Os governos são responsáveis! Basta de violência contra as mulheres!
por Mulheres do Vamos à Luta e do Combate
Os recentes e cotidianos casos de feminicídio no Brasil colocam em evidência a brutal realidade machista e patriarcal a que estão sujeitas as mulheres brasileiras. Todos os dias os noticiários mostram algum caso de violência contra a mulher. Chocou a todos o caso da menina que foi vítima de estupro coletivo, o caso também de Bárbara Penna que teve seu corpo queimado e seus filhos pequenos mortos pelo ex-marido, a trabalhadora de Santos que teve sua cabeça raspada e sofreu torturas nas mãos do marido, a mulher catarinense que teve as mãos amputadas da mesma forma. A covardia e brutalidade dos crimes são chocantes.
Uma mãe foi assassinada facadas na frente da filha de sete anos e a suspeita é que o assassino tenha tido um relacionamento com essa mulher. Uma jovem de 18 anos, Bianca Estevam, foi asfixiada e morta no último dia 20/07 com um fio de telefone pelo namorado que não aceitava o fim do relacionamento. Ambos os casos aconteceram neste mês no Rio de Janeiro. Enquanto a mídia sensacionalista e os setores mais reacionários tratam os casos como “crimes passionais” e banalizam essa violência tentando culpabilizar as vítimas, fica mais evidente a necessidade de políticas públicas para proteger as mulheres e punir assassinos e agressores, além da necessidade de medidas sócio-educativas que possam contribuir pra a desconstrução do machismo desde a primeira infância.
FORA TODOS OS INIMIGOS DAS MULHERES!
Ainda que saibamos que o machismo é estrutural e afeta das mulheres de todas as classes sociais, ainda é a mulher trabalhadora a que está mais suscetível a esse tipo de violência, e por isso os governos precisam ter políticas para combatê-lo e também para libertar as mulheres. O governo de Dilma Rousseff (PT/PMDB) em absolutamente nada avançou na pauta feminista, pelo contrário, neste governo as mulheres foram alvos de duríssimos ataques: firmou compromisso com os setores conservadores da sociedade e não legalizou o aborto, vetou o kit-antihomofobia, não avançou no endurecimento das penas contra os agressores de mulher, não construiu casas-abrigo para as mulheres vítimas de violência doméstica, e por fim, cortou pela metade a já escassa verba para a Secretaria de Combate à Violência Contra a Mulher. No fim de seu governo, cada mulher brasileira valia ridículos 0,13 centavos. Da mesma forma, Michel Temer (PMDB) deu continuidade a essa política misógina de ataque aos nossos direitos. Se antes valíamos 13 centavos, agora não valemos absolutamente nada, pois extinguiu a pasta, e, obviamente, nada podemos esperar de bom em relação às políticas para mulheres. Se antes Dilma estava com Kátia Abreu (PMDB), ruralista responsável pela violência cometida a diversas trabalhadoras e trabalhadores do campo, indígenas e quilombolas pelo agronegócio, Michel Temer quis governar com Fátima Pelaes, que assim como Dilma e Kátia Abreu é outra inimiga das mulheres trabalhadoras. No entanto, Fátima foi derrotada pela força da luta das mulheres, que desde a Primavera Feminista tem travado importantes batalhas contra a retirada de direitos e retrocessos, sendo fundamental no processo de derrubada de Eduardo Cunha (PMDB). Por isso é importante seguir e unificar as lutas das mulheres! Que os coletivos feministas e antigovernistas, de esquerda e as mulheres trabalhadoras sejam vanguarda desse movimento, pelo Fora Temer, Fora Cunha, Fora Dilma, Fora TODOS OS INIMIGOS DAS MULHERES!
NENHUMA A MENOS! BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!
Neste sentido, achamos fundamental que as mulheres continuem ocupando as ruas pelos nossos direitos. A exemplo das mulheres argentinas, que colocaram 150 mil nas ruas no último dia 03 de junho com o movimento #NiUnaMenos pelo fim da violência de gênero, precisamos seguir nossa luta contra o feminicídio, exigindo verbas para o combate à violência contra a mulher, construção de casas-abrigo públicas e gratuitas para mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos! Proteção imediata para as filhas e filhos de mulheres assassinadas e agredidas! Por assistência jurídica gratuita às mulheres vítimas de violência! Queremos delegacias da mulher nos bairros e que funcionem 24 horas, com profissionais especializados no atendimento às vítimas! É preciso endurecer as penas e punir de fato os agressores! Além disso, queremos medidas de longo prazo para erradicar a violência de gênero, como investimento em educação e a inclusão do ensino de gênero e sexualidade nas escolas para desconstruir o machismo desde a primeira infância! BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!