Por uma YPF 100% estatal
| Izquierda Socialista
Jóse Castillo (economista, professor da UBA e dirigente nacional da Izquierda Socialista na Frente de Esquerda).
Diante do anuncio oficial da intervenção na YPF e o envio do projeto de lei para a compra de 51% das ações, fica claro que trata-se de uma medida insuficiente. YPF deveria ser 100% estatal, não apenas 51%. Depois de tantos saques, muitos trabalhadores e setores populares podem ver com simpatia a medida do governo, e acreditar que é em “defesa da soberania nacional”, mas a realidade é outra. A presidenta denunciou a Repsol pelos lucros que conseguiu, mas esqueceu de dizer que foi este governo que foi o responsável pelo saqueio de todo nosso petróleo e gás por esta multinacional pois desde o ano 2003 o Kichnerismo vem apoiando a Repsol e suas políticas. Inclusive apoiou a privatização da YPF no governo de Carlos Menem nos anos 90. Apesar da presidenta mencionar muitos países onde a empresa petroleira é 100% estatal, ela se dispôs a “comprar” 51% da Respsol, mas a companhia já ganhou muito mais do que pagou pela YPF em 1999. É a Repsol que tem que indenizar o povo argentino, não ao contrario. A própria presidenta esclareceu que não se trata de nenhuma “estatização”. Mas sim de um “modelo de negocio” no qual o Estado compartilhará com capitais privados, inclusive estrangeiros. O mesmo que vem fazendo com o Cirigliano na ferrovia de Sarmiento! Designando como interventor, cúmplice do esvaziamento. A única forma de recuperar a soberania petroleira em beneficio do povo argentino passa por uma nova YPF 100% estatal, sem indenização, colocando-a para explorar e exportar sob o domínio de seus trabalhadores, profissionais e especialistas , não do governo ou funcionários kirchneristas. A mesma política deveria ser feita com o resto das petroleiras saqueadoras.