Declaração do Movimento de Esquerda Revolucionária da Síria
Sobre o massacre em Ghouta Oriental causado com uso de armas químicas pelo regime de Assad. | UIT-QI, tradução Eduardo Rodrigues
Na madrugada de 21 agosto de 2013 centenas de sírios, incluindo um grande número de mulheres e crianças, caíram vítimas de armas mortais em Ghouta Oriental, arredores rurais de Damasco. O regime usou gás venenoso e armas químicas como parte do feroz ataque militar lançado desde essa manhã na área. A lista dos sofrimentos e sacrifícios de nosso povo vem crescendo há mais de dois anos e não é possível contar as centenas de milhares de mártires e feridos, de detidos e dos milhões de deslocados e refugiados. O sofrimento do nosso povo tem continuado e tornou-se mais insuportável. Os gritos caem em saco roto e persiste o silêncio mortal da consciência humana.
Nosso povo segue sendo assassinado e coagido, tudo isto perpetrado pela máquina da morte e destruição de um regime que excede o fascismo em sua selvageria. É uma tragédia que o mundo não via há um longo tempo, a tragédia de um povo em revolta pela liberdade e por sua emancipação das garras de uma ditadura, sua repressão selvagem e selvagem exploração dos oprimidos em nosso país, servindo aos interesses de uma pequena camarilha burguesa.
Nossa revolução não tem nenhum aliado sincero, exceto as revoluções populares da região e do mundo e de todos os militantes que lutam contra os regimes de ignorância, servidão e exploração. Este crime é parte das ações criminosas e terríveis de governantes contra civis desarmados de nosso povo, em desrespeito chocante à consciência humana. O regime encontrou a oportunidade para cometer esse massacre hediondo, num momento em que as forças da contra-revolução organizam uma ofensiva contra as revoluções na região, ofensiva liderada pela Arábia Saudita e seus aliados.
No entanto, o nosso povo, rebelde e decidido, apesar dos danos sofridos, continuará sua resistência contra os criminosos tiranos que derrotarão e darão a punição merecida por seus crimes.
Nós enterramos nossos mortos e cuidamos de nossos feridos. Nossa luta para derrubar o regime assassino e destrutivo e conquistar a vitória da revolução de nosso povo será mais determinada e resoluta.
Não à Washington! Não à Moscovo!
Não à Riade! Não à Teerã!
Glória aos mártires e saúde aos feridos!
Pelo triunfo da revolução popular, todo o poder e riqueza ao povo!
26 de Agosto de 2013.
(*) Publicado em Luta Internacionalista do Estado Espanhol.