Seguir o exemplo das mulheres: exigir nossas reivindicações e combater a extrema direita nas ruas!
Neste mês de março ocorrem as manifestações feministas do dia 8 (veja páginas centrais). Nessas manifestações, exigimos do governo Lula/Alckmin medidas contundentes contra os feminicídios, a legalização do aborto e ações que garantam salário igual para trabalho igual. Exigimos o não pagamento da dívida aos banqueiros para atender as pautas históricas do 8M. Vamos gritar por Justiça para Marielle e Anderson e repudiar a extrema direita machista e patriarcal. Estaremos nas ruas, manifestando nosso apoio à luta das mulheres argentinas contra Milei e das palestinas contra os nazi-sionistas de Israel.
É necessário utilizar o impulso das ruas no 8M para unificar as campanhas salariais e as lutas que estão ocorrendo em alguns estados ou alguns setores.
Exigimos da CUT e CTB a unificação das campanhas salariais e a coordenação das lutas e greves
O arcabouço fiscal do governo Lula/Alckmin está impondo um teto aos investimentos públicos. Isso prejudica, por exemplo, o atendimento de reivindicações dos Servidores Federais e agrava a crise social. Os servidores estão há mais de um ano numa mesa de “enrolação permanente” e o índice de “zero %” nunca avança. Por outro lado, os governadores estão aplicando ajustes fiscais e privatizações. O governador de SP, Tarcísio de Freitas, tenta privatizar transportes, saneamento e infraestrutura (infelizmente, com parcerias com o governo Lula). A educação é atacada, motivando greves em alguns estados, como o Pará (governada pela frente ampla). Exigimos da CUT, CTB, demais centrais, confederações e federações a unificação das campanhas salariais e a coordenação das lutas. Mas, caso a cúpula das centrais não o faça, não podemos ficar parados. Nós, do Combate Sindical, integrantes da CSP-CONLUTAS, propomos aos demais setores do movimento sindical realizar ações nesse sentido.
Com a colaboração de classes e pactos com conservadores não se faz mudança de verdade
Enquanto penaliza os SPFs, o governo Lula garante o pagamento da mamata aos banqueiros. De acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida, “Em 2022, os gastos do governo federal com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública somaram R$ 1,879 trilhão, o que representou 46,3% do Orçamento Federal”. Para não contrariar os empresários da frente ampla, Lula não taxou os bilionários na reforma tributária. Apesar da austeridade para a classe trabalhadora, o governo Lula concedeu reajustes substanciais a corporações como a PRF (tropa do golpe contra as eleições de 2022 e 8J) e destinou via o PAC cerca de 52 bilhões às Forças Armadas, lideradas pelo golpista Múcio. Por outro lado, mantém os pactos com Lira e seus bilhões de emendas parlamentares (25 bilhões neste semestre). E o Ministro Fávaro, líder dos ruralistas, liderou a aprovação do Marco Temporal contra os povos indígenas. Diferente do que se dizia, nada ganhamos com esses pactos. Mas a extrema direita ganha fôlego.
Combater a extrema direita nas ruas: construir com assembleias de base a jornada de 24/03
A extrema direita realizou uma forte manifestação na Avenida Paulista, agrupando mais de 100 mil pessoas. Mostrou força nas ruas e tenta uma anistia geral. Ao lado de seu nefasto mote Deus, Pátria, Família e Liberdade, eles incluíram o apoio ao Estado nazi-sionista de Israel. Não podemos confiar nas instituições, que até agora deixaram os genocidas e golpistas livres por aí. Devemos confiar em nossas próprias forças para derrotar a extrema direita. As Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular divulgam na internet uma manifestação para o dia 24/03 com eixo de “Sem Anistia pra Golpista”. A CST convoca e é parte dessa construção. Mas exigimos que a CUT, CTB, MTST, UNE e UBES convoquem essa mobilização através de assembleias de base para transformar essa data numa jornada de lutas efetiva. Devemos fazer como na Argentina, em que a classe trabalhadora e o povo têm se mobilizado contra o ajuste de Milei.
Seguir o exemplo da classe trabalhadora argentina
Na Argentina o governo de Milei deseja impor medidas de ajuste profundas e um projeto autoritário, mas recebeu em troca muitas manifestações e uma poderosa greve geral que têm barrado a aplicação acelerada dessas medidas, fazendo retroceder o pacotaço reacionário conhecido como “Lei Ônibus” (ver página 11).
Propomos uma frente eleitoral da esquerda independente
Ao lado da batalha pela construção da luta unificada, temos outro desafio, que é apresentar uma alternativa nas eleições municipais. Nós defendemos uma frente eleitoral da esquerda independente, que não está no governo Lula-Alckmin e nos governos estaduais e municipais da frente ampla. Para isso, buscamos uma reunião conjunta da UP, PCB, PCB-RR, PSTU e demais organizações e coletivos para debater essa possibilidade, o que não ocorreu. Entrevistamos lideranças desses partidos e dirigentes independentes (aqui nesta edição e em nosso site você pode conferir). Ao mesmo tempo, não ficamos parados. Vamos batalhar para aproximar e agrupar forças que estão fora da frente ampla de Lula e na esquerda socialista consequente. Integramos, juntamente com o MRT, a articulação da reunião “de organizações e dirigentes socialistas revolucionários” (ver pág. 11).
Nossas propostas emergenciais para tirar o país da crise
a) Exigir do governo Lula o fim do Arcabouço Fiscal e do plano de desestatização do sistema ferroviário federal! Redução de juros e taxação de bilionários! Não pagar a dívida aos banqueiros para investir em saúde, emprego e moradia! 10% do PIB na educação!
b) Prisão e confisco de bens dos políticos, empresários e militares golpistas bolsonaristas! Pela revogação das reformas da previdência e trabalhista, da privatização da Eletrobras e do Novo Ensino Médio!
c) Pelo reajuste imediato dos salários! Redução da jornada sem redução de salários! Redução dos preços das passagens, luz, água, internet, aluguel, combustíveis e alimentos! Transporte estatal de qualidade e gratuito!
d) Emergência climática, já! Expropriar as multinacionais poluidoras! Demarcação das terras indígenas, já! Pela reforma agrária controlada pelos trabalhadores!
e) Educação sexual para decidir, contraceptivos para não engravidar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer! Verbas para o combate à violência de gênero! Pelo fim do capacitismo! Por emprego e renda para LGBTQIA+! Cota para pessoas trans em concursos e universidades! Basta de genocídio e operações policiais contra o povo negro nas favelas! Desmantelamento do aparelho repressivo do Estado! Fim da PM e PRF!