Ampliar a mobilização mundial contra o genocídio na Palestina

 

Por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI

18/09/2024. O Estado sionista genocida de Israel continua os seus ataques criminosos em Gaza e nas últimas semanas também na Cisjordânia. É fundamental ampliar a grande mobilização mundial em apoio à heroica resistência do povo palestino contra o genocídio e contra a ocupação dos seus territórios históricos, que já dura mais de oitenta anos.

Passado quase um ano da invasão de Gaza – com mais de 41 mil mortos, 10 mil desaparecidos sob os escombros de casas bombardeadas e 90 mil palestinos feridos, a maioria mulheres e crianças –, os Estados Unidos e os seus aliados europeus da OTAN continuam a dar dezenas de milhares de armas e bombas para Israel seguir o genocídio. E isso apesar da forte rejeição popular, tanto na maioria dos países europeus quanto nos Estados Unidos, com diferentes pesquisas indicando que 60% da população se opõe ao envio de armas para Israel.

Apenas a Grã-Bretanha – com um novo governo trabalhista cúmplice de Israel, mas sob grande pressão popular – suspendeu parcialmente o envio de armas. O ministro das relações exteriores, David Lammy, disse que o governo do Reino Unido concluiu que havia um “risco claro” de que “alguns itens” pudessem ser usados ​​para “cometer ou facilitar uma violação grave do direito humanitário internacional” no território palestino.

Israel foi fundado há setenta e seis anos com imigrantes, expulsando os palestinos das suas terras, como um enclave militar a serviço dos interesses estratégicos do imperialismo, em especial o ianque, para controlar o petróleo e as rotas comerciais no coração do Oriente Médio.

Porém, outros países imperialistas, como a Rússia e a China, também mantêm relações com Israel. No caso da Rússia, ela continua a vender petróleo para o Estado sionista.

Nem os governos capitalistas árabes – que dependem de um ou outro imperialismo, apesar de terem criticado o Estado sionista e da grande maioria do seu povo ser solidário com os árabes palestinos – tomaram medidas contra Israel. A Arábia Saudita, o Egito, o Iraque e os Emirados Árabes Unidos seguem vendendo petróleo para Israel. Outros países árabes, que até sofreram ataques armados de Israel para matar palestinos, como a Síria, o Líbano e o Irã (não é um país árabe, mas afirma ser contra o Estado de Israel), também não tomaram medidas para realmente apoiar o povo palestino, nem mesmo um bloqueio econômico. A única e muito importante exceção são os árabes Hutis do Iêmen, que estão bloqueando o Mar Vermelho, por onde passa grande parte das mercadorias que vão da Ásia para Israel ou para a Europa, em apoio ao povo palestino. E foi por isso que os Hutis do Iêmen sofreram ataques aéreos dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e de Israel.

Tudo isso mostra a enorme importância da solidariedade popular mundial, que foi o que realmente atingiu Israel. Embora não tenha conseguido suspender o envio de armas, exceto no caso da Grã-Bretanha, tal solidariedade provocou crises nos países imperialistas, nos Estados Unidos e na Europa. Daí a exigência dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU de um “cessar-fogo” e de negociações para acabar com a guerra. Algo que o governo de Netanyahu recusa, mas que também provocou uma crise interna em Israel, com uma greve geral e manifestações massivas exigindo um cessar-fogo para libertar os 97 “reféns” israelenses em Gaza.

A solidariedade mundial com o povo palestino teve uma magnitude enorme, só comparável às mobilizações de meio século atrás contra a invasão ianque do Vietnã. Em maio, os estudantes ocuparam a maioria das universidades dos EUA em solidariedade com o povo palestino; milhares de estudantes foram presos. Houve também grandes manifestações estudantis em toda a Europa.

Apesar das manifestações terem diminuído no verão europeu e estadunidense, agora estão voltando com vigor. No Estado espanhol, a central sindical CGT, que tem força na Catalunha, está convocando uma greve geral para o dia 27 de setembro.

Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), defendemos a ampliação dessa mobilização mundial. Hoje a causa palestina é a causa dos trabalhadores e dos povos oprimidos do mundo. Se o imperialismo, com seu atual genocídio em Gaza, não for derrotado, ele amanhã poderá invadir e massacrar qualquer país que não se submeta à exploração multinacional.

Exigimos que os governos do mundo rompam relações diplomáticas, políticas, econômicas, militares e culturais com Israel. Parem de enviar armas! Parem de financiar o genocídio! Basta de mortes por fome e doenças! Abertura já das fronteiras para a entrada de ajuda humanitária! Fora Israel de Gaza, da Cisjordânia e de toda a Palestina! Por uma Palestina única, secular, democrática e não racista! Viva a Palestina livre, do rio ao mar!

 

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