SP: É preciso barrar a privatização das escolas

Por Danilo Bianchi, Cons. Estadual Apeoesp Norte

 
Em SP o governador Tarcísio avança com um brutal plano de privatizações. Plano que já estava sendo implementado por Dória e pelos tucanos, mas que agora ganha um novo contorno trágico diante do atual governador de extrema direita que pretende aprofundar a destruição dos serviços públicos, colocando o seu alvo nas escolas públicas.
 
Para Tarcísio, não basta o caos provocado pela Enel e seus apagões, ou o pânico vivenciado cotidianamente pelos usuários das linhas privatizadas, do metrô e da CPTM, e muito menos o drama humanitário das famílias obrigadas a velar seus entes na calçada dos cemitérios privatizados. Agora, ele pretende vender nossas escolas e entregar a educação pública nas mãos de grandes redes empresariais.
 
Nos dois primeiros leilões que já ocorreram, 33 escolas públicas do interior foram entregues para o mesmo grupo empresarial que administra os cemitérios da cidade de São Paulo. A empresa Engeform pagou 12 milhões e receberá em troca 1 bilhão e 100 milhões do dinheiro público em repasses, ao longo dos próximos anos. Uma verdadeira farra dos empresários à custa da educação pública.
 
Esse é apenas o início do plano de privatizações de Tarcísio. No próximo passo vai tentar vender 147 escolas da capital paulista, na modalidade das Parcerias Público-Privadas (PPPs), na qual o estado vai repassar ainda
mais dinheiro público para que empresas gerenciem todas as funções escolares, que eles dizem que “não são pedagógicas”.
 
Infelizmente, toda essa destruição e entrega das escolas públicas de SP conta com a parceria do governo Lula, que, por meio do BNDES, financia as operações financeiras envolvidas. 

A categoria docente, desgraçadamente, até o momento não pode contar com a direção do dito maior sindicato do Brasil, a Apeoesp. Foi perdida uma grande oportunidade de barrar as intenções de Tarcísio. No primeiro semestre,
quando os professores realizaram a maior assembleia dos últimos 10 anos, a diretoria da Apeoesp, controlada pelo PT e PSOL, impediu que a categoria organizasse uma verdadeira greve e depois atuou a todo momento para impedir a mobilização da categoria contra o governo.
 
É preciso que a Apeoesp mude essa postura. Não podemos esperar apenas as ações na Justiça e em liminares que duram algumas horas, é preciso pressão e luta nas ruas.
 
A CST e o Educação em Combate estiveram presentes e lutando junto aos professores e estudantes nos protestos contra os leilões das escolas na Bovespa, que foram reprimidos pela PM de Tarcísio. Também estaremos construindo e mobilizando para o novo ato que está sendo convocado pela Apeoesp no dia 26/11. Mas entendemos que, para o avanço da luta contra as privatizações, é urgente que a Apeoesp convoque assembleia extraordinária, com paralisação real e efetiva nas escolas, para organizar a luta, pois essa é uma tarefa urgente e necessária para combater esses ataques.
 
A luta da educação na Argentina está mostrando o caminho, com estudantes e trabalhadores em unidade lotando as ruas e fazendo greves contra os ataques do governo de extrema direita de Milei. Consideramos que é fundamental também unificar a luta com os demais trabalhadores da educação, servidores públicos, estudantes secundaristas e movimentos sociais. A CUT, CTB e a CNTE têm que construir uma ampla campanha e jornadas unificadas de luta nas ruas, contra a privatização das escolas em defesa da educação pública.

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