Justiça para Jefferson de Araújo! Fim das operações já! Maré resiste!

 Punição imediata aos policiais e comandantes do BOPE e CORE!  Punição ao secretário de segurança e governador Cláudio Castro! 

 

Na manhã de 08/02/2024, um cabo da PM atacou e matou um jovem no Complexo da Maré. As Redes da Maré afirmam que “Jeferson Araújo Mota, um jovem negro de 22 anos, foi alvejado durante uma abordagem seguida de agressões por um policial militar na entrada da favela Nova Holanda. O rapaz, como mostram vídeos que circulam nas redes sociais, não estava armado, não fez nenhuma ação e não oferecia nenhum perigo ao agente, quando foi assassinado por um tiro de fuzil à queima roupa na barriga. O jovem ficou por cerca de 12 minutos sangrando, esperando por socorro, enquanto agentes em viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil passaram, ouviram os pedidos dos moradores por ajuda e nada fizeram. Segundo a família, ele sofria de questões relacionadas à saúde mental”. Uma amostra cruel da violência contra as favelas, do racismo genocida contra o povo negro e do capacitismo. 

A favela e o povo negro prejudicados pelas operações militares

A operação do BOPE da PM e do CORE da Civil entrou na comunidade numa operação supostamente relacionada a recuperar um caminhão cegonha que teria sido roubado. O fato é que tal incursão, utilizando o Caveirão, abalou a Comunidade. O portal Maré Notícias informa que “os moradores das favelas Parque União, Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Baixa do Sapateiro e Nova Maré foram surpreendidos por volta de 09h40 com intensos tiroteios“. E detalha que “no horário do início da ação muitas crianças ainda estavam a caminho das escolas, onde teriam festas e bailinhos de Carnaval”. Trata-se da 3° operação do ano, segunda em horário escolar. Em 2023 foram 28 dias sem aula na Maré, por conta das operações policiais. A operação afetou ou ocasionou a suspensão de atividades em cerca de 24 escolas, duas unidades de saúde, um equipamento municipal de arte e cultura, um Centro de Cidadania LGBT e outras organizações populares ou ONGs. 

Desmantelamento do aparelho repressivo! Pelo direito de livre manifestação! Fim da PM assassina! 

Perante tal situação, moradores foram até a Avenida Brasil protestar. Um dos PMs atacou um dos manifestantes, o jovem Jefferson de Araújo Costa, disparando contra ele, que não resistiu e veio a óbito antes de chegar a um hospital. A cúpula do governo do estado e da nefasta instituição militar afirmam que o PM “agiu” de forma “equivocada” e não seguiu o “protocolo”. Uma mentira deslavada. As ações, treinamento e protocolos da PM estimulam as violações e assassinatos que essa tropa comete todo dia nas favelas do RJ. E isso desde que surgiram ainda no Império como uma instituição racista para “servir” aos senhores de engenho e suas propriedades, para “proteger” o Império escravocrata. Posteriormente fortaleceram seu papel repressivo com a ditadura militar. E não sofreram abalos com a Constituição de 1988, seguindo no papel de capitão do mato, mas agora utilizando cassetetes e fuzis ditos “democráticos”. Agora a PM recebe treinamento militar, armas e equipamentos (como o caveirão) diretamente de empresas nazi-sionistas do Estado genocida e terrorista de Israel (que pratica um apartheid contra o povo palestino). Não por acaso, o jornal Voz das Comunidade apurou que “a equipe do Maré de Direitos já registrou 5 violações sendo 2 feridos e levados ao hospital e 1 pessoa morta à queima roupa. Além disso, 1 pessoa sofreu agressão física e 1 pessoa passou mal”.

A verdade é que a PM e o Caveirão, com sua suposta e hipócrita “guerra às drogas e ao crime organizado”, mostram que tal instituição não existe para proteger a vida e os direitos da classe trabalhadora, mas sim para violar tais direitos. Para proteger a propriedade e lucros da burguesia, dos grandes empresários, únicos beneficiários de uma operação violenta que assassina e põe a vida de moradores de uma comunidade em risco para supostamente recuperar a mercadoria. Algo que só serve para o lucro do empresariado. A PM mata quem ousa questionar esse absurdo e realiza manifestação. Esse também é o papel do CORE da Polícia Civil, que junto com a PRF golpista e assassina estão constantemente nessas operações da PM. Por isso defendemos o fim da PM, o desmantelamento de todo aparelho repressivo e o direito de livre manifestação. 

Precisamos de uma jornada de lutas! Justiça para as vitimas do genocídio contra o povo negro!

Os policiais, oficiais, a cúpula civil, o secretário de segurança e o governador Cláudio Castro precisam ser punidos. Crimes como esse acontecem todos os dias e ficam impunes.  Eles se protegem no corporativismo dos quartéis, no jogo de cartas marcadas do “tribunais” militares”. Eles sempre dizem que foi “algo culposo”, ou seja, supostamente “sem intenção”. Alegam “autos de resistência”. Mentem falando de “disparo acidental”. São mecanismos autoritários feitos para que os militares e os responsáveis civis sempre se safem. Somente quebraremos esse sistema com a força da mobilização da massa negra de nossas favelas e periferias, com a unidade da classe trabalhadora, com protestos e ação direta operária e popular. 

Propomos uma jornada de lutas urgentemente, ainda em fevereiro. Cabe a Coalizão Negra por Direitos, UNEGRO, UNEAFRO, Associações de Moradores, OAB, UNE, CUT e CTB e demais Centrais e sindicatos a convocação dessa mobilização. É preciso exigir do presidente Lula a proibição das operações policiais e a punição federal de todos os militares e responsáveis civis por esses crimes. 

  • Basta de chacinas policiais contra o povo negro! Pelo fim das operações policiais nas favelas e bairros populares! 
  • Punição aos policiais e responsáveis civis por todos os assassinatos e chacinas! Pelo desmantelamento de todo aparelho repressivo! Fim da PM assassina e racista! 
  • Instalar uma comissão formada pela Coalizão Negra por Direitos, UNEGRO, UNEAFRO, associações de moradores, OAB, ABI e Centrais Sindicais para apurar de forma independente esses crimes e evitar a impunidade.
  • Exigimos do governo Lula/Alckmin o fim dos contratos e acordos militares do Brasil com Israel e a proibição federal de utilização de equipamentos como o caveirão.

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