Faleceu o Presidente da Venezuela Hugo Chávez

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Acabamos de receber a notícia do falecimento do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quem teve uma extraordinária importância na política venezuelana, Latino Americana e com ampla repercussão mundial.

Respeitamos e nos solidarizamos com a dor de todo o seu povo frente à perda de quem consideravam sua liderança, ratificada nas ultimas eleições com uma massiva votação. Rejeitamos as posições assumidas pelo MUD, oposição política da velha burguesia venezuelana pró-ianque, que se utilizou da penosa doença de Chávez para questionar a legitimidade do governo do PSUV, posando de “democrático” quando foram os que impulsionaram junto aos EUA o fracassado golpe de abril de 20002.

Sem dúvida tratou-se de uma liderança controversa. Pelo seu confronto com o imperialismo norte americano suportou uma tentativa de golpe felizmente derrotada pelo seu povo. Enfrentou posteriormente um lock out patronal na indústria do petróleo, mais uma vez derrotado pelos trabalhadores que souberam tomar em suas mãos a produção e distribuição.

No entanto, sua morte não apaga um dos temas mais debatidos na esquerda mundial: a política de Chávez levaria realmente ao antiimperialismo e ao socialismo?

Assim como estivemos na primeira linha de luta contra o golpe e o lok out, nossa corrente teve e mantêm importantes divergências com os rumos da Venezuela chavista. Pois entendemos que não tem como avançar na satisfação das necessidades do povo com uma economia subordinada à exportação petroleira e dominada em parte pelas multinacionais. Uma economia que acaba de aplicar uma desvalorização da moeda com enormes prejuízos para a população, visto que o país importa quase todos os produtos alimentícios, cujos preços elevados estão gerando a maior inflação do continente. Inclusive, questionamos como avançar para o socialismo num país onde as lutas dos trabalhadores são criminalizadas, onde existe impunidade para os assassinos de centenas de dirigentes camponeses e operários, como é o ultimo caso, um dia antes da morte de Chávez, do Cacique Yupka Sabino Romero, assassinado depois de sofrer constantes ameaças pela sua defesa dos índios yupkas.

Sem pretender esgotar este debate, que continuaremos desenvolvendo, ratificamos nossa solidariedade com o povo da Venezuela que hoje chora a perda de seu presidente, com a confiança que esse mesmo povo, que em 2002 derrotou o golpe da direita, saberá encontrar o rumo do verdadeiro anti-imperialismo e do verdadeiro socialismo através da força de sua mobilização. Esta é nossa aposta, assim como é a dos nossos companheiros do PSL (Partido Socialismo e Liberdade) da Venezuela.

Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL
05 de Março de 2013