Novas revelações comprovam, mais uma vez, que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados organizaram uma tentativa de golpe. É mais um crime comprovado. Dentre as provas estão novos vídeos de reunião ministerial e outra comprovação da minuta do Estado de Sítio, GLO para o golpe.

Bolsonaro, os generais Mourão, Braga Neto, Heleno e outros integrantes da cúpula militar tramaram bloquear o processo eleitoral, boicotar o TSE e tentar prender o Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Usaram a ABIN para infiltração nas campanhas opositoras, ao passo que mantinham uma ABIN paralela. Então, foi desse quartel-general e alta cúpula política que partiram as operações de trânsito da PM e PRF no dia da eleição, os bloqueios de vias e acampamentos nos quartéis e a falida intentona de 8 de janeiro de 2023.

Os empresários que financiaram os bloqueios, os acampamentos e a campanha golpista não podem ser esquecidos e nem anistiados. Estão fora do foco dessas operações, mas eles não são secundários e nem coadjuvantes. Precisam ser punidos, com confisco de seus bens e a expropriação das empresas que financiaram o golpe, a começar pela Havan!

O fato de que a cúpula militar, os generais do exército, aeronáutica e marinha, foram formalmente consultados acerca do golpe, é apenas uma nova demonstração de que nada de reacionário e antidemocrático ocorre sem a participação das forças armadas. Por outro lado, mostra como foi errada a anistia que se fez aos golpistas de 1964, beneficiados pelos pactos de transição de 1979 entre a ditadura moribunda e a oposição liberal do MDB e outras forças. No aniversário de 60 anos do golpe de 1964, em meio a esses novos fatos, temos uma oportunidade de punir toda a cúpula militar golpista.

Este gravíssimo episódio, que comprova mais um crime do Clã Bolsonaro, coloca a necessidade de seguir lutando pela punição de todos os crimes praticados por essa quadrilha, com prisão e confisco dos bens de Bolsonaro e sua gangue.

Defendemos a mobilização nas ruas para impedir que mais esse crime permaneça impune. Não podemos confiar nas instituições, que até agora deixaram os genocidas e golpistas livres por aí. Somente a nossa mobilização pode derrotar de verdade o bolsonarismo. Devemos confiar em nossas próprias forças, na ação direta operária e popular para derrotar a extrema direita. Exigimos que CUT, CTB, MTST, MST, UNE, OAB e ABI convoquem uma mobilização nacional pela punição de Bolsonaro e todos os golpistas.

Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (09/02/2024)