Contra a Intervenção Federal do Governo Temer no Rio de Janeiro!
O ilegítimo presidente Temer, que conta com cerca de 3% de popularidade anunciou hoje um Decreto de Intervenção Federal que passa o controle da Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro para as mãos do Exército, mais precisamente para o Coronel Walter Souza Braga Netto, que estará acima do Governador Pezão para controlar as Polícias Militar e Civil, podendo ainda requisitar operativo de soldados do exército. Este é o mesmo Coronel que participou dos operativos nas Olimpíadas e que saíram absolutamente fracassados.
A Insegurança é o resultado de 12 anos de PMDB e seus parceiros
Ninguém duvida que a situação do Rio de Janeiro é caótica, mas não é possível que os mesmos que geraram essa crise, ao longo dos sucessivos governos, agora queiram apontar saídas. O agravamento da crise social que vivemos no estado é fruto da política implementada pela parceria corrupta e conservadora entre PMDB e PT nos governos estaduais, prefeituras e em Brasília, na última década. Um exemplo simbólico é a falida experiência das UPP’s, que ocupou as comunidades agredindo o povo trabalhador, a exemplo do que ocorreu com o Pedreiro Amarildo.
O PMDB segue governando e é uma quadrilha. Parte está presa como Cabral, Eduardo Cunha e Picciani. Outra parte segue no governo aprovando medidas contra o povo trabalhador. O maior culpado da segurança pública é o próprio governo do Pezão, que não tem menor possibilidade e nem legitimidade para propor nada de novo. Pior ainda é que Temer, um presidente denunciado por fazer parte de esquema criminoso, tenha autoridade para intervir e chefiar a segurança pública no Rio de Janeiro.
O exército já estava nas ruas e não resolveu nada!
Apesar do Decreto de Intervenção ser uma medida drástica, porque passará a autoridade direta da segurança pública para as mãos de um militar, a utilização direta das forças armadas já foi experimentada nos governos de Dilma (PT) e do próprio Temer. A utilização das Forças de Segurança Nacional contra os manifestantes da Jornada de Junho de 2013 e contra os servidores estaduais recentemente, a ocupação do exército no complexo de favelas da Maré, no Alemão e outras comunidades espalharam terror, com tanques de guerra passando pelas ruas, aumento da violência estatal, em nenhum saldo positivo no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado.
Na Maré foram mais de 12 meses de ocupação, passados todos esses meses o tráfico de drogas segue intacto na região. A violência e a morte são cotidianas e o incremento do aparato do exército só serviu para violar mais os direitos da população de favela. As forças armadas, militarizando regiões inteiras da cidade, durante a Copa da Fifa e as Olimpíadas, apenas criminalizaram aos pobres e aos movimentos sociais.
Não haverá segurança enquanto formos governados por criminosos!
Sabendo que a segurança pública é um dos temas mais sentidos pela população do estado do Rio de Janeiro, o governo Temer tenta com a medida desviar a atenção e impor uma “agenda” ao seu governo, ou seja, parecer aos olhos da população como um combatente contra o crime organizado e o tráfico. Nada mais falso! Boa parte dos parlamentares que apoiam Temer são os grandes “chefes” de esquemas criminosos para desviar bilhões dos cofres público. Alguns deles, são diretamente ligados ao tráfico de drogas e as milícias.
A intervenção federal não é um golpe militar
Ao contrário do alarde feito não se trata de mais uma fase do “golpe”. A proposta de Temer, não tem a mínima unidade na burguesia nacional. Não só Bolsonaro rejeitou essa proposta de intervenção, como até deputados do próprio PDMB como Pedro Paulo (candidato a prefeito pela sigla na última eleição), se posicionaram de forma contrária. Além disso, por mais manobras que o governo tente fazer, o decreto criará certo embaraço para a proposta de votação da Reforma da Previdência, um projeto estratégico do conjunto dos empresários e do sistema financeiro.
Dinheiro para a geração de emprego, obras sociais e salário, não para a Intervenção
A Intervenção Federal no Rio de Janeiro custará milhões aos cofres públicos. Na Favela da Maré, a ocupação do exército em pouco mais de um ano custou mais de R$ 600 milhões de reais.
Com esse dinheiro era possível iniciar um plano de obras públicas no estado, gerando empregos e dando perspectiva para um dos estados onde há um dos maiores índices de desemprego.
Além disso, deve-se pagar imediatamente os servidores estaduais que até hoje amargam atraso nos salários; nomear os 900 educadores que foram aprovados em concurso, mas que estão impedidos de assumirem o cargo e começar a reverter a caótica situação da saúde.
Tomar as ruas no dia 19: Fora Pezão e Temer! Não a Reforma da Previdência! Contra a intervenção federal!
A medida anunciada deixa claro que não há possibilidade alguma de Pezão seguir governando esse estado. O PMDB foi o responsável direto pela situação caótica não só da segurança, como da saúde, educação e das finanças do Rio de Janeiro.
As reformas trabalhista e da previdência de Temer aprofundarão ainda mais a situação de miséria do povo, aumentando ainda mais a escalada de violência.
É preciso um outro projeto de país, o primeiro passo é derrubar os governos que nos atacam. Pezão e Temer precisam sair. Por isso, devemos tomar as ruas no dia 19 de fevereiro, data marcada para os atos contra a reforma da previdência. Devemos agregar aos atos a rejeição à intervenção federal de Temer, e exigir que os recursos sirvam para pagar salários e investir num plano de obras públicas. No Rio de Janeiro é necessário e urgente que o PSOL, o SEPE/RJ, MUSPE, CONLUTAS, INTERSINDICAL e demais organizações e movimentos sociais de esquerda organizem uma grande plenária estadual para debater a saída da crise sob a ótica dos trabalhadores e das trabalhadoras, rumo a uma greve geral estadual.
16 de Fevereiro de 2018
Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL