em que dos representantes das oligarquias locais, uma vinculada à família Barbalho (PMDB com apoio do PT) e outra ao grupo Maiorana (tucanos) o PSOL ao invés de lançar o candidato que melhor possa polarizar contra os dois, prefere uma candidatura mais “light”.

MANTER O PSOL COMO ALTERNATIVA DE ESQUERDA CONTRA PETISTAS E TUCANOS

Se impõe uma virada no partido e para isso toda a militância tem que se engajar. Não podemos permitir que nosso PSOL sirva de roda auxiliar ao governo neoliberal do PT/PMDB. Por isso fazemos um chamado aos dirigentes da US a reverem suas propostas que caso se imponham significarão um retrocesso para o partido.

Mas fundamentalmente chamamos a toda a militância psolista, aquela que não tem saudade de um PT que já mostrou a sua cara, a combater estas propostas, a lutar por Vladimir Safatle como candidato ao governo de SP, e caso definitivamente desista a que o PSOL SP e o bloco de esquerda apresentem uma candidatura de oposição consequente a tucanos e petistas.

Da mesma forma no Para, apoiamos a pré candidatura de Fernando Carneiro, para enfrentar as falsas alternativas PT/PMDB/Tucanos, candidaturas do PSOL que devem estar intimamente vinculadas as lutas operárias e populares, em defesa de suas reivindicações, e a um programa emergencial de medidas de fundo para sair da crise, defendendo entre outras, a suspensão do pagamento da dívida pública e sua auditoria, a Petrobras 100% estatal, o que possibilitaria aumentar o salário e dedicar o dinheiro que vai para banqueiros, empreiteiras e corruptos para saúde, educação, moradia, etc.

Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL – Maio 2014