Construir a luta contra Tarcísio em São Paulo
Por Lorena Fernandes – Conselheira Apeoesp e Daniela Possebon – Diretora Sindicato dos Metroviários.
No estado de São Paulo, o governador da extrema direita Tarcísio de Freitas segue seu projeto nefasto de destruição dos serviços públicos com as privatizações, sucateamento e terceirizações. Mas os trabalhadores demonstram que estão dispostos a lutar contra esses ataques. Por isso, o Combate Sindical defende a unidade na luta das categorias e que os sindicatos e centrais impulsionem a mobilização contra os ataques e privatizações de Tarcísio.
Metroviárias e metroviários de São Paulo seguem lutando contra a sanha privatista de Tarcísio
Tarcísio continua atacando os serviços públicos, deteriorando sua qualidade e avançando em sua venda. Porém, a categoria segue firme na luta contra a privatização. Os apagões que assolam a cidade, que teve os serviços de energia privatizados e estão sob o controle da Enel, demonstram o quanto é devastador para os trabalhadores e para a população quando serviços essenciais estão nas mãos de empresários que só visam seus lucros.
Os metroviários iniciaram antecipadamente a campanha salarial; haverá o congresso da categoria em abril, que dará o tom da luta dos próximos três anos; em março ocorreram intensos debates nas áreas sobre as mulheres e os efeitos da privatização; ainda segue a luta pela reintegração dos colegas demitidos por não aceitar punições injustificadas e conseguimos adiar o leilão que terceirizaria o trabalho no material rodante do Monotrilho.
Hoje, a energia da categoria está voltada para a luta pela correção do valor da participação nos resultados (PR) que o governo e a empresa irão pagar. A empresa sabotou os números de forma a reduzir o valor dizendo que os funcionários cumpriram apenas 28% das metas estabelecidas (anteriormente sempre foi atingido em média 70% das metas), sendo que o cálculo não condiz com a realidade nem segue um padrão lógico (algumas metas são proporcionais, outras não, a bel prazer da empresa). Não concordamos com as metas estabelecidas pela empresa nem com a forma enganosa de avaliá-las.
Os metroviários chamam as categorias a permanecer unidas na luta contra a privatização, pois só a unidade e a luta podem trazer essa conquista! Exigimos que as centrais sindicais apoiem com mais força a luta contra a privatização. Exigimos também que o governo Lula/Alckmin, através do BNDES, pare de financiar projetos de privatização como ocorreu na Linha 7 da CPTM no final de fevereiro.
Tarcísio e Feder aprofundam o desmonte da Educação
A destruição da educação em São Paulo corre solta sob o governo Tarcísio e seu secretário Feder. Os professores da rede estadual vivenciaram o pior processo de atribuição de aulas já realizado, e, infelizmente, muitos professores continuam sem aulas. A situação de insegurança de emprego e salário que ronda os professores categoria “O” pode ser solucionada com a nomeação de milhares de professores classificados no concurso público do ano passado. Porém, Tarcísio utiliza o concurso apenas para classificar esses professores e manter a maioria da categoria em contratos temporários e precarizados, sem direitos.
Enquanto isso, o assédio em cima dos professores nas escolas está mais presente com o monitoramento de usar as plataformas digitais, que mal funcionam e em nada contribuem para uma educação de qualidade e deixam o trabalho docente mais exaustivo. As escolas seguem com a estrutura sucateada, com falta de funcionários e com salas superlotadas. Além disso, o governo sabota a categoria quando não paga o ALE e a gratificação das escolas PEI. Tarcísio quer aprofundar esse quadro de destruição com o projeto de cortar em 9,6 bilhões a verba para a Educação.
Apeoesp deve impulsionar a luta
Os professores não aceitam tantos ataques de Tarcísio/Feder. Por isso, participaram ativamente na última Assembleia, ocorrida em 15/03. Os professores estão dispostos a ampliar a mobilização. Para isso, é necessário que a direção da APEOESP esteja em sintonia com a base e coloque toda estrutura que tem para impulsionar a luta. Infelizmente, o que vemos é a direção do sindicato apostar somente em acordos de gabinete, que não têm garantido a mudança necessária. Os boletins do sindicato viraram porta-voz da Seduc, reproduzindo uma série de compromissos que o governo faz e que não são cumpridos. Falta a Apeoesp se fazer presente nas escolas, dar a segurança necessária para os cat. “O” para fortalecer a paralisação e construir uma forte Assembleia no próximo dia 26.
A Apeoesp é o sindicato com a maior base de trabalhadores em São Paulo e poderia ter um papel fundamental na luta contra o governo privatista e sucateador de Tarcísio e, assim, ajudar a unificar com outras categorias para termos mais força na luta contra os ataques de Tarcísio. O Combate Sindical seguirá na luta, mobilizando para fazermos uma forte assembleia e exige que a Apeoesp jogue todo peso que tem para construir essa mobilização rumo à greve da categoria.