O PSOL PARÁ PRECISA TER CANDIDATURA PRÓPRIA COM UMA FRENTE DE ESQUERDA

Há 30 anos o Pará é governado pelo PSDB, PMDB e PT, em que se aplicou uma política de destruição dos serviços públicos, privatizações, corrupção e muito ajuste sobre os trabalhadores e trabalhadoras. Estamos falando de um estado onde apenas 1,18% da população tem tratamento de esgoto; 4,9% é atendida com coleta de esgoto e 47% com rede de água; onde mais de 50% da população vive com menos de um salário mínimo. O Pará desponta com os municípios mais violentos do Brasil. O município de Ananindeua é líder em feminicídio. Além de estar entre os dez que mais matam LGBTS no Brasil.

Toda essa situação é reflexo da política de estado aplicada pelos sucessivos governos. Por isso, frente à conjuntura brasileira o PSOL tem que apresentar um programa e uma candidatura para superar essa calamidade e ter um estado a serviços das demandas dos trabalhadores e trabalhadoras.

NÃO VAMOS COM ÚRSULA VIDAL

Edmilson Rodrigues (US) com Úrsula Vidal e Allan Pombo (PDT).

Infelizmente, a direção majoritária do PSOL (Unidade Socialista) visa reeditar a catástrofe das alianças do partido em Macapá. Na primeira reunião da executiva estadual aprovou um arco de aliança que cabe PCdoB, REDE, PDT entre outros, ditos “anti golpistas”. O PDT de Giovanni Queiroz, um latifundiário  conhecido da velha política paraense, e PCdoB que governou com Ana Julia o Estado do Pará. Nós da CST votamos contra essa proposta.

Já vimos em vários espaços dirigentes e figuras públicas dessa organização como ex-senador Nery defendendo o nome de Úrsula Vidal (REDE) como a sua candidata a governadora. Primeiro: queremos reforçar que apesar de um discurso de oposição ao Jatene (PSDB) e se apoiar nas pautas setoriais, Úrsula no segundo turno de 2014 esteve com Jatene (PSDB). Faz parte do mesmo partido da Marina Silva, a REDE, a mesma que defende um “governo de diálogo” que passa pelo PMDB, PSDB, DEM e etc. Marina Silva já declarou anteriormente que votaria na Reforma da Previdência se fosse deputada federal. Segundo: em Macapá onde a prefeitura é da REDE e a vice é do DEM, o prefeito Clécio Luiz apresentou na Câmara Municipal um projeto que desestrutura carreiras dos servidores públicos do Município, que retira direitos conquistados pelos trabalhadores, aplicando assim, em Macapá, o mesmo ajuste que a nível nacional o PMDB de Temer vem aplicando. É um erro que a direção do PSOL/PA seja pressionada pelas pesquisas de intenção de votos. Os exemplos apresentados deixam negritado que a REDE de Úrsula Vidal é parte da mesma lógica do capital aplicado no estado do Pará em apoio aos  tucanos, precisamos romper definitivamente com essa falsa polarização de Barbalhos, Tucanos e Petistas.

PSOL COM CANDIDATURA PRÓPRIA E UM PROGRAMA RADICAL

Nos debates da etapa estadual do congresso do PSOL, o bloco de esquerda defendeu que o partido tenha candidatura própria. A US quer enfiar goela abaixo um arco de alianças com os velhos partidos da ordem, como o PDT, REDE, PCdoB etc., o mesmo que votou em Rodrigo Maia do DEM para a presidência da Câmara Federal. Nós da CST defendemos o nome do Vereador de Belém, Fernando Carneiro, para ser candidato do PSOL no pleito estadual em 2018. Além disso defendemos que o PSOL tem que construir uma Frente de Esquerda com o PCB e PSTU, partidos que são de oposição de esquerda aos sucessivos governos de Collor, FHC, Lula, Dilma e agora Temer!

O PSOL precisa apresentar um programa que tenha como eixo a luta e a mobilização; que combata o ajuste fiscal, revogue as retiradas de direitos dos servidores estaduais aplicado pelo governador Jatene (PSDB), tirar da mão das OS (Organizações Sociais) a administração dos hospitais regionais, que avance na reforma agrária no estado para combater a grilagem e os assassinatos no campo, que garanta uma reforma urbana para os que necessitam de moradia, se comprometa em fazer auditoria da dívida pública estadual e reverter o dinheiro desviado para dívida pública para os serviços e servidores públicos, combater a LRF – Lei de responsabilidade fiscal, convocar a população de todas as regiões, e assembleias populares, do Estado para debater como querem que o governo aplique 100% dos recursos estaduais e apoiar todas as mobilizações populares por direitos, sem criminalizar os movimentos.

Por fim, fazemos um chamado a militância e as organizações de esquerda a repudiar o arco de alianças com os partidos da ordem que a US quer empurrar goela abaixo no partido. Cabe a militância de base se organizar para impedir essa política. Para isso exigimos uma plenária de base para debater e decidir sobre a política eleitoral de 2018.

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