Educação e lutas em Minas Gerais
Construir grêmios combativos e independentes
Secundaristas Vamos à Luta – Uberlândia
A situação da juventude trabalhadora não é fácil. Trabalha em empregos precários, com baixos salários, sem direitos e em jornadas 6×1. E no cotidiano escolar enfrenta o nefasto Novo Ensino Médio (NEM). Para a Juventude Vamos à Luta é possível mudar esta dura realidade. A construção de grêmios estudantis de luta é fundamental no avanço da organização estudantil. É necessário resgatar o papel histórico que o movimento secundarista já cumpriu, como aconteceu na derrubada da ditadura, nas ocupações de 2016 contra o fechamento de escolas, nas lutas pelo passe livre e contra o projeto Escola Sem Partido. Só com luta nas ruas conseguiremos derrubar o NEM, as parcerias público-privadas – defendidas pelo governo Lula – que abrem espaço para as privatizações, a militarização das escolas, a jornada 6X1 e lutar pelo aumento das bolsas do programa pé-de-meia e investimento na educação pública. Por isso, é necessário que a UBES tenha independência política do governo Lula. Infelizmente, a postura da entidade, dirigida pela UJS (PCdoB), juventudes do PT e Levante Popular da Juventude, é a passividade. A UBES abandonou a luta pela revogação do NEM, não organiza a luta contra as privatizações e militarização da educação pública de Tarcísio e Zema. A juventude Vamos à Luta chama os e as estudantes secundas a se somarem conosco para construir grêmios de luta e exigir que a UBES construa um calendário de lutas unificadas nacionalmente para enfrentar os ataques dos governos.
Importante chapa da oposição de esquerda no DCE da UFMG
Por Duda Pereira – Estudante da UFMG e Jeane Carla- Juventude Vamos à Luta
As eleições para o DCE — Diretório Central dos Estudantes — da UFMG ocorreram nos dias 12 e 13/11. A corrida eleitoral foi disputada por três chapas: Ponta de Lança (Afronte, Correnteza e Juntos), UFMG Vai Virar Baile (Levante) e Primavera nos Dentes – Oposição de Esquerda Unificada (Juventude Vamos à Luta, Faísca, Rebeldia e UJC). A primeira chapa foi formada por movimentos, como Juntos e Afronte, que compunham a gestão anterior e acabou se reelegendo pela terceira vez consecutiva (2.558 votos).
A Juventude Vamos à Luta (CST + independentes) marcou presença no processo propondo e realizando uma aliança com outros grupos da esquerda independente. Defendemos uma gestão de luta, independente de governos, como o governo Lula/Alckmin, patrões e reitorias. Assim, o DCE e movimento estudantil reivindicariam pautas importantes, de fato, para os estudantes, como o fim do Arcabouço Fiscal, o fim da FUMP — Fundação Universitária Mendes Pimentel — enquanto assistência estudantil privada, a conquista do ônibus intercampi, além do investimento massivo nas universidades para a permanência dos filhos da classe trabalhadora nela.
De modo também autoritário, a reitoria e as direções das faculdades e institutos vêm implantando políticas de fechamento às entidades estudantis. No Instituto de Ciências Exatas, todos os Centros e Diretórios Acadêmicos foram fechados. Infelizmente, a chapa 4, compondo o DCE (Afronte e Juntos) ainda, não teve uma política de enfrentamento à reitoria. Na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, assinaram um termo que limita suas ações enquanto movimento estudantil, sendo que o CA de Psicologia foi trancado por não concordar com a medida. Diante disso, a nossa chapa defendeu total independência do DCE e do movimento estudantil frente à reitoria para reabrir
todas as entidades estudantis e organizar a luta contra a atual reitoria.
Pela independência em relação aos governos
Recentemente, o prefeito Fuad Noman — reeleito nas últimas eleições, com o apoio das organizações da chapa 2 (Levante Popular) e da Chapa 1 (Afronte e Juntos), e apoiador da ditadura militar — decidiu realizar o evento Stock Car ao lado do hospital veterinário da UFMG, sem consultá-la, derrubando árvores e gerando transtornos para a construção da pista de corrida. Esse absurdo realizado pelo prefeito não foi barrado pelo DCE, por meio de mobilizações independentes para preservar as redondezas da universidade e garantir a permanência dos estudantes. Por isso, nossa chapa coloca a necessidade da independência política em relação aos governos. E, desde já, se colocou em posição nítida de enfrentamento ao próximo mandato de Fuad.
Frente a esse cenário, as chapas concorrentes não se posicionaram contra essas situações. A Ponta de Lança, por ser composta por movimentos apoiadores da frente ampla, não questiona medidas tomadas pelo governo Lula, como o corte de gastos à educação. Nas últimas gestões, o DCE veio
atuando com nenhuma independência do governo Lula, não construiu de fato a greve estudantil da UFMG contra o Arcabouço Fiscal do governo federal, não organizou os estudantes contra a proibição de festas no espaço universitário, outra medida autoritária da atual reitoria. Do outro lado, a chapa 2, a UFMG Vai Virar Baile, fez uma campanha completamente governista, sem citar o governo Lula, que hoje é responsável por todos os cortes nas universidades, estando ausente durante a maior parte da campanha eleitoral. Como resultado, a sua votação foi pequena, com apenas 145 votos.
Com a Primavera nos Dentes…
A chapa Primavera nos Dentes — nome que homenageia a música homônima do Secos e Molhados — fez uma campanha de muita luta, apesar da atual desmobilização do movimento estudantil — refletida na disparidade entre os 48.392 eleitores e 3.441 votantes —. A chapa 3 conquistou a
confiança de 738 eleitores. Isso porque defendemos propostas conectadas às necessidades dos estudantes da UFMG, apostando nas mobilizações como método para conquistar todas as nossas reivindicações e sem nenhuma confiança nos governos e reitoria.
Agradecemos todos os votos destinados à chapa que compusemos, que significam votos de luta. Da nossa parte, vamos seguir fortalecendo o polo da esquerda independente que surgiu nessas eleições para organizarmos a luta dos estudantes da UFMG. Chamamos você, estudante, a se juntar a nós nessa batalha.