Mobilizar por emergência climática, já!

Nesta quarta-feira, 11 de setembro, São Paulo completa 3 dias liderando o ranking de cidade com o ar mais poluído do mundo. Além da poluição causada por emissão de CO2 e outros poluentes, a situação da metrópole se agrava drasticamente com as queimadas que vêm tomando conta do país. Segundo dados do INPE, o Brasil chega a ter 60% de seu território coberto por fumaça vinda de queimadas que destroem os biomas e afetam a qualidade do ar.

Após a catástrofe do Rio Grande do Sul, vivemos essas queimadas e a seca nos rios na Amazônia. Esse é o pior episódio de queimadas vivenciado no país. Todos nós sentimos a catástrofe na pele: já são 76 mortes por síndrome respiratória no estado de São Paulo; os casos de problemas respiratórios, principalmente em crianças, aumentaram drasticamente; pessoas ficaram desabrigadas por conta do fogo e, em especial, as regiões mais pobres e periféricas são profundamente afetadas – segundo o IPCC, moradores de periferias morrem 15 vezes mais por eventos climáticos extremos.

A catástrofe ambiental não é natural

Não existe nada de natural nesta situação! A catástrofe ambiental é causada diretamente pela ação devastadora do setor agropecuário, que, em nome do lucro, ateia fogo para destruir florestas e a fauna nativa. A grande mídia tenta passar a mensagem de que toda essa situação é de responsabilidade individual, enquanto ignora que os latifundiários, a indústria da mineração e as multinacionais que atuam no campo ganham muito dinheiro com a destruição da nossa natureza. Nós, trabalhadores e jovens, não temos nenhuma responsabilidade sobre isso; enquanto sofremos com a catástrofe, os ricaços do agronegócio enriquecem ainda mais, destruindo a natureza e nossas vidas.

Os governos têm a mão na catástrofe ambiental!

Enquanto o agronegócio segue destruindo a natureza, expulsando os povos indígenas de suas terras e explorando a mão de obra dos trabalhadores rurais, o governo de Lula/Alckmin presenteou esse setor com R$ 400 bilhões através do Plano Safra. A greve de servidores do Ibama e ICMBio se enfrentou contra essa política econômica que não valoriza esses órgãos para cumprir com as metas do Arcabouço Fiscal e corta as verbas da área ambiental.

No estado de São Paulo, o governador da extrema direita, Tarcísio, tem uma postura negacionista da emergência climática e tem Projeto de Lei para entregar uma área quatro vezes maior que a capital paulista para o agro e flexibilizar a legislação ambiental. A política nefasta de privatização da Sabesp coloca nas mãos dos capitalistas a responsabilidade de gerenciar os serviços de água e saneamento, tão essenciais para a população e ações de recuperação ambiental de rios, como o Tietê.

Exigimos que CUT, UNE e MTST convoquem plenária nacional das lutas populares!

Não podemos ficar parados diante da catástrofe climática e ambiental capitalista. Exigimos que CUT, CTB, UNE, UBES e MTST convoquem uma nova plenária de organização das lutas populares para atuar diante da crise socioambiental que a classe trabalhadora e a juventude enfrenta. Realizar manifestações para reverter esse quadro, já! Por medidas emergências, como punição dos responsáveis pelas queimadas, ações para recuperar os rios e nossos biomas, medidas para melhorar a qualidade do ar, abono dos dias de trabalho, sem descontos, e cancelamento das aulas nos dias de maior poluição atmosférica, tempestades ou ondas de calor. Maior investimento nos SUS para o tratamento das sequelas da poluição atmosférica, das ondas de calor e dos eventos extremos.

Uma saída profunda, socialista e revolucionária

Ao lado de nossa proposta de luta unificada, estamos divulgando um programa com saídas profundas para combater a catástrofe climática em nossa campanha eleitoral socialista revolucionária.

Para nós, da CST, existe uma saída diante da crise ambiental. Em primeiro lugar, é preciso deflagrar emergência climática, a fim de tomar as medidas urgentes necessárias. Defendemos a expropriação e estatização das fazendas e empresas poluidoras, de mineração e das multinacionais do agro. Orçamento para valorização e mais concursos para os órgãos ambientais. Estatização das empresas de saneamento e energia, como a ENEL e Sabesp. Demarcação imediata das terras indígenas e contra o Marco Temporal! Reforma Agrária sob controle dos trabalhadores sem-terra. Destinar recursos para os camponeses, para produção de alimentos baratos para o povo trabalhador.

Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista, que rompa com o capitalismo e a exploração imperialista, aplique medidas profundas para solucionar a crise socioambiental e ponha fim à catástrofe climática e ambiental em que vivemos.

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