Ampliar o apoio popular internacional à resistência palestina e libanesa

Por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI

16/10/2024. É necessário derrotar o Estado genocida sionista, armado pelo imperialismo! A política genocida de Israel piorou ainda mais nas últimas semanas, com o ataque ao Líbano e a ameaça de bombardear o Irã.

Além da invasão genocida em Gaza, com mais de 42 mil assassinados neste ano, e das tentativas de expulsar toda a população do norte do território, estão agora levando a cabo o ataque criminoso ao Líbano, com o assassinato, em duas semanas, de mais de 2 mil pessoas – incluindo dirigentes do Hezbollah, mas também crianças, mulheres e idosos bombardeados em suas casas – e forçando mais de um milhão a abandonar as suas casas em vinte cidades e, em muitos casos, a refugiar-se em zonas rurais ou praias, quase sem comida ou água. Chegaram mesmo a atacar soldados de capacete azul da ONU no sul do Líbano, ferindo vários e provocando mais indignação internacional contra Israel.

O fracasso de Israel em Gaza

O motivo para essas novas ações é que Israel, um ano após o ataque criminoso a Gaza, não foi capaz de cumprir os seus objetivos declarados: dominar o território palestino e exterminar o Hamas. Não conseguiu sequer libertar cerca de 100 reféns israelenses, que estão em Gaza e que o Hamas disse que soltaria se Israel se retirasse. A resistência palestina é heroica e continua. Gaza é um pequeno território, com quarenta quilômetros de comprimento e dez quilômetros de largura, habitado por 2.300.000 palestinos. Outros 2.700.000 vivem na Cisjordânia, o outro território que, como foi supostamente acordado há trinta anos, comporia, junto com Gaza, o Estado palestino. Agora, a Cisjordânia também está sendo invadida e os palestinos expulsos das melhores terras e atacados continuamente.

Benjamin Netanyahu já disse publicamente que é contra o acordo dos “dois estados”, patrocinado pelo imperialismo e fracassado há trinta anos, com Israel ocupando 78% do território histórico da Palestina e o Estado palestino restrito à Gaza e parte da Cisjordânia.

Querem construir a “Grande Israel”

Netanyahu e o seu governo de extrema-direita já disseram que querem construir a “Grande Israel”, expulsando os cinco milhões de palestinos de Gaza e da Cisjordânia e também ocupando e expulsando a população do sul do Líbano.

É por isso que a invasão genocida não tem fim e pode se tornar uma guerra regional. Israel prometeu, inclusive, bombardear o Irã e os seus campos de petróleo, argumentando que o país disparou mísseis contra a invasão do Líbano.

O imperialismo teme a crise

O imperialismo estadunidense e europeu agrupado na OTAN, embora continue a armar Israel, não quer uma guerra regional, que provocaria uma imediata e grave desestabilização econômica internacional, com um aumento muito grande do preço do petróleo, que é produzido no Irã e na região. Além disso, aumentaria o descontentamento popular e os protestos contra Israel e o imperialismo nos Estados Unidos, na Europa e nos países árabes. Porém, o imperialismo não consegue controlar o governo de extrema-direita de Netanyahu. Também não para de enviar armas porque teme que, nesse caso, possa haver uma derrota para Israel, que é o seu instrumento para dominar a região.

O conflito histórico em torno do território do Oriente Médio remonta à década de 1930, com a colonização britânica, e intensificou-se desde a fundação de Israel, que ocupou o território palestino com imigrantes estrangeiros judeus, liderados pelo sionismo, e contou com todo o apoio do  imperialismo. Isso começou com a expulsão dos palestinos das suas terras, há 76 anos, com o massacre de milhares de pessoas. Outros países árabes, como o Egito, a Jordânia e a Síria, também têm sido atacados, há décadas, por Israel.

O Líbano foi invadido durante três anos por Israel em 1982, com 20.000 mortes, e novamente em 2006. Porém, Israel foi obrigado a se retirar devido à resistência popular. Isso pode acontecer novamente hoje, já que há vítimas entre os soldados invasores israelenses.

Solidariedade global com a Palestina e o Líbano

Com Netanyahu há um salto qualitativo na guerra de ocupação e no genocídio do povo palestino e dos países do Oriente Médio. Isso também desencadeou uma grande mobilização popular global. Na última semana, a mobilização de solidariedade com a Palestina intensificou-se novamente em muitos países europeus, com marchas de 30.000 pessoas em Barcelona e Madrid, e de milhares de pessoas na França, na Alemanha, na Suécia, em Portugal, na Noruega, na Grécia, na Grã-Bretanha, na República Checa, na Turquia, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos. Houve também marchas na Argentina, na Bolívia, no Chile, na Colômbia, na Venezuela e em outros países latino-americanos. O Mar Vermelho está sendo bloqueado pelas comunidades árabes Hutis do Iêmen, atacando Israel.

Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), defendemos a continuidade da mobilização global em solidariedade com o povo palestino e libanês, exigindo que todos os governos do mundo rompam as relações diplomáticas, políticas, econômicas, militares e culturais com Israel. Parem de enviar armas! Parem de financiar o genocídio! Basta de mortes por fome e doenças! Abertura imediata das fronteiras para garantir a entrada de ajuda humanitária! Fora Israel de Gaza, da Cisjordânia, de toda a Palestina e do Líbano! Por uma Palestina única, laica, democrática e não racista! Viva a Palestina livre, do rio ao mar!

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