GREVE DAS IFES: Entidades da educação lançam manifesto conjunto
| ANDES-SN
As entidades do setor da educação federal em greve (ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra) lançaram na quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, o “Manifesto à População”, em que explicam as razões da atual greve. Diante de avaliações sobre o significado histórico da convergência entre os trabalhadores na educação federal e estudantes, durante o ato foi constituida uma coordenação nacional entre os Comandos de Greve da Educação e firmado compromisso de articular uma agenda comum de atividades, já definindo que na próxima quinta-feira (28), as entidades realizaram atos em frente aos prédios do Banco Central nas Capitais, para denunciar a política do governo, que menospreza investimentos em políticas públicas, como educação, para priorizar o pagamento de juros.
veja o manifesto:
MANIFESTO À POPULAÇÃO
A defesa do ensino público, gratuito e de qualidade expressa uma exigência da população bra-
sileira, que há tempos clama por serviços públicos de qualidade e é também parte essencial da história dos movimentos sociais ligados à educação. Vale lembrar que educação, saúde, segurança, transporte, entre outros, são direitos de todos e dever do Estado.
Nas últimas semanas, professores, técnico-administrativos e estudantes das Instituições Fed-
erais de Ensino voltaram às ruas para cobrar dos governantes que cumpram seu papel e dediquem
atenção, de fato, às reais demandas sociais.
Os trabalhadores da educação federal e estudantes estão em greve, porque estão conscientes
de que é imprescindível lutar em defesa das Instituições Federais de Ensino. As negociações com o
governo não avançam. No entanto, crescem a degradação das condições de trabalho, ensino e a dete-
rioração da infraestrutura oferecida nas universidades, institutos e centros tecnológicos federais.
Os professores, técnicos e estudantes defendem sim uma expansão, desde que exista qualidade.
Não adianta criar novas instituições sem oferecer as condições satisfatórias para que elas funcionem.
A realidade vivenciada pelos professores, técnicos e estudantes é muito diferente do que di-
vulga a propaganda oficial do governo federal. A cada começo de ano fica mais evidente a precarie-
dade de várias instituições federais de ensino, principalmente naquelas em que ocorreu a expansão via Reuni.
Faltam salas de aula, laboratórios, restaurantes estudantis, bibliotecas, banheiros, saneamento
básico e em alguns lugares até papel higiênico. Ninguém deveria ser submetido a trabalhar, a ensinar e aprender num ambiente assim.
Além disso, é necessário também oferecer um plano de carreira, que valorize os professores
e técnicos e os incentivem a dedicar suas vidas a essas instituições, à construção do conhecimento, aos projetos de pesquisa e de extensão. Só assim, é possível oferecer educação com a qualidade que a população brasileira merece.
No entanto, o governo federal vira as costas para os argumentos e propostas dos servidores
públicos e usa seguidamente o discurso da crise financeira internacional como justificativa para não
atender às reivindicações que são apresentadas pelos movimentos sociais em defesa da educação.
Não faltam recursos, o que falta é vontade política dos governantes. A verdadeira crise bra-
sileira não é a crise financeira, mas sim ausência de políticas públicas que atendam as necessidades da população.
Priorizar a destinação dos recursos públicos na lógica do setor empresarial financeirizado,
como o governo tem feito, causa impactos cada vez mais negativos nos serviços públicos.
Os professores, técnicos e estudantes estão nas ruas para dar um novo rumo ao ensino federal e,
para isso, conclamam toda a população a fazer de 2012 um marco na história da educação brasileira.
ENTIDADES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO FEDERAL
ANDES-SN/ FASUBRA/ SINASEFE