Nahuel Moreno e a Brigada Simón Bolívar
Este ano marca o 100º aniversário do nascimento de Nahuel Moreno, mestre e fundador da corrente trotskista reivindicada pela Izquierda Socialista e pela UIT-CI. Moreno, de seu exílio em Bogotá, juntamente com o Partido Socialista dos Trabalhadores (PST) da Colômbia, liderou uma campanha de apoio à luta contra a ditadura de Somoza. Em junho de 1979, começaram o recrutamento e o treinamento em Bogotá para formar a Brigada Simón Bolívar, seguindo a tradição das brigadas internacionais da Guerra Civil Espanhola de 1936. A partir de 27 de junho, os brigadistas se juntaram à Frente Sandinista do Sul e participaram dos sangrentos confrontos contra os últimos focos de resistência de Somoza. Três membros da brigada foram mortos em combate (Mario Cruz Morales, Pedro Ochoa García e Max Senqui) e muitos ficaram feridos. Na costa atlântica, na cidade de Bluefields, a derrota dos somocistas e a captura da cidade foram realizadas por uma coluna de combatentes da brigada, juntamente com um comando sandinista local. Miguel Sorans, atual líder da Izquierda Socialista e da UIT-CI, foi um dos coordenadores da coluna. Depois que a ditadura foi derrubada, a brigada se dedicou a apoiar a formação de novos sindicatos e a apoiar as milícias armadas dos bairros, com o objetivo de construir um poder operário independente com democracia operária, promover medidas socialistas e apoiar o processo revolucionário no restante da América Central. Porém, em 16 de agosto de 1979, eles foram presos e expulsos do país pela própria FSLN, levados para uma prisão no Panamá, onde finalmente foram libertados após uma campanha de denúncia internacional. O destino da Brigada Simón Bolívar, as lições da revolução nicaraguense e a crescente miséria e pilhagem capitalista marcam a enorme atualidade da frase de “Che”: “revolução socialista ou caricatura de revolução”.¹
1. Ver “La Brigada Simón Bolívar. Los combatientes…”. Op. Cit.